quarta-feira, 25 de junho de 2008

Bolsas de Nova York fecham no azul apesar de alerta do Fed sobre inflação

Bolsas de Nova York fecham no azul apesar de alerta do Fed sobre inflação
por Valor Online
25/06/2008 17:57

SÃO PAULO - Os índices acionários em Wall Street, que passaram o começo do pregão em alta, sustentaram o movimento positivo após o Federal Reserve confirmar as expectativas e manter inalterada em 2% a taxa de juro nos Estados Unidos.
Ainda que a autoridade monetária tenha reforçado as preocupações com o movimento inflacionário no país, prevaleceu a atuação dos agentes na ponta da compra até o final da sessão. A valorização de ações do setor de tecnologia tiveram destaque na jornada.
O Dow Jones Industrial arrefeceu o ritmo de alta na fase final do pregão mas encerrou com alta de 0,04% aos 11.811 pontos. O Standard & Poor´s 500 terminou com valorização de 0,58%, aos 1.321 pontos. O eletrônico Nasdaq fechou aos 2.401 pontos, com alta de 1,39%.
Mais do que os riscos inflacionários, os investidores mantiveram o otimismo com o fato de o Fed avaliar que os riscos para o crescimento da economia americana estão menores. Além disso, mesmo com a inflação alta, os analistas não viram sinalização de que haja planos para elevar o juro básico do país.
Na ponta positiva destacaram-se as ações da Apple, que subiram 2,39%, para US$ 177,39 e as da GE, que fecharam com ganho de 1,45%, para US$ 27,99. As ações da varejista Wal-Mart subiram 1,40%, para US$ 58,12.

Fed: riscos de alta para a inflação dos EUA aumentaram

por Suzi Katzumata e Renato Martins da Agência Estado
25.06.2008 | 15h33

A decisão de manter a taxa básica de juros americana em 2% ao ano, tomada nesta tarde pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), obteve um placar de 9 votos a 1. Foi decidida também a manutenção da taxa de redesconto, uma linha de crédito emergencial do Fed para bancos, em 2,25% ao ano. Apenas o dirigente da regional do Fed de Dallas, Richard Fisher, votou contra a manutenção do juro. Ele preferia uma elevação da taxa para combater a inflação no país.
As autoridades monetárias não ofereceram indicações de um iminente aumento nas taxas, sugerindo que o cenário mais provável é um status quo desconfortável para muitos meses, enquanto o Fed enfrenta uma economia em dificuldade, combinada com uma pressão de preços em alta. "Os riscos de alta para a inflação e as expectativas de inflação aumentaram", afirmou o Fed em comunicado. O próximo encontro do BC americano está marcado para 5 de agosto.

Comunicado

"O Comitê Federal de Mercado Aberto decidiu hoje manter sua meta para a taxa dos Federal Funds em 2%.

"Informações recentes indicam que a atividade econômica em geral continua a se expandir, refletindo, em parte, o fato de os gastos do consumidor estarem se firmando. Contudo, os mercados de mão-de-obra se enfraqueceram mais e os mercados financeiros permanecem sob um estresse considerável. As condições apertadas do crédito, a contração em andamento no setor de moradia e a elevação dos preços da energia provavelmente pesarão no crescimento econômico nos próximos trimestres.
"O Comitê espera que a inflação se modere mais tarde neste ano e no próximo ano. Contudo, à luz das elevações contínuas nos preços da energia e de algumas outras commodities (matérias-primas) e o estado elevado de alguns indicadores de expectativas sobre a inflação, a incerteza quanto à perspectiva da inflação continua alta.
"O afrouxamento substancial da política monetária até agora, combinado com as medidas em andamento para fomentar a liquidez do mercado, deve ajudar a promover um crescimento moderado ao longo do tempo. Embora os riscos de redução do crescimento persistam, eles parecem ter diminuído bastante, e os riscos de alta da inflação e das expectativas quanto à inflação cresceram. O Comitê continuará a monitorar os acontecimentos econômicos e financeiros e vai agir à medida que seja necessário para promover o crescimento econômico sustentável e a estabilidade dos preços.
"Votaram a favor da decisão de política monetária do Fomc: Ben S. Bernanke, presidente; Timothy F. Geithner, vice-presidente; Donald L. Kohn; Randall S. Kroszner; Frederic S. Mishkin; Sandra Pianalto; Charles I. Plosser; Gary H. Stern; e Kevin M. Warsh. Votando contra esteve Richard W. Fisher, que preferia uma elevação da meta da taxa dos Federal Funds nesta reunião." As informações são da Dow Jones.