quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Bovespa inicia outubro em alta, mas dia foi de cautela

por Claudia Violante da Agência Estado
01.10.2008 17h33

O quarto trimestre começou azul no mercado acionário doméstico. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou o primeiro pregão de outubro em alta, descolando-se das Bolsas norte-americanas. Mas ambos os mercados foram guiados pelo mesmo sentimento: cautela. A expectativa em torno da votação do pacote de ajuda ao sistema financeiro no Senado norte-americano, esta noite, trouxe alento aos investidores, mas depois da derrota inesperada na Câmara, na segunda-feira, a decisão foi esperar.
O índice Bovespa terminou o pregão em alta de 0,52%, aos 49.798,65 pontos. Oscilou entre a mínima de 47.641 pontos (-3,84%) e a máxima de 49.834 pontos (+0,59%). No acumulado do ano até hoje, o Ibovespa acumula perda de 22,05%. O giro financeiro totalizou R$ 5,037 bilhões nesta quarta-feira.
Em Wall Street, o índice Dow Jones terminou em baixa de 0,18%, aos 10.831,07 pontos, o S&P 500 recuou 0,45%, aos 1.161,09 pontos, e o Nasdaq teve desvalorização de 1,07%, aos 2.069,40 pontos.
O cerne das atenções nesta quarta-feira foi a expectativa de que será votado novamente hoje um pacote no Congresso norte-americano. Depois da derrota inesperada na segunda-feira, o governo Bush continuou negociando com os congressistas e resolveu investir numa aprovação no Senado. Para isso, fez algumas modificações no texto rejeitado, entre elas a elevação do teto de garantia para depósitos em bancos e instituições de crédito (FDIC) pelo governo, de US$ 100 mil para US$ 250 mil para a maioria dos depositantes.
Na avaliação do presidente George W. Bush, o pacote de socorro ao setor financeiro que será votado hoje pelo Senado é melhor do que aquele que foi rejeitado na segunda-feira pela Câmara. "A lei é diferente, foi melhorada e eu tenho confiança de que será aprovada. O plano de socorro foi melhorado com a elevação temporária do teto para os seguros da FDIC", disse Bush, referindo-se à Corporação Federal de Seguro de Depósitos.
Com a recusa pela aprovação do pacote na Câmara na segunda-feira, as perdas do Dow Jones, superiores a US$ 1 trilhão, alarmaram os norte-americanos, que pressionaram os congressistas a aprovar o pacote. Mas a prudência é uma virtude e foi posta em prática nesta sessão. Ainda mais com um indicador ruim divulgado pela manhã nos Estados Unidos: o índice de gerentes de compra sobre a atividade industrial caiu em setembro para 43,5, a menor leitura desde outubro de 2001, quando economistas esperavam queda para 49,5 em setembro. Amanhã, assim, será um dia cheio, com o resultado da votação no Senado em mãos.
Hoje, as commodities fecharam em baixa - o petróleo para novembro caiu 2,10%, para US$ 98,53 o barril - e puxou as blue chips na Bovespa para baixo. Petrobras ON caiu 1,47%, PN, -0,57%, Vale ON, -0,44%, e PNA, -0,03%.

NY fecha em queda com indicações de provável recessão

por Renato Martins da Agência Estado
01.10.2008 18h25

As Bolsas americanas fecharam em queda, depois de o índice de atividade industrial dos gerentes de compras e de o informe de vendas da montadora Ford em setembro indicarem que o aperto no crédito já está afetando as indústrias e os gastos do consumidor, tornando mais provável uma recessão. Em dia de feriado judaico e de expectativa quanto à aprovação do pacote de socorro ao setor financeiro pelo Senado, os volumes de negócios foram reduzidos. "Tivemos uma alta motivada por alívio ontem, por causa da expectativa de que o Congresso percebesse que precisa fazer alguma coisa. Agora, estamos fazendo água", disse um operador.
As ações da General Electric caíram 3,92%, mas fecharam acima da mínima do dia, depois de a empresa anunciar que planeja fazer uma oferta secundária de ações de US$ 12 bilhões e de o investidor Warren Buffett dizer que vai comprar US$ 3 bilhões em ações preferenciais da companhia.
Entre as montadoras, as ações da Ford caíram 12,50%, em reação a seu informe de vendas de setembro; as da GM fecharam no mesmo nível de ontem. O fraco índice de atividade industrial dos gerentes de compras fez as ações de indústrias e de empresas ligadas a matérias-primas caírem (Alcoa -5,80%, Caterpillar -4,45%, Ingersoll-Rand -5,49%, Parker Hannifin -3,60%), assim como as do setor de tecnologia (IBM -5,84%). As ações do setor financeiro subiram, devido ao otimismo quanto á aprovação do pacote de socorro (Citigroup +12,14%, Bank of America +8,94%, JPMorgan Chase +6,27%). As do National City Corp., entre as que mais haviam caído recentemente, subiram 65,14%.
O índice Dow Jones fechou em queda de 19,59 pontos (-0,18%), em 10.831,07 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 22,48 pontos (-1,07%), em 2.069,40 pontos. O S&P-500 caiu 5,30 pontos (-0,45%), para fechar em 1.161,06 pontos. As informações são da Dow Jones.

IBOV...após 30/09... persiste a forte volatilidade...


O Ibovespa abriu na mínima em 46.026 pontos e impulsionado pelos índices futuros em forte alta, rompeu as resistências nos 47 mil e 48 mil pontos, onde se acomodou após romper esse último patamar. Na última hora do pregão, sintonizado com a recuperação de DJI retomou os 49 mil pontos, para finalizar no leilão de fechamento na máxima em 49.541 pontos ( +7,7 %).

Análise: Após a histórica queda do pregão anterior de 10%, o Ibovespa mostrou força ao recuperar quase 80% dessa perda, retomando os 49 mil pontos, em cima de uma LTB secundária. Os principais indicadores do gráfico de "30 minutos" ainda sinalizam a continuidade da alta, ainda que sobrecomprados, pelo forte rallie de alta. Porém, os principais indicadores do gráfico diário ainda sinalizam a tendência de queda . Como o cenário externo vem ditando o comportamento do Ibovespa, apenas os índices futuros, antes da abertura do pregão, poderão indicar qual a tendência predominante do pregão. De qualquer modo espera-se ainda muita volatilidade.

Suportes imediatos em 49.400, 48.100, 47.150, 46.700 e 45.800 pontos.

Resistências imediatas em 50.600, 50.750, 51 mil e 52.000 pontos.

DJI...após 30/09... volatilidade persiste...


DJI abriu na mínima em 10.371 pontos e com os índices futuros em alta, rapidamente recuperou o patamar dos 10.500 pontos e se acomodando após retomar o patamar dos 10.600 pontos. Na segunda metade do pregão retomou a continuidade da alta, rompendo os 10.800 pontos, indo buscar a máxima em 10.868 pontos (+4,85%) e finalizar logo após em 10.850 pontos (+ 4,68%).

Análise: DJI executou um forte rallie de alta que há muitos anos não se via, após a queda histórica do dia anterior em quase 7%. Recuperou 2/3 da queda anterior, sinalizando que pode retomar novamente o patamar dos 11 mil pontos. A iminência de aprovação de um novo plano para socorro dos bancos trouxe alento novamente aos mercados. Espera-se ainda forte volatilidade para hoje, com a possibilidade do senado americano apreciar e aprovar o pacote (?)(antes da câmara dos deputados).

Os principais indicadores do gráfico diário e os de "30 minutos" sinalizam tendência de alta. Porém, face à forte volatilidade dos últimos pregões, somente os índices futuros, antes da abertura do pregão, poderão confirmar qual a possível tendência deste pregão.

Suportes imediatos em 10.590, 10.400 e 10.310 pontos.

Resistências imediatas em 10.870, 10.950, 11.150 e 11.300 pontos.