segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ibovespa termina o dia com leve ganho, de 0,12%

por Claudia Violante da Agência Estado
16.06.2008 17h31

A Bolsa de Valores de São Paulo abriu a semana com muita volatilidade, num pregão marcado pela posição defensiva dos investidores diante das incertezas que rondam o mercado internacional. O petróleo, pela manhã, bateu novo recorde e contaminou negativamente os índices acionários norte-americanos, também afetados por um índice do setor de manufaturas ruim. Mas a commodity acabou recuando e levando as bolsas norte-americanas a devolverem boa parte das perdas.
Para a Bovespa, o pregão terminou praticamente no zero a zero. Depois de oscilar entre a mínima de 66.430 pontos (-1,15%) e a máxima de 67.618 pontos (+0,62%), o Ibovespa, principal índice, acabou fechando com alta de 0,12%, aos 67.284,6 pontos. No mês, acumula perdas de 7,31% e, no ano, alta de 5,32%. O volume financeiro totalizou R$ 7,054 bilhões, mas o exercício de opções sobre ações respondeu por R$ 1,456 bilhão desse total. O giro financeiro do exercício de opções também foi fraco: em maio, havia totalizado R$ 4 bilhões.
Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,31%, o S&P subiu 0,01% e o Nasdaq avançou 0,83%. A queda do Dow Jones ocorreu apesar de o preço do petróleo ter recuado 0,19%, a US$ 134,61 por barril (embora antes tenha batido nova máxima histórica, a US$ 139,89). O que fez os preços recuarem foi uma notícia que já era conhecida no mercado logo cedo: a Arábia Saudita, maior exportador de petróleo do mundo, pode aumentar sua produção.
Segundo analistas em Wall Street, as notícias negativas de companhias que estão sobrecarregadas com apostas de crédito ruins ainda seguem no horizonte e prejudicam o mercado acionário. Um exemplo é o banco Lehman Brothers, que hoje anunciou prejuízo de US$ 2,8 bilhões no trimestre encerrado em 31 de maio. “Tivemos poucas pessoas sinalizando que já passamos pelo pior. Mas ninguém nunca disse 'estamos todos melhores agora'”, afirmou o estrategista Marc Pado, da Cantor Fitzgerald.
Além do Lehman Brothers, o índice Empire State ajudou a azedar os humores por lá. O dado da atividade do setor de manufatura em Nova York caiu para -8,68 em junho, ante previsão de -1,5.
Ações
As ações da Petrobras oscilaram muito, pela manhã e perto do fechamento. As ordinárias (ON, com direito a voto) conseguiram manter o sinal de alta até encerrar a sessão, mas as preferenciais (PN, sem direito a voto) caíram. Petrobras ON subiu 0,32% e Petrobras PN cedeu 0,22%. Vale também oscilou, mas os papéis ON e PNA encerraram com o mesmo sinal, de alta: +0,07% e +0,19%, respectivamente. Ontem, o jornal britânico The Observer informou que a empresa pode fazer uma proposta de compra para a mineradora Anglo American, cujo valor de mercado atinge US$ 85 bilhões.

Projeções para o PIB de 2009 já caem e variam de 3% a 4,1%

por Sergio Lamucci de VALOR ECONOMICO
16/06/2008

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano deve beirar os 5%, mas o panorama para 2009, visto de hoje, é bem menos promissor. O aumento dos juros iniciado em abril só deverá bater com força sobre a economia no ano que vem, devido aos efeitos defasados da política monetária. Segundo o relatório Focus, os economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) apostam numa expansão de 4% em 2009, mas já há quem acredite numa taxa bem mais baixa, na casa de 3%.
Além do menor ritmo, a composição do crescimento do produto interno no próximo ano será diferente, com perda mais expressiva do investimento - para este indicador, após três anos de crescimento acima de dois dígitos, os economistas projetam alta entre 3,9% e 6,5%, apenas.
O aperto monetário em curso pode produzir algum efeito ainda em 2008, mas um crescimento próximo a 5% parece bastante factível, avalia a economista Marcela Prada, da Tendências Consultoria Integrada, que prevê alta de 4,9%. Ela observa, porém, que o PIB vai começar uma trajetória de desaceleração ainda neste ano. Além de algum impacto dos juros, a inflação vai "comer" parte da renda, afetando o consumo, e a demanda externa será mais fraca, diz ela.
Para 2009, o quadro será mais complicado em termos de atividade econômica, principalmente por causa do efeito do ciclo de alta dos juros. Marcela acredita que a taxa Selic, hoje em 12,25% ao ano, terminará 2008 em 14,25%, só voltando a cair no fim do ano que vem, para 13,5%. Nesse cenário, a Selic média de 2008 ficaria em 12,3% e a de 2009, em 14,1%.
"As nossas projeções indicam um crescimento ainda elevado da demanda interna neste ano e desaceleração em 2009. Isso deve ocorrer no consumo das famílias, no do governo e principalmente no investimento", afirma Marcela. Ela estima que a expansão do investimento caia de 11,4% neste ano para 6,5% no ano que vem, em parte devido à política monetária mais apertada. Além disso, depois de três anos de crescimento forte, o que tem levado a um aumento da capacidade produtiva das empresas, é natural que haja um arrefecimento do ritmo de inversões na economia.
O economista Fernando Rocha, da JGP Gestão de Recursos, traça um cenário parecido ao de Marcela. Ele prevê um crescimento do PIB de 5% neste ano e de 4% no ano que vem, com a demanda doméstica (consumo das famílias, consumo do governo e investimento) perdendo bastante fôlego. Dos 5% previstos para a evolução do PIB este ano, 7,5 pontos percentuais devem vir do mercado interno, diz ele, enquanto o setor externo deve contribuir negativamente com 2,5 pontos, devido à expansão das importações bem superior à das exportações.
Para 2009, Rocha estima que a alta de 4% será formada por 5,3 pontos da demanda doméstica, enquanto o setor externo deverá tirar 1,3 ponto do PIB. A exemplo de Marcela, ele avalia que o investimento será o componente da demanda mais afetado pela política monetária em 2009.
O consumo das famílias também não vai ser ileso desse processo. Marcela estima um crescimento de 5,8% no ano que vem, uma desaceleração em relação aos 7% previstos para 2008. Segundo ela, o crédito deverá avançar a um ritmo modesto, depois de anos de expansão forte. O mesmo vai ocorrer com a massa salarial. Marcela prevê uma alta de 5% neste ano e de 4,7% em 2009 para este indicador.
Há analistas com um cenário bem mais pessimista para o comportamento do PIB em 2009, como o economista-chefe do Morgan Stanley, Marcelo Carvalho. Ele aposta em alta de apenas 3%, com forte desaceleração do investimento e do consumo das famílias. Para Carvalho, o investimento é o componente mais volátil da demanda. O seu ritmo de expansão deve cair de 11,1% neste ano para apenas 3,9% em 2009, estima ele. "O investimento sobe mais em momentos de queda dos juros, e sofre mais quando eles estão em alta", pondera o economista do Morgan Stanley.
Em seu cenário básico, Carvalho considera que o BC vai elevar a Selic para 14,25% no fim do ano. Ele não descarta, porém, uma alta mais forte dos juros, dependendo do comportamento das expectativas de inflação. Os modelos de Carvalho indicam que, se a inflação prevista para os próximos 12 meses, hoje em 4,81%, se estabilizar na casa de 5% até o fim do ano, os juros não precisam subir além de 14%. No entanto, se as expectativas ficarem próximas de 6% será necessário elevar a Selic para 16%. A meta de inflação para este ano e para o próximo, vale lembrar, é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 2 pontos percentuais, para cima ou para baixo.
O diretor de Economia e Renda Fixa da Unibanco Asset Management (UAM), Alexandre Mathias, também tem uma projeção pessimista para o PIB em 2009: 3,25%, com a Selic batendo em 14,5% no fim de 2008. Mathias considera que os juros podem ter que subir ainda mais, o que faria o PIB crescer menos. "A questão é que o cenário para a inflação está muito indefinido", diz ele.
Segundo ele, há uma extrema dificuldade em se prever o comportamento dos preços de alimentos, onde o descompasso entre oferta e demanda continua. Para piorar, as expectativas de inflação começaram a subir com força, o que pode requerer uma ação mais enérgica do BC para fazer o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltar para a trajetória das metas. A sua previsão oficial é de um IPCA de 6% neste ano, mas ele não descarta um indicador entre 6,2% e 6,6%.
A herança estatística é outro fator a conspirar contra o PIB de 2009. O crescimento de 5,4% de 2007 deixou para este ano um "carry over" de 2,5 pontos percentuais, o que significa que, se a economia não crescer nada em relação ao nível atingido no fim do ano passado, o PIB registrará uma expansão de 2,5%. Para 2009, o número será mais baixo. Se a expansão do PIB de 2008 ficar em 5%, como prevê Rocha, a "herança estatística" deve ficar na casa de 1,7 ponto.
O número tende a ser bem mais baixo porque a variação do PIB de um ano é obtida pela comparação da média do crescimento de um ano com a média do ano anterior. Em 2007, a economia foi ganhando força ao longo do tempo, terminando num nível muito mais elevado do que o registrado no começo do ano - ou seja, a média ficou bem abaixo do patamar atingido no fim do ano. Neste ano, porém, a expectativa é de uma alta mais moderada, com o PIB avançando mais lentamente no segundo semestre. Como o patamar do fim de 2008 não ficará tão acima da média do ano, o resultado será uma herança estatística menor para 2009.

IBOV...após 13/06...não conseguindo romper 68 mil deverá vir abaixo dos 67 mil pontos...


O Ibovespa abriu em alta nos 67.325 pontos e impulsionado pelos mercados futuros, tentou recuperar o patamar dos 68 mil pontos, indo buscar sua máxima em 67.884 pontos, onde novamente ficou aguardando um desempenho mais favorável de DJI para recuperar os 68 mil pontos. Como DJI não conseguiu romper sua LTB após a máxima na abertura, refluindo em seguida, o IBOV também retrocedeu até buscar suporte na mínima nos 66.906 pontos.A partir daí, em nova reação atingiu 67.714 pontos, onde novamente estabeleceu resistência. Não conseguindo romper sua LTB recente, refluiu até pouco abaixo dos 67 mil pontos, encontrando suporte em 66.930 pontos. Esboçou pequena reação nos últimos momentos para fechar em 67.203 pontos (queda de 0,17%).

Análise: O IBOV novamente não conseguiu romper a resistência dos 68 mil pontos. Não conseguindo romper sua LTB recente nos 67.900 pontos, muito provavelmente irá buscar um patamar de negociações abaixo dos 67 mil pontos. Nessa hipótese, deverá testar o suporte em 65.300 pontos, na LTA iniciada na mínima do pregão de 16/08/07. Na hipótese de ocorrer a perda definitiva desse suporte o Ibovespa irá retornar à casa do 60/62 mil pontos. A análise gráfica apresenta divergências de tendência em alguns de seus principais indicadores. Os índices futuros do Ibovespa e dos mercados americanos, antes da abertura do pregão, poderão sinalizar a direção do pregão.

Suportes em 65.900, 65.300 (LTA) e 63.900 pontos (fibo38%).
Resistências em 67.900, 68.500, e 69.300 pontos.

DJI...após 13/06...não conseguindo romper a LTB, poderá refluir aos 12 mil, novamente...


DJI abriu nos 12.144 pontos (mínima do dia) e influenciado pelos índices futuros em forte alta, rompeu novamente o patamar dos 12.200 pontos indo buscar sua máxima na resistência em 12.309 pontos (na primeira meia hora de pregão). A partir daí, uma forte pressão vendedora, empurrou o índice novamente para um patamar abaixo dos 12.200 pontos, encontrando suporte em 12.181 pontos. Nas últimas duas horas de pregão regiu novamente atingindo a máxima do dia em 12.310 pontos. Em seguida, finalizou em 12.307 pontos (alta de + 1,37%).

Análise: DJI continua com muita volatilidade não conseguindo romper a LTB recente, porém se sustentando ainda, acima dos 12.000 pontos. Nessa semana deverá testar novamente a LTB, agora nos 12.320 pontos. Caso consiga rompê-la, poderá buscar novamente o patamar dos 12.600 pontos. Em caso contrário, deverá refluir e buscar novo patamar de negociações, abaixo dos 12 mil pontos, provavelmente testando o suporte em 11.975 pontos na LTA . Caso perca esse suporte, poderá retornar ao patamar dos 11.500 pontos. Os indicadores gráficos, com a recuperação nas últimas duas horas de pregão, se mantêm em tendência de alta. Porém, com a forte volatilidade recente, seria recomendável observar os índices futuros antes da abertura, que irão sinalizar com melhor precisão, a tendência para DJI.

Suportes imediatos em 12.145, 12.070 e 11.975(LTA)pontos.
Resistências em 12.320, 12.500 e 12.610 pontos.