terça-feira, 13 de outubro de 2009

Bolsas de NY fecham quase estáveis antes de balanços

por Agência ESTADO
13 de Outubro de 2009 19:16

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam hoje perto da estabilidade, com um desempenho particularmente fraco dos papéis dos setores financeiro e de saúde, em meio à cautela dos investidores antes da divulgação de uma série de balanços importantes. O índice Dow Jones caiu 0,15%, para 9.871,06 pontos, registrando a primeira queda em quatro sessões. O S&P 500 fechou em baixa de 0,28%, a 1.073,19 pontos, rompendo uma sequência de seis sessões em alta. Já o Nasdaq subiu 0,04%, para 2.139,89 pontos.

Segundo Keith Springer, presidente da Capital Financial Advisory Services, "todos estavam esperando a Intel", que apresentou um lucro acima do previsto para o terceiro trimestre após o fechamento do mercado. Springer destacou que, independentemente dos resultados trazidos pelos balanços corporativos, o avanço dos índices acionários não deve se dissipar. "Não há lugar para o dinheiro agora, e as pessoas estão disputando para comprar coisas que deem qualquer tipo de retorno", disse Springer, acrescentando que tanto as ações quanto as commodities são possíveis destinos para as aplicações.

Entre os componentes do Dow Jones, recuaram Pfizer (queda de 1,9%) e Merck (baixa de 1,3%), reagindo à aprovação do projeto de lei do Comitê de Finanças do Senado dos EUA para a reforma do sistema de saúde norte-americano. Fora do índice, recuaram pelo mesmo motivo UnitedHealth Group (queda de 3,7%), Cigna (baixa de 3,1%) e Aetna (queda de 3,3%).

A Johnson & Johnson, que faz parte do Dow Jones, registrou declínio de 2,4%, após divulgar que, no terceiro trimestre, suas vendas encolheram 5,3% em relação a igual trimestre do ano passado. O lucro líquido da Johnson & Johnson, no entanto, cresceu 1,1% durante o período e superou as previsões dos analistas.

As ações de instituições financeiras foram particularmente prejudicadas pelo fato de a analista Meredith Whitney ter reduzido a recomendação dos papéis do Goldman Sachs de "comprar" para "neutro". Whitney ganhou reconhecimento por sua avaliação precisa do setor bancário durante a crise financeira mundial. O Goldman Sachs - que divulga balanço na quinta-feira - fechou em baixa de 1,5%, enquanto o JPMorgan Chase - que apresenta os resultados trimestrais amanhã - recuou 0,9%.

No segmento de mineração e metais, a Newmont Mining subiu 2,6% e a United States Steel avançou 3,3%. Os papéis do setor ganharam força devido ao avanço de hoje dos preços do ouro para um novo recorde. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nyse, na sigla em inglês), o volume negociado somou 1,143 bilhão de ações, ante os 946 milhões de ações de ontem. No Nasdaq, o volume alcançou 1,973 bilhão de ações negociadas. As informações são da Dow Jones

Bovespa adia realização de lucros e sobe 0,90%

por Agência ESTADO
13 de Outubro de 2009 18:10

Os investidores decidiram adiar um pouco mais a realização de lucros e uma possível correção no preço dos ativos, seja para compensar o feriado de ontem no mercado doméstico, seja para balizar o vencimento dos contratos do índice Bovespa (Ibovespa) futuro amanhã. O fato é que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encontrou fôlego para se manter no patamar mais alto desde junho do ano passado. O principal índice da Bolsa fechou em alta de 0,90%, aos 64.645,59 pontos, na máxima do dia, apesar de ter tocado a mínima de 63.967 pontos mais cedo. O giro financeiro foi de R$ 5,47 bilhões, enquanto na sexta-feira havia sido de R$ 4,788 bilhões. As informações são preliminares.

"Entre os que querem realizar lucros e os que esperam uma oportunidade para entrar, resta saber quem terá mais força", pondera Frederico Mesnik, sócio fundador da Humaitá Investimentos. Por isso, acredita ele, "o rali continua" internamente, enquanto lá fora prevalece a cautela, à espera dos balanços corporativos que serão conhecidos esta semana.

Ainda que o giro tenha sido considerado fraco pelos operadores, a Bovespa registrou forte atuação de estrangeiros na ponta compradora. "Dos dez maiores compradores, oito foram estrangeiros" nas negociações de hoje, disse um profissional. Na avaliação de Raffi Dokuzian, superintendente da Banif Corretora, sobram motivos para adiar a realização de lucros: o Brasil ainda tem uma taxa de juros atrativa perto de mercados como o americano e o europeu, há uma avalanche de recursos de estrangeiros prevista para os próximos meses - perto de US$ 20 bilhões até o final do ano - e as previsões pessimistas para o Produto Interno Bruto (PIB) do País parecem ter ficado para trás.

Na pesquisa Focus divulgada hoje pelo BC, por exemplo, o mercado financeiro elevou a previsão de crescimento da economia brasileira em 2010. A mediana das previsões para a expansão do PIB no próximo ano aumentou de 4,50% para 4,80%, em patamar superior ao observado há um mês, quando a previsão era de 4%. Para 2009, a estimativa também foi ajustada para cima e o mercado elevou a previsão de um leve crescimento de 0,01% para expansão de 0,10%. Um mês atrás, a expectativa era de contração de 0,15%.

A alta nas cotações dos contratos futuros de petróleo, impulsionada pela elevação da estimativa de demanda por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), também contribuiu para elevar os papéis da Petrobras, uma das blue chips da Bovespa. A Opep revisou sua previsão para a demanda mundial de petróleo para este ano e o próximo, por causa dos sinais de recuperação da economia global. Para este ano, a previsão da Opep é de contração de 1,4 milhão de barris por dia em relação ao ano passado, para 84,2 milhões de barris por dia. A estimativa anterior era de queda de 1,6 milhão de barris. Para 2010, a previsão de crescimento da demanda é de 700 mil barris por dia em relação a 2009, para 84,9 milhões de barris por dia, enquanto a estimativa anterior era de aumento de 500 mil barris por dia.

Com isso, o contrato de novembro para o petróleo WTI fechou em alta de 1,20% na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), para US$ 74,15. Ontem, ele já havia fechado acima de US$ 73 pela primeira vez desde 24 de agosto. Com isso, as ações ON da Petrobras tiveram alta de 0,55% na Bovespa, para R$ 41,83, enquanto as preferenciais subiram 0,51%, cotadas a R$ 35,82.

Já as ações da Vale, outra bluechip da bolsa brasileira, tiveram queda, no rastro do recuo das cotações dos metais em Londres. Há muita expectativa também sobre o anúncio de investimentos que a companhia fará amanhã em Minas Gerais. O papel com direito a voto da Vale caiu 0,96%, a R$ 43,30, enquanto a ação preferencial perdeu 0,34%, a R$ 38,63.

Além dos papéis da Petrobras, foram destaque na Bolsa hoje as ações das construtoras, diante de rumores de que o governo anunciará novas medidas de incentivo para o programa "Minha Casa, Minha Vida". A Cyrela informou pela manhã que sua oferta pública primária de ações poderá movimentar R$ 1,33 bilhão. A empresa vai colocar em oferta 43 milhões de ações ordinárias, de acordo com informações do prospecto preliminar. A negociação prevê lote suplementar de até 15%, ou 6,45 milhões de ações, e lote adicional de até 20% da quantidade total inicialmente ofertada, ou 8,6 milhões de papéis ON. A incorporadora espera iniciar o procedimento de coleta de intenções de investimento (bookbuilding) no próximo dia 15, processo que se encerrará em 27 de outubro, quando será fixado o preço por ação.

O período de reserva para a oferta de varejo será entre 22 e 26 de outubro de 2009, para pedidos de investimentos de R$ 3 mil a R$ 300 mil. A quantidade de ações para investidores não institucionais será de, no mínimo, 10% e, no máximo, 20% do montante inicial, sem considerar lote suplementar e adicional. No prospecto preliminar consta que a oferta, sem considerar os lotes suplementar e adicional, pode alcançar R$ 991,15 milhões, com base na cotação de fechamento na BM&FBovespa em 30 de setembro (R$ 23,05 por ação).

Já as bolsas internacionais tiveram um dia de realização de lucros, depois das altas recordes de ontem. O índice Dow Jones caiu 0,15%, a 9.871 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 0,28%, para 1.073 pontos. Só a bolsa eletrônica Nasdaq subiu (0,04%), a 2.139 pontos, depois do anúncio da compra da Starent Networks pela Cisco, em uma transação de US$ 2,9 bilhões.

Na Europa, também pesou negativamente o índice econômico do sentimento alemão ZEW, que veio pior que o esperado. O índice pan-europeu Dow Jones Stoxx 600 perdeu 1% e fechou em 241,94 pontos, embora ainda mantenha uma alta de 22% nos últimos 12 meses. O índice FTSE 100 da Bolsa de Londres perdeu 1,08% e fechou a 5.154,15 pontos. O índice DAX, o principal da Bolsa de Frankfurt, perdeu 1,19% e fechou a 5.714,31 pontos, e o índice CAC-40, o principal da Bolsa de Paris, caiu 1,15% para 3.801,39 pontos. Na Bolsa de Madri, o principal índice, o IBEX35, perdeu 1,20% e fechou a 11.608,30 pontos.