sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Com menor giro em 5 semanas, Bovespa destoa de NY e recua

por Aluísio Alves
08 de Agosto de 2008 18:03

SÃO PAULO (Reuters) - Numa sessão volátil e de baixo giro financeiro, a pressão das perdas das ações ligadas a commodities se sobrepôs à influência positiva de Wall Street, levando a Bolsa de Valores de São Paulo a fechar no vermelho.
O Ibovespa passou boa parte do dia oscilando em torno da estabilidade, antes de fechar em queda de 0,76 por cento, aos 56.584 pontos, sob o peso da queda das ações das blue chips Petrobras e Vale. O giro financeiro, de 3,99 bilhões, foi o menor em 5 semanas.
Segundo Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora, a queda nas cotações de commodities internacionais, que empurrou os índices de Wall Street para altas superiores a 2 por cento, ao mesmo tempo em que castigou os papéis mais líquidos do mercado acionário doméstico, mascarou o efeito de notícias corporativas positivas de empresas brasileiras.
"Neste momento, os investidores estão sendo guiados mais pela necessidade de ter liquidez", disse.
O recuo do petróleo para a faixa dos 115 dólares o barril foi a bússola para os negócios com as ações preferenciais da Petrobras, as mais importantes do índice, que caíram 0,9 por cento, a 33,55 reais.
Assim, os anúncios de que a companhia comprou a participação da ExxonMobil na Esso Chile por 400 milhões de dólares e que descobriu uma nova reserva de óleo leve na Bacia de Santos ficaram em segundo plano.
Também seguindo o mau momento internacional das mineradoras, as ações preferenciais da Vale caíram 1,5 por cento, valendo 36,20 reais. No mesmo rumo foram as siderúrgicas lideradas pelos papéis preferenciais da Gerdau Metalúrgica, que perderam 4,2 por cento, para 41,20 reais.
A coluna de perdas, no entanto, teve a liderança das ações preferenciais da Transmissão Paulista, com uma derrapada de 5,4 por cento, a 52,20 reais. A companhia reportou números abaixo das expectativas do segundo trimestre e teve a recomendação para suas ações reduzido de compra para manter pelo Unibanco.
Outra que desagradou o mercado com o balanço trimestral foi a Lojas Americanas, cujas ações preferenciais despencaram 4,7 por cento, para 11,15 reais.
Na parte de baixo da gangorra das cotações, o petróleo ajudou empresas cujos custos são afetados pelos preços dos combustíveis, sobretudo as aéreas. À frente, as preferenciais da Gol se recuperaram parcialmente de um tombo de 15 por cento na quinta-feira, subindo 5,1 por cento, para 16,77 reais.

Bolsa de NY tem na semana maior alta desde abril

por Renato Martins da Agência Estado
08.08.2008 18h10

O mercado norte-americano de ações fechou em alta forte, em reação à alta do dólar e à nova queda dos preços do petróleo e de outras matérias-primas (commodities). "Os preços da energia foram duramente atingidos pela alta do dólar e isso permitiu que as ações que estavam deprimidas encontrassem compradores", comentou Richard Parker, do Stanford Group. Com isso, os índices Dow Jones, Nasdaq e S&P-400 tiveram nesta semana suas maiores altas acumuladas desde o período entre 14 e 18 de abril.
Das 30 componentes do Dow Jones, 28 ações fecharam em alta (as exceções foram Alcoa, que caiu 0,13%, e IBM, que recuou 0,19%). Os destaques positivos foram ações de empresas da área de consumo, como Home Depot (+7,72%) e McDonald's (+6,16%). Ações do setor industrial também tiveram altas fortes, entre elas Boeing (+4,90%), DuPont (+4,50%) e 3M (+3,23%). Entre as ações que caíram, o destaque foi a agência de crédito hipotecário Fannie Mae (-9,05%), que divulgou o resultado do segundo trimestre pela manhã. Entre as empresas de serviços de exploração de petróleo, as da Schlumberger caíram 3,64% e as da Halliburton recuaram 2,99%.
O índice Dow Jones fechou em alta de 2,65%, em 11.734,32 pontos. O Nasdaq encerrou o dia com ganho de 2,48%, em 2.414,10 pontos. O S&P-500 subiu 2,39%, para 1.296,32 pontos. O NYSE Composite avançou 1,46%, para 8,460,32 pontos. Na semana, o Dow Jones acumulou uma alta de 3,60%, o Nasdaq, um ganho de 4,46% e o S&P-500, um avanço de 2,86%. As informações são da Dow Jones.