quarta-feira, 18 de junho de 2008

Banco escocês prevê 'crash' no mercado global de ações

por Cynthia Decloedt da Agência Estado
18.06.2008 09h12

O banco escocês Royal Bank of Scotland (RBS) advertiu seus clientes para se prepararem para um iminente "crash" no mercado de ações global e no mercado de crédito nos próximos três meses, uma vez que a inflação paralisa os maiores bancos centrais do mundo, reportou em sua edição desta quarta-feira o jornal britânico Daily Telegraph. "Um período muito horrível estará em breve entre nós - estejam preparados", disse o estrategista de crédito do banco Bob Janjuah.
Segundo o Daily Telegraph, um relatório distribuído pela equipe de pesquisa do banco alertou que o índice de ações S&P 500 de Wall Street deverá recuar mais de 300 pontos para cerca de 1.050 pontos até setembro, uma vez que "todas as galinhas voltarão para casa para pernoitar" dos excessos do boom global, provocando contágio em mercados na Europa e em países emergentes. Esta queda entre as bolsas mundiais será uma das piores já registradas no último século, diz o RBS. Ontem, o índice S&P 500 fechou em 1.350,93 pontos.
O RBS prevê ganhos em Wall Street até o início de julho, antes de o impacto do pacote de estímulo fiscal dado pelo governo americano começar a se evaporar e dos efeitos retardados da disparada do petróleo começarem a ser sentidos. "A globalização sempre ameaçou colocar os bancos centrais do G-7 em uma sinuca em algum momento. Chegamos a este ponto", disse o analista. O G-7 é o grupo que reúne os sete países mais desenvolvidos do mundo - Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá.
O Federal Reserve (Fed, banco central americano) e o Banco Central Europeu (BCE) enfrentam um dilema, já que os trabalhadores começam a perder seus empregos e as companhias cedentes de empréstimo estão cortando a disponibilidade de crédito, diz o Daily Telegraph. As autoridades não podem responder com dinheiro fácil porque os custos do petróleo e dos alimentos continuam a pressionar a inflação para níveis que estão incomodando os mercados.