sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pressão de Treasuries deixa economistas atentos a possível alta no juro dos EUA

por InfoMoney
12/06/09 19h19
InfoMoney


SÃO PAULO - "O recente aumento nas taxas dos Treasuries serve para lembrar que juros muito baixos são simplesmente insustentáveis". A frase, retirada do relatório da Clearbrook na última segunda-feira (8), foi escrita diante dos temores sobre uma possível mudança na política monetária do Fed.

O CFO (Chief Executive Officer) da agência de investimentos, autor da frase, completou observando que a maioria das taxas de curto prazo subiu mundialmente, seguindo a direção observada nos EUA. "À exceção dos papéis da América Latina, Índia, Taiwan e Indonésia, os rendimentos subiram de forma bastante rápida nas últimas semanas, e isso poderá ter alguns efeitos consideráveis", alertou Tom Sowanick.

Segundo o especialista econômico, as taxas de juro que são negociadas no mercado tendem a antecipar a ação que os Bancos Centrais irão imprimir na política monetária nos próximos meses. A semelhança na trajetória já foi vista em outros momentos, a exemplo do salto de 1,46% para 2,93% visto no rendimento anual dos títulos norte-americanos de dois anos entre março e junho de 2004. "Pouco tempo depois, o Fed subiu o juro básico".

Faz sentido?
As evidências de que pode haver espaço para um aperto na política monetária também são fundamentadas nos sinais de que a economia está melhorando mundialmente e nas expectativas futuras de inflação, levantando a possibilidade das taxas de juro subirem até perto dos patamares anteriores.

"Os números sobre o setor de manufatura, por exemplo, já indicam que a atividade começa a se estabilizar nos EUA, assim como alguns indicadores sobre o mercado imobiliário e sobre a confiança do consumidor", observou o CFO da Clearbrook. "Todos esses dados estão pesando na cabeça do investidor, como se o Fed estivesse prestes subir o juro".

Economistas sem consenso
A posição de Tom Sowanick também é motivo de atenção entre outros analistas econômicos, que não chegam a um consenso sobre o que irá acontecer nos próximos meses. Andrew Balls, que dirige o escritório da Pimco (Pacific Investment Management Co) em Londres, chamou atenção para o quadro de fragilidade que ainda caracteriza as principais economias do globo.

"A melhora no ânimo dos mercados e em alguns indicadores macroeconômicos não é uma surpresa, devido à queda bastante acentuada vista anteriormente", levantou o economista. "Os números caíram muito rapidamente nos últimos meses; não é estranho eles começarem a subir. Mas isso não parece uma tendência, os pontos indicam mais estabilidade do que recuperação".

Quem espera que tudo volte a ser como antes também pode estar enganado, na opinião de Andrew Balls, pelo impacto que as intervenções dos Bancos Centrais tiveram na economia mundial. "Os efeitos dessas ações emergenciais serão sentidos por muito tempo e podem levar a mudanças permanentes. O sistema global está mudando e nós não devemos voltar ao 'velho normal'", concluiu.

Bolsas de NY fecham em direções divergentes

por Agência ESTADO
12 de Junho de 2009 18:05

O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em direções divergentes: o Dow Jones e o S&P-500 em alta e o Nasdaq em baixa. O índice Dow Jones passou a acumular alta no ano (+0,26%), tendo fechado acima dos 8.776,39 pontos do último pregão de 2008. O S&P-500 fechou no nível mais alto desde 5 de novembro do ano passado. Apesar do recuo, o Nasdaq fechou 47% acima de sua mínima de 9 de março.
Negociadores disseram que as ações das empresas dos setores de petróleo e metais caíram, em reação às baixas dos preços das commodities. No meio da tarde, informes de que o oposicionista Mir Hossein Moussavi teria vencido a eleição presidencial no Irã fizeram as ações recuperarem terreno, mas esse movimento perdeu impulso depois de a imprensa governamental iraniana dizer que o vencedor é o atual presidente Mahmoud Ahmadinejad; o resultado oficial só deve sair nos próximos dias.
Entre as componentes do Dow, o destaque foi Bank of America, com alta de 5,78%, depois de elevação de recomendação pelos analistas da Stifel Nicolaus.
O índice Dow Jones fechou em alta de 28,34 pontos (0,32%), em 8.799,26 pontos. O Nasdaq fechou em baixa de 3,57 pontos (0,19%), em 1.858,80 pontos. O S&P-500 subiu 1,32 ponto (0,14%), para fechar em 946,21 pontos. O NYSE Composite caiu 14,52 pontos (0,24%), para 6.148,61 pontos. O volume de negócios na Bolsa de Nova York ficou em 858 milhões de ações, de 1,223 bilhão ontem. No Nasdaq, o volume 2,005 bilhões de ações negociadas, de 2,464 bilhões ontem, com 1.271 ações fechando em alta e 1.462 em queda. Na semana, o Dow acumulou uma alta de 0,41%, o Nasdaq, um avanço de 0,51% e o S&P-500, um ganho de 0,65%. As informações são da Dow Jones.

Em sessão volátil, Bovespa fecha em alta de 0,28%

por Agência ESTADO
12 de Junho de 2009 17:44

Apesar da vasta agenda de indicadores com poder de influenciar os negócios no mercado acionário nesta sexta-feira - considerando que ontem não houve pregão no Brasil por causa do feriado de Corpus Christi - a Bovespa acabou oscilando ao sabor dos vencimentos da próxima semana. E isso trouxe muita volatilidade aos negócios, só diminuída na hora final da sessão, quando o índice Dow Jones passou a subir depois de uma sessão quase toda em baixa. O índice Bovespa (Ibovespa) terminou a sexta-feira em alta de 0,28%, aos 53.558,23 pontos. Na semana, acumulou ganho de 0,40% e, em junho, sobe 0,68%. Em 2009 até hoje, a alta da Bolsa atinge 42,63%. O giro financeiro negociado hoje totalizou R$ 4,928 bilhões. Os dados são preliminares.

O corte acima do esperado da taxa básica de juros da economia (Selic), na última quarta-feira à noite, pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, acabou não influindo tão fortemente na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), embora a avaliação seja a de que juro menor eleva a atratividade da renda variável. Além disso, as commodities metálicas e o petróleo fecharam em baixa, mas Vale e Petrobras não se deixaram levar apenas por isso.

No caso da Vale, a mineradora disse hoje que espera fechar um acordo sobre o preço do minério de ferro com a China, depois que se acertou com siderúrgicas do Japão e Coreia do Sul e em bases atraentes à mineradora. Os reajustes fechados com estas companhias acabaram dando força à Vale, que deve conseguir uma redução menor do que querem as chinesas para comprar o minério de ferro. Ainda da China, hoje foi confirmada a produção industrial do país, que subiu os 8,9% antecipados por um jornal anteontem - e que favoreceram as bolsas na ocasião. A previsão dos economistas era de alta de 7,8%. Outro dado favorável da China foi o de vendas no varejo, que avançaram 15,2% em maio ante maio do ano passado.

Apesar desses indícios de recuperação da atividade, Vale ON terminou em baixa de 0,59% e Vale PNA, de 0,90%, com a pressão dos investidores por causa dos vencimentos. Petrobras também sentiu esse peso, mas não teve fechamento uniforme: a ON caiu 0,26% e a PN subiu 0,21%. Na quarta-feira à noite, a Standard & Poor's reduziu o rating de crédito corporativo da Petrobras de BBB para BBB- (nível mais baixo da escala de grau de investimento), com perspectiva estável. O contrato do petróleo para julho recuou 0,88%, para US$ 72,04, apesar de a Opep ter elevado sua previsão de demanda pela commodity no terceiro trimestre em 40 mil barris por dia.

O mercado de Nova York, hoje, também não entusiasmou. Os índices acionários trabalharam predominantemente em queda, com alguma melhora na hora final da sessão. O principal indicador do dia era o Índice de Confiança de Michigan, que subiu de 68,7 em maio para 69 em meados de junho. Apesar de ter subido, a previsão era de que o avanço seria maior, para 69,8. Os índices do mercado de ações norte-americano fecharam em direções divergentes, divididos entre o declínio dos papéis de tecnologia e commodities e o avanço das ações de empresas do setor farmacêutico e de outros setores. O índice Dow Jones subiu 0,32%, aos 8.799,26 pontos, o índice S&P teve alta de 0,14%, aos 946,21 pontos, e o índice Nasdaq perdeu 0,19%, aos 1.858,80 pontos.