quinta-feira, 17 de abril de 2008

Alta na Selic é apenas o começo de nova série, dizem analistas

Folha de S.Paulo - 17/4/2008

Efeito imediato a elevação de juros anunciada na noite de ontem não deve ter, explicam especialistas. O que conta mesmo é a mensagem passada para os empresários e o mercado: o BC não deixará a inflação fugir da meta. Espera-se que o Copom dê continuidade ao ciclo de aumento da Selic ao longo do ano -até que ela fique entre 12,75% e 13,25%- para de fato conseguir esfriar o consumo. O crescimento do país só seria afetado em 2009. "O Brasil tem mostrado que consegue crescer mesmo com juro mais alto. Existem outros fatores que limitam o seu avanço, como a infra-estrutura precária e um ambiente regulatório que gera incertezas", afirma Rafael Guedes, diretor-executivo da Fitch Ratings no país. "Não é função de uma agência de classificação de risco avaliar as medidas tomadas, mas lembro que o BC tem um histórico de acertos."

Brasil surpreende mercados com aumento de juros, diz "FT"

Brasil surpreende mercados com aumento de juros, diz "FT"
17/04/2008 - 07h41
da BBC Brasil

O Banco Central do Brasil surpreendeu os mercados ao decidir aumentar sua taxa básica de juros, a Selic, em 0,5 ponto percentual, afirma reportagem publicada nesta quinta-feira pelo diário britânico "Financial Times".
O jornal comenta que a elevação da taxa decidida na noite de quarta-feira, de 11,25% para 11,75%, foi o dobro do que a maioria dos economistas previam.
"O aumento pôs fim a mais de dois anos de cortes das taxas em meio a crescentes preocupações de que a inflação dos preços ao consumidor excederá a meta do governo neste ano", diz a reportagem.
Para o jornal, a decisão do BC "vai provocar reações irritadas de grupos empresariais e sindicatos, que vinham pedindo seguidamente ao banco a retomada dos cortes da taxa de juros."

Dólar em baixa

O "Financial Times" observa que a expectativa com o possível corte dos juros já havia levado a cotação do dólar a fechar em seu menor nível em nove anos, a R$ 1,66.
O jornal relata que o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) "disse ter optado por um aumento de 0,5 ponto percentual para promover imediatamente uma parte significativa do aperto monetário que seria necessário para reduzir o risco do crescimento da inflação e reduzir o tamanho do aumento total da taxa Selic."
A preocupação com a inflação, segundo o jornal, é decorrente do fato de que nos últimos dois anos o consumo interno tomou o lugar das exportações como motor do crescimento brasileiro, com um boom de consumo estimulado por desemprego em queda, salários em alta e crédito barato.
A reportagem comenta que "nesta semana, um levantamento regular do BC com economistas do mercado indicou a previsão de que os preços ao consumidor devem subir 4,66% neste ano, ultrapassando a meta do governo, de 4,5%, pela primeira vez."

DJI...após 16/04...gráfico semanal sinaliza alta, porém dentro do "triângulo de baixa"..




DOW JONES abriu na mínima do dia nos 12.371 pontos e influenciada pela alta siginificativa dos mercados futuros americanos, subiu compassadamente, formando praticamente degraus de 20 em 20 pontos até atingir quase ao final do dia a máxima intraday nos 12.625 pontos. Fechou muito próximo nos 12.619 pontos (alta de + 2,08%) Os principais indicadores de tendência do gráfico diário, como o IFR, Estocástico e o CCI/MA cruzamento registram tendência de alta. Porém, se considerarmos um gráfico de menor frequência (semanal) , com "candles" semanais dos últimos seis meses, ilustrado abaixo, poderemos observar com maior amplitude a atual tendência de DJI. Podemos observar nesse gráfico, que DJI está se movimentando, há alguns meses, entre a LTA e a LTB secundárias (formadas por topos e fundos mais recentes). Enquanto DJI estiver "aprisionado" nesse triângulo de baixa, definido por essas LT's secundáias, prevalece a TENDÊNCIA DE BAIXA. Somente com a ruptura das resistências na LTB secundária em 12.730 pontos e na LTB primária nos 13.000 pontos, teremos alguma possibilidade de reversão da atual tendência baixista. Indicadores nesse gráfico semanal, sinalizam tendência de alta no Estocástico lento e indefinição nos outros indicadores. Resistências em 12.733, 12.770, 12.930 e 13.000 pontos. Suportes imediatos formados nos "degraus" intraday, em 12.580, 12.540 e 12.370 pontos.

IBOV...após 16/06...apesar da forte alta, indefinição no médio prazo persiste...




O IBOVESPA abriu nos 62.624 pontos e influenciado pelo bom humor de DJI veio paulatinamente retomar a casa dos 64 mil pontos e a partir daí, a máxima intraday nos 64.314 pontos. Finalizou nos 64.152 pontos (alta de 2,45%).Importantes indicadores como o IFR, o Estocástico e o CCI/Ma cruzamento calculados em gráfico diário, estão sinalizando continuidade da alta.Porém, utilizando um gráfico de menor frequência (semanal), como o ilustrado acima, podemos verificar por essa melhor amplitude que a tendência predominante de alta só é evidenciada no Estocástico, enquanto que o IFR e o CCI/MA cruzamento, continuam indefinidos. A reversão da tendência de queda somente será assegurada na retomada dos topos anteriores, nos 64.730 pontos e nos 65.410 pontos (resistência sobre a LTB). Por enquanto, suportes imediatos em 62.510, 62.150, 62.000 e 61.470 pontos.

Itaú: crédito pode ter prazo maior para compensar Selic

16.04.2008 20h16



por Ana Paula Ribeiro e Flavio Leonel da Agência Estado

A elevação da taxa de juros básica por parte do Banco Central (BC) - de 0,5 ponto porcentual para 11,75% ao ano - deverá fazer com que as instituições financeiras e o varejo alonguem os prazos de pagamento dos empréstimos, segundo afirmou hoje o superintendente de Produtos de Tesouraria do Itaú, Arthur Riedel.

"A saída deve ser compensar a elevação dos juros com o aumento do prazo, o que reduz o tamanho da parcela", disse ele. O executivo destacou que as pessoas físicas olham muito mais o valor das parcelas do que os juros embutidos nelas.