terça-feira, 7 de julho de 2009

Dow Jones e S&P-500 fecham nas mínimas em 2 meses

por Suzi Katzumata de Agência ESTADO
07 de Julho de 2009 19:10

Nova York - O Dow Jones e o S&P-500 fecharam nos níveis mais baixos em dois meses, pressionados pelo sentimento negativo dos investidores quanto à recuperação da economia e pela fraqueza das ações de companhias do setor de energia e do segmento industrial.

"Tivemos um recuo nos preços das commodities e algumas pessoas estão preocupadas com relação aos produtores de commodities e companhias de petróleo em particular", disse James Paulsen, estrategista-chefe de investimentos da Wells Capital Management. Os investidores também optaram pela cautela antes da divulgação do balanço do primeiro trimestre da Alcoa, esperado para depois do fechamento do mercado nesta quarta-feira e que tradicionalmente abre a temporada de balanços, disse.

Entre as blue chips, as ações da Alcoa subiram 1,62%, recuperando parte das acentuadas perdas de segunda-feira depois que seu executivo-chefe disse que a economia da China se estabilizou e que alguns setores estavam voltando. Espera-se que a gigante do setor de alumínio anuncie um prejuízo de US$ 0,37 por ação no segundo trimestre, segundo estimativa da Thomson Reuters, de um lucro de US$ 0,65 por ação registrado em igual período do ano passado.

No setor de energia, as ações da ExxonMobil caíram 2,26% e as da Chevron recuaram 2,25%, pressionados pela queda dos preços do petróleo para abaixo de US$ 63 por barril no mercado futuro de Nova York.

O setor industrial também registrou perdas pesadas, com destaque para: Boeing (-3,75%), IBM (-1,44%), Hewlett-Packard (-2,36%), 3M (-3,15%) e United Technologies (-2,89%).

O índice Dow Jones caiu 161,27 pontos (1,94%) e fechou com 8.163,60 pontos - fechamento mais baixo desde 28 de abril. O Nasdaq recuou 41,23 pontos (2,31%) e fechou com 1.746,17 pontos - menor nível desde 27 de maio. O S&P-500 caiu 17,69 pontos (1,97%) e fechou com 881,03 pontos - nível mais baixo desde 1º de maio. As informações são da Dow Jones e de agências internacionais

Ibovespa segue NY e cai 2,30%; Vale PNA perde 5,55%

por Agência ESTADO
07 de Julho de 2009 17:56

A Bolsa de Valores de São Paulo se manteve hoje atrelada ao comportamento das Bolsas norte-americanas e fechou novamente em baixa, pela quarta sessão seguida. Puxado principalmente por Vale, o índice Bovespa perdeu o suporte de 50 mil pontos, para fechar no menor nível desde 24 de junho. Siderúrgicas também foram destaque de baixa, numa sessão em que o sinal vermelho foi dominante nos papéis que compõem o principal índice à vista.

O Ibovespa terminou a sessão em queda de 2,30%, aos 49.456,70 pontos, menor pontuação desde os 49.672,12 pontos de 24 de junho. Na mínima do dia, registrou os 49.400 pontos (-2,41%) e, na máxima, os 50.621 pontos (estabilidade). Nestas quatro sessões seguidas de baixa, acumulou perdas de 4,05% que, em julho, são um pouco menores (-3,90%), já que no primeiro pregão do mês o índice subiu 0,15%. Em 2009 até hoje, o Ibovespa acumula alta de 31,71%. O volume financeiro totalizou R$ 5,441 bilhões, engrossado na reta final da sessão. Os dados são preliminares.

A justificativa para o desempenho dos mercados hoje - e nas últimas sessões - é a incerteza sobre o rumo da economia global, sobretudo norte-americana, depois dos dados fracos sobre o mercado de trabalho. Como a agenda está vazia de indicadores, os investidores ficam sem norte e também preferem não arriscar, já que tem início amanhã a temporada de balanços do segundo semestre, para a qual não se esperam números muito animadores.

Na avaliação do economista da Um Investimentos Hersz Ferman, o segundo trimestre foi bom no mercado financeiro, mas a economia ainda está fraca e ainda não mostra recuperação. "Mas está no caminho certo. Os estímulos demoram a surtir efeito, a mostrar resultados", comentou ao lembrar, no entanto, que diante das baixas expectativas sobre os balanços, números melhores podem adicionar o vigor que está faltando aos negócios. A Alcoa inaugura amanhã a safra de balanços nos EUA.

Hoje, assim como ao longo desta semana, Wall Street comandou os negócios também por aqui e, na ausência de novos compradores, a Bovespa seguiu fraca. Em Nova York, as bolsas hoje trabalharam a sessão toda em queda, e ampliaram a queda no final, pressionadas pelo sentimento negativo dos investidores quanto à recuperação da economia e pela fraqueza nos papéis de petrolíferas e de empresas do segmento industrial.

O Dow Jones terminou o dia em baixa de 1,94%, aos 8.163,60 pontos. O S&P 500 recuou 1,97%, aos 881,03 pontos, e o Nasdaq perdeu 2,31%, aos 1.746,17 pontos. Na Europa, o índice FTSE-100 da Bolsa de Londres recuou 0,19%, para 4.187,00 pontos. Em Frankfurt, o índice Xetra-DAX caiu 1,15%, para 4.598,19 pontos. Na Bolsa de Paris, o CAC-40 teve queda de 1,09%, para 3.048,57 pontos. Em Madri, o índice IBEX-35 recuou 0,51%, para 9.520,00 pontos.

No Brasil, o tombo das ações da Vale foi fundamental para o desempenho do índice. Os papéis PNA despencaram 5,55% e os ON, 5%, respectivamente a segunda e terceira maiores quedas do Ibovespa. Bradespar, que integra o bloco de controle da Vale, liderou as perdas do Ibovespa, com -5,58% na ação PN. Os investidores não gostaram muito da notícia de que a mineradora está lançando notes conversíveis em ações pela companhia. Ferman, da Um, justificou que o que desagradou foi o fato de a empresa ter dinheiro em caixa, o que levanta dúvidas sobre o que será feito com os recursos. "A empresa tem um dos melhores endividamentos do setor, baixo. E justamente por isso a emissão desagradou, já que levanta a hipótese de que a empresa voltará a fazer oferta de compra de outra empresa, aí sim aumentando o endividamento", comentou.

Como pano de fundo, os metais fecharam em baixa e esse sinal negativo também se espalhou pelas siderúrgicas. Metalúrgica Gerdau e Gerdau tiveram as maiores quedas do setor, de 3,82% e 3,56%, respectivamente, nas ações PN. Usiminas PNA perdeu 3% e CSN ON, -2,26%.

Petrobras também fechou em baixa, na esteira do recuo do preço do petróleo. Petrobras ON terminou em -0,99% e PN, em -2,30%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato com vencimento em agosto fechou em baixa de 1,75%, aos US$ 62,93 o barril.