terça-feira, 14 de abril de 2009

Bolsas de NY encerram em baixa com varejo e bancos

por Gustavo Nicoletta de Agência ESTADO
14 de Abril de 2009 19:17

Nova York - Os índices do mercado de ações norte-americano encerraram o dia em baixa, pressionados por dados mais fracos do que as expectativas de Wall Street sobre as vendas no varejo dos EUA durante o mês de março. O indicador gerou receios entre os investidores em relação à recuperação da economia norte-americana e colocou um freio no rali praticamente ininterrupto das bolsas registrado nas últimas cinco semanas.
O índice Dow Jones fechou em queda de 137,63 pontos, ou 1,71%, a 7.920,18 pontos, acumulando perdas de 2% desde o início da semana. O índice Nasdaq caiu 27,59 pontos, ou 1,67%, para 1.625,72 pontos, enquanto o Standard & Poor's 500 recuou 17,23 pontos, ou 2,01%, para 841,50 pontos.
O Departamento do Comércio dos EUA divulgou que as vendas no varejo do país durante o mês de março diminuíram 1,1% em comparação ao mês anterior, enquanto analistas esperavam um aumento de 0,3%. Em janeiro e em fevereiro, as vendas no varejo subiram na mesma base de comparação, alimentando a perspectiva de que a economia norte-americana, baseada majoritariamente nos gastos dos consumidores, estaria perto de uma recuperação.
Os papéis de empresas do setor financeiro, que acumularam forte ganho desde o início de março, estavam entre os que registraram as quedas mais acentuadas. As ações da American Express recuaram 9,9% e as do Bank of America caíram 8,44%
O Goldman Sachs, que divulgou o balanço do primeiro trimestre ontem, após o fechamento do pregão regular, recuou 11,56%. O banco anunciou um lucro acima do esperado e uma oferta pública de US$ 5 bilhões em ações ordinárias, que gerou preocupações nos investidores quanto à diluição dos dividendos.
Em outros setores, as ações da Intel, que fecharam o pregão em alta de 0,19%, caíam mais de 4% no pós-mercado, após a companhia alertar que a receita do segundo trimestre deve ser igual ou inferior à receita do primeiro trimestre. No entanto, o executivo-chefe da companhia, Paul Otellini, disse que as vendas de computadores passaram pelo pior momento durante o período e que a indústria está retornando aos padrões sazonais regulares.
O mercado chegou a recuperar parte das perdas durante a sessão diante de dados que mostraram queda nos estoques das empresas norte-americanas em fevereiro. O principal conselheiro econômico da Casa Branca, Lawrence Summers, disse em entrevista concedida à rede de notícias CNBC que a variação dos estoques indica que pode haver uma recuperação econômica nos EUA na segunda metade do ano. As informações são da Dow Jones.

Bolsa fecha em baixa de 1,25% com realização de lucro

por Agência ESTADO
14 de Abril de 2009 17:40

Os investidores aproveitaram os dados piores do que o esperado das vendas no varejo nos Estados Unidos para realizarem lucros. Lá e cá. A Bovespa, no entanto, ainda mostrou resistência no início do pregão, quando chegou a subir 1,30%. Mas as perdas em Wall Street pesaram e os investidores concluíram que era hora de embolsar uma parte dos lucros.
O Ibovespa terminou com queda de 1,25%, aos 45.418,18 pontos. Na mínima, registrou 45.284 pontos (-1,54%) e, na máxima, 46.591 pontos (+1,30%). No mês, acumula ganhos de 10,98% e, no ano, de 20,95%. O giro financeiro totalizou R$ 5,354 bilhões.
A Bolsa doméstica mostrou resistência em vários momentos do pregão, amparada pelo desempenho de Vale. As ações da mineradora subiram em boa parte do dia ainda estimuladas pelas notícias de reaquecimento da atividade na China e por causa da alta dos metais básicos no exterior. No final, com o peso de Wall Street, as ações PNA terminaram em queda de 0,26%. A ON conseguiu manter o sinal azul e avançou 0,08%.
As siderúrgicas também não sustentaram os ganhos até o final e recuaram. Exceção para Gerdau. Em relatório, o UBS Pactual traçou um cenário atual mais positivo para a empresa que para outras siderúrgicas porque a companhia está bem posicionada no segmento de aço longo, cujo mercado deve ser estimulado pelos gastos em infraestrutura. A Gerdau é a maior fabricante de aço longo das Américas. Gerdau PN subiu 1,12% e Metalúrgica Gerdau PN, 1,71%.
Hoje, o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) anunciou que a produção de aço bruto caiu 41,5% em março ante o mesmo mês de 2008, para 1,731 milhão de toneladas. Usiminas PNA recuou 2,22% e CSN ON, 0,88%.
Os bancos domésticos acabaram fechando em baixa, acompanhando o desempenho do setor nos Estados Unidos. O lucro melhor do que o esperado anunciado ontem pelo Goldman Sachs não ecoou nos negócios hoje. Os investidores acabaram vendendo ações do banco por causa do plano para levantar US$ 5 bilhões com a venda de novas ações ordinárias, que a instituição pretende usar para amortizar os US$ 10 bilhões que tomou emprestado do governo. Segundo operadores, o plano irá diluir o valor das ações dos atuais acionistas.
Os índices acionários norte-americanos também recuaram por causa dos dados de vendas no varejo. Ao invés de subir 0,3%, como era previsto, o indicador recuou 1,1%. Também mostrou queda maior do que o previsto o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que recuou 1,2% na comparação de março com fevereiro. O índice de ações Dow Jones terminou o dia em queda de 1,71%. JPMorgan caiu 8,90% e American Express, 9,92%. Os papéis do Goldman recuaram 11,56%.
No Brasil, as ações da Petrobras seguiram o comportamento do petróleo no exterior. A ON recuou 0,82% e a PN, 0,94%. O contrato de petróleo com vencimento em maio terminou em baixa de 1,28%, aos US$ 49,41. Hoje, o Departamento de Energia dos EUA previu que a demanda por petróleo nos EUA no segundo trimestre de 2009 vai cair 4% em relação a igual período do ano anterior, uma vez que a recessão econômica abate a procura pela commodity (matéria-prima).
Amanhã, o pregão doméstico pode ser mais volátil, por causa do vencimento de opções sobre Ibovespa, bem como de contratos de Ibovespa futuro.

IBOV...após 13/04...suportes e resistências


O gráfico diário do Ibovespa formou um "piercing" sinalizando uma possível indefinição de tendência, prenúncio da formação de um possível "shooting star", de reversão de tendência, caso a máxima do pregão desta terça, não supere os 46.500pontos e o fechamento ocorra abaixo da máxima do dia. Portanto é possível que a tendencia altista iniciada cinco semanas atrás, com muitos indicadores ainda "sobrecomprados" possar dar início a uma realização, ainda neste pregão.

Suportes imediatos em 45.440, 44.800, 44.200 e 43.300 pontos.
Resistências imediatas em 46.000, 46.240, 46.400 e 46.500 pontos.

DJI...após 13/04...suportes e resistências


O gráfico diário de DJI formou um "doji" que poderá se transformar em um "doji evening star", de reversão de tendência, caso a máxima do pregão desta terça, não supere novamente os 8.113 pontos. Portanto é possível que a tendencia altista iniciada cinco semanas atrás, com muitos indicadores ainda "sobrecomprados" possar promover alguma realização, ainda neste pregão.

Suportes imediatos em 8.000, 7.950, 7.885 e 7.770 pontos.
Resistências imediatas em 8.113, 8.166 e 8.285 pontos.