quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Briga por opções e queda de commodities pressionam Bovespa

por Aluísio Alves
16 de Outubro de 2008 18:23

SÃO PAULO (Reuters) - Uma nova rodada de queda nos preços de commodities, combinada com a proximidade do exercício dos contratos de opções, filtrou o efeito positivo de Wall Street sobre a Bolsa de Valores de São Paulo, que voltou a fechar no vermelho nesta quinta-feira.
Noutra sessão de volatilidade intensa, o Ibovespa encolheu 1,06 por cento no final do pregão, para 36.441 pontos. O volume financeiro do dia foi de 5,52 bilhões de reais.
Pela manhã, o noticiário indicava que seria outro dia de massacre nos mercados de ações. De um lado, gigantes financeiros revelaram novos estragos da crise ao divulgarem os resultados do terceiro trimestre.
O Merrill Lynch teve prejuízo de 5,1 bilhões de dólares. O lucro do Bank of New York Mellon caiu 53 por cento, e o Citi teve prejuízo de 2,8 bilhões de dólares, completando 12 meses de perdas.
De outro, dados dos Estados Unidos descortinavam os primeiros sinais incontestáveis de que a recessão já chegou. A produção industrial do país caiu 2,8 por cento em setembro, a maior queda desde dezembro de 1974. E o índice de atividade empresarial no Meio-Atlântico caiu para o nível mais baixo desde outubro de 1990.
A primeira reação foi a mais lógica. Os principais índices das bolsas nova-iorquinas chegaram a desabar mais de 4 por cento, movimento que arrastou o Ibovespa para uma queda de mais de 8 por cento.
Como as bolsas norte-americanas já haviam registrado quedas percentuais diárias desde 1987, os preços bastante baixos das ações atraíram uma onda gigantesca de ordens de compra dos caçadores de barganhas. Com uma recuperação fulminante, o Dow Jones decolou 4,68 por cento.
Por aqui, essa reviravolta foi suficiente apenas para amenizar as perdas do Ibovespa, que ainda refletia a influência da queda generalizada das commodities sobre os preços de algumas das principais ações da carteira.
Petrobras, a pior do índice, viu sua ação preferencial desabar 7,5 por cento, depois de o barril do petróleo ter caído abaixo dos 70 dólares. Vale caiu 2,1 por cento, a 23 reais.
"Mas isso pode ter tido alguma influência do vencimento de opções", disse André Querne, sócio da Rio Gestão de Recursos. As duas ações são as mais importantes desse mercado e também as mais importantes da carteira teórica.
Mas o índice também foi fortemente pressionado pelo setor bancário, já que investidores correram a realizar lucros com algumas das ações que mais subiram no início da semana, depois que o Banco Central ampliou medidas para dar mais liquidez ao sistema financeiro. Unibanco foi a pior do segmento, desabando 6,1 por cento, para 13,80 reais.
A queda só não foi maior por causa da escalada de algumas ações, por motivos pontuais. Gol refletiu bem a queda do petróleo e foi a melhor do índice, escalando 24,3 por cento, a 9,20 reais.
Companhia Siderúrgica Nacional decolou 17,3 por cento, para 29,65 reais, depois de notícias de que um consórcio japonês, incluindo a Nippon Steel e a Itochu, teria decidido comprar 40 por cento da Namisa, unidade de minério de ferro da CSN. A CSN, consultada, disse que não comenta rumores de mercado.

Bolsa de NY registra uma das maiores altas do ano

por Agência ESTADO
16 de Outubro de 2008 18:29

O mercado norte-americano de ações voltou a fechar em alta, revertendo a queda verificada pela manhã. As ações operaram em baixa durante boa parte do dia, em reação a uma nova fornada de indicadores fracos - a produção industrial, que sofreu em setembro a maior queda desde 1974, e o índice de atividade industrial do Fed de Filadélfia. O índice Dow Jones chegou a cair 380 pontos e o S&P-500, a perder 4,6%. A virada para cima aconteceu na última hora do pregão. O S&P-500 acabou tendo sua quarta maior alta deste ano em termos porcentuais e o Nasdaq, a segunda maior. O índice de volatilidade VIX subiu para o nível recorde de 81,17 no fim da manhã, mas recuou à tarde, fechando em 67,61, em queda de 2,37%.
Participantes do mercado disseram que uma das razões para a aceleração da alta no fim do pregão foi o fato de haver vencimento de opções de ações e de índices amanhã, o que motivou um movimento de cobertura de posições.
Entre os destaques do dia estavam as ações da Wal-Mart, com alta de 9,13%, em reação à nova queda dos preços do petróleo, que fecharam abaixo dos US$ 70 por barril. As ações das empresas de petróleo também subiram (ExxonMobil ganhou 11,39%). No setor financeiro, as ações do Citigroup caíram 2,03% e as do Merrill Lynch subiram 0,60%, depois de as duas instituições divulgarem resultados.
Entre as seguradoras de bônus, as ações da Ambac Financial subiram 47,78%, depois de seu executivo-chefe, Michael Callen, dizer que o setor está preparando um plano para apresentar ao Departamento do Tesouro, pelo qual as seguradoras venderiam ativos "problemáticos" ao governo; as da MBIA, maior companhia do setor, avançaram 32,16%.
O índice Dow Jones fechou em alta de 401,35 pontos, ou 4,68%, em 8.979,26 pontos. A mínima foi em 8.197,67 pontos e a máxima em 9.013,27 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 89,38 pontos, ou 5,49%, em 1.717,71 pontos, com mínima em 1.565,72 pontos e máxima em 1.717,72 pontos. O S&P-500 subiu 38,59 pontos, ou 4,25%, para 946,43 pontos, com mínima em 865,83 pontos e máxima em 947,71 pontos. As informações são da Dow Jones.