segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Dow Jones cai 2% em linha com outras bolsas

por Agência ESTADO
17 de Agosto de 2009 18:40

Nova York - Os principais índices de ações do mercado norte-americano fecharam em baixa acentuada, em linha com as pesadas perdas sofridas pelas bolsas no exterior e que reabasteceram os temores de que a fraca demando do consumidor vai pressionar a frágil recuperação da economia. A liquidação atingiu uma grande variedade de companhias de matérias-primas e energia, assim como financeiras - incluindo o Bank of America - e a Lowe's, que divulgou balanço.

Poucas ações ficaram imunes à vasta queda das bolsas nesta segunda-feira, em um movimento que foi desencadeado pela queda de 5,8% do índice composto da Bolsa de Xangai, na maior queda porcentual desde novembro. Os investidores vinham usando a China para elevar os preços das ações do setor de commodities, que lideraram os recentes ganhos no mercado de ações. Contudo, nesta segunda-feira, os indicadores econômicos da China e uma acentuada queda nos preços das commodities levaram os investidores a buscar refúgios seguros.

O índice Dow Jones caiu 186,06 pontos (-2%) e fechou a 9.135,34 pontos, registrando a maior queda em pontos e porcentual em um dia desde 2 de julho. Entre as blue chips, as ações da Alcoa lideraram as perdas, com uma queda de 6,48%.

"Simplesmente não existe crescimento ainda em lugar nenhum, exceto na Ásia, portanto, uma desaceleração lá atingiria aquelas áreas que se beneficiaram mais com aqueles crescimento - as áreas de commodities e recursos naturais", disse Gary Flam, gerente de carteira da Bel Air Investment Advisors. Contudo, Flam alertou que o declínio desta segunda-feira mal arranhou os robustos ganhos obtidos no mercado de ações desde início de março.

Se durante a manhã, as matérias-primas ditaram o ritmo do declínio, à tarde, o destaque foi para a fraqueza do setor financeiro. As ações do Bank of America fecharam em baixa de 4,77%, American Express recuou 4,19% e JPMorgan registrou um declínio de 4,05%.

As companhias de consumo não foram melhores, pressionadas pelas continuadas preocupações com relação à fraqueza do mercado de mão de obra. Além disso, nesta manhã a Lowe's informou que seu lucro caiu 19% no segundo trimestre fiscal, refletindo a continuada fraqueza na demanda. As ações da Lowe's fecharam em baixa de 10,34%.

Amanhã são esperados os balanços da Home Depot e da Target, ambas do setor de consumo. As ações da Home Depot fecharam em baixa de 3,80%, enquanto as da Target recuaram 1,52%. Depois do fechamento do mercado, a Hewlett-Packard também divulga seu resultado trimestral. No pregão de hoje, as ações da HP caíram 2,22%. A HP e a Home Depot são componentes do índice Dow Jones.

O índice Nasdaq caiu 54,68 pontos (-2,75%) e fechou a 1.930,84 pontos. O S&P-500 recuou 24,36 pontos (-2,43%) e fechou com 979,73 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bovespa cai com exterior, puxada por Vale e siderúrgicas

por Agência ESTADO
17 de Agosto de 2009 17:35

A aversão a risco predominou nos mercados acionários ao redor do globo e fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechar em queda pela segunda sessão consecutiva, puxada principalmente pelas ações de Vale e de siderúrgicas. Estes papéis foram influenciados pelo noticiário vindo da Ásia, que fez com que os preços de matérias-primas (commodities) recuassem.

O índice Bovespa (Ibovespa) caiu 2,51% hoje, aos 55.218,37 pontos. Na mínima do dia, registrou 54.881 pontos (-3,10%) e, na máxima, os 56.636 pontos (estabilidade). No mês, acumula alta de 0,83% e, no ano, de 47,05%. O giro financeiro totalizou R$ 7,723 bilhões, dos quais R$ 2,75 bilhões referem-se ao vencimento de opções sobre ações. Os dados são preliminares.

As ordens de vendas hoje começaram na Ásia, com os investidores reagindo ao noticiário do Japão e da China. Os japoneses finalmente conseguiram sair da recessão, mas a economia do país no segundo trimestre cresceu menos do que era esperado e acabou não contribuindo para levar os investidores a comprar ações.

O PIB japonês cresceu 0,9% no segundo trimestre ante o primeiro e 3,7% ante o mesmo intervalo de 2008, na primeira alta após cinco trimestres seguidos de retração. Mas as previsões dos analistas eram de elevação de 1% e 3,9%. Na China, o indicador que deixou os investidores mal humorados foi a queda de 35,7% dos investimentos diretos estrangeiros no país em julho ante igual mês do ano passado, totalizando US$ 5,36 bilhões.

No Japão, o índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 3,1%, a maior queda porcentual desde 30 de março. Na China, o índice Hang Seng tombou 3,62%; o índice Xangai Composto recuou 5,8%, e o Shenzen Composto caiu 6,6%.

Esse clima de aversão a risco se propagou pela Europa, onde as ações das mineradoras pesaram, também em meio ao noticiário do setor. Hoje, a mineradora australiana Fortescue anunciou acordo com a Associação do Ferro e do Aço da China (Cisa, na sigla em inglês) para a venda de minério de ferro com desconto de 35% em relação aos preços de contrato do ano passado. E a mineradora anglo-suíça Xstrata ampliou sua ofensiva para tentar convencer os analistas e os acionistas da Anglo American da proposta aliança entre as duas, informou o jornal britânico The Independent.

Nos EUA, os indicadores conhecidos nesta segunda foram bons, mas os índices reagiram à queda das bolsas globais e também aos receios de que uma potencial fraqueza prolongada no consumo dos norte-americanos limite ou adie a recuperação econômica. O Dow Jones recuou 2%, aos 9.135,34 pontos, o S&P 500 terminou em baixa de 2,43%, aos 979,73 pontos, e o Nasdaq de 2,75%, aos 1.930,84 pontos.

A Associação Nacional dos Corretores de Imóveis (NAHB) dos Estados Unidos informou que o índice do mercado imobiliário, que mostra a expectativa de vendas de residências novas para uma única família, subiu um ponto em agosto, para 18, nível não atingido desde junho do ano passado. É a quinta alta seguida do índice este ano. Já o Fed de Nova York divulgou que o índice Empire State de condições empresariais subiu para 12,08 em agosto, de -0,55 em julho, atingindo o nível mais alto desde novembro de 2007.

No Brasil, a queda das commodities metálicas e o noticiário influenciaram o comportamento das ações da Vale, que estiveram à frente das perdas do Ibovespa. As ações ordinárias (ON) tombaram 4,16% e as preferenciais da classe A (PNA), 4,21%. As siderúrgicas também tiveram perdas fortes: Gerdau PN caiu 4,52%, Metalúrgica Gerdau PN, 3,71%, Usiminas PNA, 3,56%, e CSN ON, 4%.

Petrobras também acompanhou as perdas do petróleo no mercado externo, mas teve o recuo amenizado pelo balanço divulgado na sexta-feira. A estatal anunciou lucro líquido consolidado de R$ 7,734 bilhões no segundo trimestre, com alta de 33% ante o primeiro trimestre e queda de 20,4% em relação a igual trimestre de 2008.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para setembro fechou em baixa de 1,13%, a US$ 66,75. Petrobras ON caiu 1,02% e Petrobras PN, 1,08%.

Segundo um operador de uma corretora em São Paulo, a Bovespa usou o cenário externo de pretexto para realizar lucros e, embora considere justo o valor que o Ibovespa está neste momento, considera que há espaço para cair um pouco mais antes de avançar. "Para superar os 57 mil pontos, precisa de dados mais fortes do que os que estão sendo divulgados", reforçou, ao lembrar que a agenda desta semana não reserva este tipo de indicador, na sua opinião.