quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Petrobras dispara e faz Bovespa subir 3,30%

por Claudia Violante da Agência Estado
11.09.2008 17h48

A arrancada das ações da Petrobras com o anúncio do potencial das reservas no campo de Iara na camada pré-sal da Bacia de Santos e da qualidade do óleo na região conduziu a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ao segundo pregão consecutivo de ganhos - e de volta aos 51 mil pontos. O índice Bovespa terminou a quinta-feira na máxima pontuação do dia, aos 51.270 pontos, em alta de 3,30%. Na mínima, tocou em 48.217 pontos (-2,85%). Com a alta de hoje, as perdas acumuladas em setembro caíram para -7,92% e, no ano, para -19,75%. O volume financeiro totalizou R$ 5,638 bilhões (preliminar).
Após o fechamento do mercado ontem, a Petrobras anunciou que as reservas no campo de Iara são estimadas em cerca de 4 bilhões de barris, e o óleo é leve, o de melhor qualidade. Com a notícia, as ações ordinárias (ON) da Petrobras dispararam 10,23%, para R$ 38,70, e as preferenciais (PN) avançaram 9,48%, para R$ 31,40. Os papéis movimentaram cerca de 25% do volume de negócios hoje na Bovespa e deram gás para as compras de outras ações, como Vale e siderúrgicas. As ações da mineradora subiram 5,18% as ON e 4,11% as PNA, enquanto CSN ON avançou 7,42%, Gerdau PN, 4,58%, Metalúrgica Gerdau PN, +3,96%, e Usiminas PNA, 1,16%.
O anúncio das reservas conseguiu abafar outra notícia que envolve a Petrobras, mas negativa: a de que a Bolívia reduziu parcialmente a entrega de gás natural ao Brasil depois de um incidente no gasoduto Gasoduto Yacuíba-Rio Grande (Gasyrg), no sul do país, que abastece o gasoduto Brasil-Bolívia.. Em entrevista no final da tarde, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou que a oferta de gás está praticamente restabelecida, depois que o governo boliviano mandou tropas ao local do incidente. Embora ele tenha dito que a situação ainda não é de total segurança, Lobão adotou um tom tranqüilizador ao afirmar que está sendo estocado "algum gás" para eventuais problemas futuros.
Também pesou a favor da Petrobras a notícia de que a estatal, juntamente com as portuguesas Galp Energia e Partex, está perto de encontrar petróleo na costa de Lisboa, segundo um jornal português. As ações da Petrobras conseguiram inclusive ignorar a queda do petróleo, que cedeu 1,67% hoje na Bolsa Mercantil de Nova York, com o contrato futuro de vencimento em outubro terminando em US$ 100,87 por barril.
Em Wall Street, depois de um dia de volatilidade com os índices operando em baixa em boa parte do pregão, o Dow Jones terminou com avanço de 1,46%, aos 11.433,71 pontos, o S&P subiu 1,38%, aos 1.249,05 pontos, e o Nasdaq de 1,32%, aos 2.258,22 pontos.

Bolsa de NY fecha em alta; Lehman Brothers cai 41,79%

por Renato Martins da Agência Estado
11.09.2008 18h33
O mercado norte-americano de ações fechou em alta, em dia de forte oscilação, motivada pelos temores quanto ao futuro do banco de investimentos Lehman Brothers. O índice Dow Jones chegou a cair 170 pontos pela manhã, mas inverteu a direção no meio do dia, acelerou sua alta na última meia hora do pregão e fechou em alta de quase 170 pontos; minutos antes do fechamento, o The Wall Street Journal disse que o Bank of America é uma das instituições financeiras em conversações para a possível compra do Lehman Brothers.
As ações do Lehman Brothers fecharam em queda de 41,79%, com os investidores mostrando ceticismo quanto ao programa de reestruturação divulgado ontem pela instituição. As do banco especializado em crédito hipotecário Washington Mutual operaram boa parte do pregão em queda, devido às dúvidas quanto à capacidade da empresa de se recuperar, mesmo com o novo executivo-chefe, mas inverteram a direção e fecharam em alta de 21,98%. A mesma inversão aconteceu com as ações da seguradora AIG, que fecharam em alta de 0,29%, depois de a empresa dizer que pode vender suas unidades de resseguros e de crédito ao consumidor.
Das 30 componentes do Dow Jones, 28 ações fecharam em alta (as exceções foram Citigroup -0,37% e Johnson & Johnson -0,10%). O destaque positivo foi General Motors, com alta de 11,65%, em dia de nova queda dos preços do petróleo.
O índice Dow Jones fechou em alta de 164,79 pontos (1,46%), em 11.433,71 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 29,52 pontos (1,32%), em 2.258,22 pontos. O S&P-500 subiu 17,01 pontos (1,38%), para 1.249,05 pontos.
Títulos
Os preços da maioria dos títulos do Tesouro dos EUA chegaram ao fim do dia em alta moderada, com correspondente baixa nos juros. O dia foi marcado pela volatilidade, em meio à incerteza sobre a capacidade do Lehman Brothers para levantar capital. No começo da tarde, o Tesouro dos EUA leiloou US$ 12 bilhões em T-Notes de 10 anos; a demanda foi considerada forte, embora se tratasse de uma reabertura da emissão feita na primeira semana de agosto (com o mesmo cupom e a mesma data de vencimento).
"O leilão foi bom e não houve solução para o caso do Lehman", disse o operador Sean Murphy, da RBC Capital Markets. Para o estrategista T.J. Marta, da mesma instituição, "os mercados estão extraordinariamente preocupados com o sistema bancário".
No fechamento em Nova York, o juro projetado pelos T-Bonds de 30 anos estava em 4,207%, de 4,213% ontem; o juro das T-Notes de 10 anos estava em 3,628%, de 3,623% ontem; o juro das T-Notes de 2 anos estava em 2,203%, de 2,187% ontem. As informações são da Dow Jones.

IBOV...após 10/09...Volatilidade e Divergência de tendências...


O Ibovespa abriu em 48.439 pontos e esboçou uma alta inicial, recuperando o patamar dos 49 mil pontos, até encontrar resistência nos 49.600 pontos. Daí, refluiu novamente em forte queda, retomando o processo de queda iniciado anteriormente até encontrar suporte na mínima em 47.606 pontos (-1,7%). A partir desse ponto reverteu com vigor, até atingir a máxima em 49.956 pontos (+ 3,14%). Nas última meia-hora de pregão, com o recuo de DJI, finalizou em 49.633 pontos (+2,47%).

Análise:O Ibovespa após buscar novo fundo no patamar dos 47.600 pontos, reverteu para alta, como previam os indicadores gráficos "muito sobrevendidos", retomando o patamar dos 49 mil e quase rompendo os 50 mil novamente. Refluiu no final por conta do recuo de DJI. Continua ainda com muita volatilidade, principalmente por Vale e Petro que deram a tônica do pregão, e que com certeza continuarão a influenciar o índice por fatos e boatos, principalmente com a aproximação do vencimentos das opções, na próxima segunda. O aumento (já precificado) de 0,75% na SELIC e a confirmação do tamanho do poço de Iara deverão dar a tônica ao pregão de hoje.

A recuperação após as fortes quedas anteriores, "afrouxou" os indicadores que estavam sobrevendidos e mostra divergências de sinalização entre o gráfico de "30 minutos" e o gráfico diário. Enquanto o IFR e o Estocástico do gráfico de "30 minutos" parecem mostrar reversão de tendência, esses mesmos indicadores no gráfico diário se mostram ainda em tendência de alta. O gráfico de momentos para as duas situações continua a apontar para a tendência de queda, que é ainda a tendência predominante. Os mercados futuros, antes da abertura do pregão, poderão confirmar (ou não) a principal tendência.

Resistências imediatas em 50.000, 50.690, 51.200, 51.700 e 52.300 pontos.
Suportes imediatos em 49.400, 48.900, 47.600, 46.800 (fundo projetado) e 46 mil pontos

DJI...após 10/09...formando triângulo de queda...


DJI abriu nos 11.233 pontos e com a indefinição dos mercados futuros, refluiu até a mínima em 11.216 pontos. A partir daí, retomou a alta, rompendo novamente o patamar dos 11.300 pontos até encontrar resistência novamente nos 11.360 pontos. Rompido esse patamar, o Ibovespa tentou retomar os 11.400 pontos, mas foi até a máxima do dia nos 11.380 pontos (+ 1,34%). Nas últimas horas, não conseguindo se manter nesse patamar retomou o processo de queda e finalizou em 11.269 pontos (-0,35%),

Análise: DJI tentou romper a resistência nos 11.380 que poderia guindá-lo aos demais patamares de alta nos 11.500 e 11.600 pontos, novamente. Não conseguindo se manter nesse patamar, retornou para finalizar a constsrução do triângulo de queda cujo vértice está apontando para objetivos imediatos em 11.180 e 11 mil pontos.

O oscilador de momentos e o CCI/Ma cruzamento do gráfico diário manatêm a sinalização de tendência de queda, enquanto o IFR e o estocástico, se apresentam em tendência de alta. Essa indefinição, poderá ser removida, pelos índices dos mercados futuros, antes da abertura do pregão.

Acima de 11.300 pontos, objetivos de alta em: 11.390, 11.550 e 11.650 pontos (na LTB)
Abaixo de 11.230 pontos, objetivos de queda nos suportes em 11.200, 11.180, 11.100 e 10.970 pontos.