quarta-feira, 11 de março de 2009

Copom confirma expecatativas e corta juro em 1,5 pto para 11,25%

Por Isabel Versiani
11 de Março de 2009 19:05

BRASÍLIA (Reuters) - O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu em 1,5 ponto a taxa básica de juros nesta quarta-feira, para 11,25 por cento ao ano, em decisão unânime e em linha com expectativas do mercado.

O corte da Selic, o maior desde novembro de 2003, foi feito em meio a sinais de desaceleração da inflação e um dia após o anúncio de que a economia brasileira sofreu retração recorde no último trimestre de 2008.

"O comitê acompanhará a evolução da trajetória prospectiva para a inflação até a sua próxima reunião, levando em conta a magnitude e a rapidez do ajuste da taxa básica de juros já implementado e seus efeitos cumulativos, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária", disse o Copom em comunicado.

Pesquisa Reuters feita na terça-feira mostrou que 16 de 20 instituições consultadas apostavam em um corte de 1,5 ponto na Selic.

Até a semana passada, a aposta predominante era de um corte de 1 ponto, mas a maioria dos economistas elevou a projeção após o anúncio dos números do PIB do último trimestre de 2008 e do desempenho da indústria em janeiro deste.

Com esse segundo corte consecutivo da Selic, a taxa básica de juros retornou a patamar de março de 2008. A próxima reunião do Copom ocorre nos dias 28 e 29 de abril.

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Bolsas de NY fecham em alta, mas dúvidas persistem

por Agência ESTADO
11 de Março de 2009 18:48

O mercado de ações norte-americano finalmente conseguiu fechar em alta por dois dias seguidos desde o início de fevereiro, depois que o setor financeiro recebeu um impulso adicional dos comentários do executivo-chefe do banco JPMorgan, Jamie Dimon, expressando confiança na rentabilidade do banco e minimizando os temores de estatização.
Contudo, os céticos viram sinais de fraqueza na inconstância do mercado e, particularmente, do setor bancário. De fato, as ações alternaram altas e baixas durante boa parte da sessão, com os bancos ampliando e devolvendo os ganhos. As ações do Citigroup, por exemplo, fecharam a US$ 1,54, com uma alta de 6,21%, mas abaixo de sua máxima no dia, que foi de US$ 1,70.
O Goldman Sachs elevou sua recomendação de investimento para o Morgan Stanley e o US Bancorp de "neutro" para "comprar". As ações do Morgan Stanley fecharam em alta de 8,01%, enquanto as do US Bancorp avançaram 8,95%.
O setor de tecnologia também mostrou vigor durante a sessão, incluindo Apple (+4,57%), Dell (+2,51%), eBay (+4,96%) e Google (+3,16%). As ações da Hewlett-Packard dispararam 5,81% depois do UBS ter elevado sua recomendação para a companhia.
Entre as notícias do dia, a CNBC informou que Jamie Dimon disse em entrevista por telefone para a CNBC, que o banco foi lucrativo em janeiro e fevereiro. Dimon disse ainda que acha que nenhum banco americano deve ser nacionalizado. As ações do JPMorgan fecharam em alta de 4,62%.
Contudo, apesar de iguais garantias dadas de executivos do Citigroup e do Bank of America nos dias anteriores, os investidores ainda estão preocupados com o peso dos "ativos tóxicos" em seus balanços. "Até agora, temos visto a degradação dos valores de ativos e derivativos de moradia, mas você ainda tem a deterioração dos créditos corporativos e dos créditos de hipotecas comerciais", disse Daniel Alpert, fundador do banco de investimentos butique Westwood Capital.
No geral, os empréstimos para empresas e hipotecas levam mais tempo para entrar em default em comparação com os empréstimos para o consumidor, mas muito provavelmente estão caminhando para aquela direção, disse Alpert. Por exemplo, a taxa de ocupação e os preços nos hotéis recentemente começaram a "despencar", provavelmente deixando algumas redes de hotéis em situação apertada, disse. Os bancos vão sentir esse problema por causa da imensa exposição às hipotecas comerciais e bônus corporativos, acrescentou.
O índice Dow Jones subiu 3,91 pontos (0,06%) e fechou em 6.930,40 pontos - o índice ainda não fechou nenhum dia acima dos 7 mil pontos neste mês. O Nasdaq avançou 13,36 pontos (0,98%) e fechou em 1.371,64 pontos. O S&P-500 subiu 1,76 ponto (0,24%) e fechou em 721,36 pontos. As informações são da Dow Jones.

Ibovespa melhora no final, mas garante só 0,03% de alta

por Agência ESTADO
11 de Março de 2009 17:40

Num pregão volátil, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) escapou da queda na hora final, influenciada por Wall Street. As Bolsas norte-americanas estiveram mais firmes em garantir os ganhos nesta sessão, e receberam um incentivo extra no final da tarde, com declarações sobre os resultados do banco JPMorgan. A Bolsa brasileira, que recuava, seguiu a melhora e virou.
O índice Bovespa (Ibovespa) terminou a sessão com ligeira alta, de 0,03%, aos 38.804,80 pontos. Na mínima do dia, tocou os 38.238 pontos (-1,43%) e, na máxima, os 39.310 pontos (+1,33%). No mês, a Bolsa acumula elevação de 1,63% e, no ano, de 3,34%. O giro financeiro totalizou R$ 3,626 bilhões. Os dados são preliminares.
Depois dos ganhos fortes da véspera (ontem o Ibovespa subiu 5,59%), os investidores passaram boa parte do pregão à procura de justificativas para continuar a comprar papéis, mas o dia hoje foi relativamente fraco no exterior. Até o final da tarde, as ordens de compras ainda ecoavam as declarações da véspera do executivo-chefe do Citigroup, Vikram Pandit. Cerca de uma hora antes de o pregão terminar hoje, a rede americana de notícias CNBC soltou uma informação sobre os resultados do JPMorgan, dando um fôlego extra às Bolsas norte-americanas. A Bovespa acompanhou.
O executivo-chefe do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse que o banco foi lucrativo em janeiro e fevereiro, segundo a CNBC. O teor das declarações foi muito semelhante às afirmações feitas ontem pelo executivo-chefe do Citigroup. Embora pareça favorável, o mercado quer ver os números de fato para então decidir por si só o que fazer. Mas até que isso aconteça, mais uma vez se garantiu comprando - hoje com menos desespero.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,06%, aos 6.930,40 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,24%, aos 721,36 pontos, e o Nasdaq subiu 0,98%, aos 1.371,64 pontos. As ações do JPMorgan fecharam em alta de 4,62% e as do Citigroup, de 6,21%. Bank of America avançou 2,92%.
As principais bolsas europeias também subiram nesta quarta-feira, dando continuidade aos ganhos da sessão de ontem. Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 teve valorização de 0,39% e fechou em 2.674,20 pontos. Em Frankfurt, o índice Xetra-Dax avançou 0,70% e fechou em 3.914,10 pontos. A Bolsa de Londres foi na contramão e caiu 0,58%.
No Brasil, os investidores estrangeiros estiveram atuantes hoje, sustentando principalmente os papéis da Petrobras. Com isso, as ações da estatal fecharam na contramão do petróleo, em alta de 0,63% a ordinária (ON) e 0,52% a preferencial (PN). Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato futuro de petróleo com vencimento em abril terminou com baixa de 7,39%, a US$ 42,33. A redução nos preços do petróleo foi motivada pelos estoques semanais do produto nos EUA. Segundo o Departamento de Energia (DOE) dos EUA, houve avanço de 749 mil barris na semana encerrada em 6 de março, para 351,339 milhões de barris, ante expectativa de alta de 200 mil barris por parte de analistas.
A mineradora Vale também conseguiu descolar-se da queda dos preços dos metais e subiu favorecida pelas compras de estrangeiros e pelo aumento das importações de commodities metálicas pela China. Vale ON, +1%, e PNA, +0,40%. O governo de Pequim anunciou que as compras de minério de ferro totalizaram 46,74 milhões de toneladas métricas em fevereiro, com expansão de 43,2% ante janeiro e de 22,4% ante fevereiro de 2008, dado que reforça a percepção do mercado de que o país atuou para ampliar seus estoques. As importações de cobre aumentaram 41,5% em fevereiro ante janeiro.
Segundo um operador, o mercado doméstico de ações ainda trabalhou na expectativa da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que só vai repercutir nos negócios no pregão de amanhã. Depois dos dados ruins do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro divulgados ontem pelo IBGE, cresceram as apostas de corte de 1,5 ponto porcentual da taxa Selic (juro básico da economia), embora não tenha sido descartada uma redução ainda mais ousada, de 2 pontos porcentuais, o que levaria a taxa para 10,75% ao ano. O Copom deve anunciar a decisão sobre a taxa Selic no início desta noite.
Amanhã, a agenda está mais forte em eventos nos EUA, com destaque para as vendas no varejo, estoques de empresas e pedidos de seguro-desemprego. No Brasil, destaque para o sinalizador da produção industrial e a pesquisa industrial de emprego e salário.