quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Bolsas de NY fecham em alta com Obama; GM lidera

por Agência ESTADO
26 de Novembro de 2008 20:05

O mercado norte-americano de ações fechou em alta, em dia de volumes reduzidos por causa do feriado de amanhã (Dia de Ação de Graças). Os índices Dow Jones e S&P-500 tiveram o quarto dia consecutivo de altas, o que não acontecia desde abril no caso do Dow Jones e desde maio no do S&P-500; este último acumula sua maior alta em quatro dias desde 1933.
O índice Dow Jones fechou em alta de 247,14 pontos, ou 2,91%, em 8.726,61 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 67,37 pontos, ou 4,60%, em 1.532,10 pontos. O S&P-500 subiu 30,29 pontos, ou 3,53%, para fechar em 887,68 pontos. O NYSE Composite subiu 172,02 pontos, ou 3,20%, para 5.547,38 pontos.
As Bolsas abriram em queda, em reação a vários indicadores econômicos negativos, entre eles os dados de encomendas de bens duráveis, gastos do consumidor, vendas de imóveis residenciais novos e os índices de atividade dos gerentes de compras de Chicago e de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan. A recuperação aconteceu depois de o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, dizer que "a ajuda está a caminho" e anunciar a formação de um conselho de assessores econômicos a ser liderado pelo ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) Paul Volcker.
Das 30 componentes do Dow Jones, somente duas ações fecharam em queda (Johnson & Johnson caiu 0,73% e Procter & Gamble perdeu 0,03%). O destaque positivo foi General Motors, com alta de 35,11%, depois de um analista de o Deutsche Bank dizer que as montadoras norte-americanas deverão conseguir os pretendidos US$ 25 bilhões em ajuda do governo; elas têm até 2 de dezembro para apresentar um plano de viabilidade ao Congresso e haverá nesta sexta-feira uma audiência sobre isso no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara; o Comitê de Bancos do Senado deverá discutir a questão na próxima semana. As ações da Ford fecharam em alta de 29,52%.
No setor financeiro, as ações do Citigroup subiram 15,95%, depois de anunciado o cancelamento de uma aquisição alavancada de ações da operadora canadense de telefonia fixa BCE, da qual o Citi seria um dos financiadores, com US$ 11 bilhões. No setor de petróleo, as ações da ExxonMobil subiram 3,56% e as da Chevron avançaram 4,44%, em reação à alta dos preços do produto. As informações são da Dow Jones.

Ibovespa sobe e acumula alta de quase 17% em 3 dias

por Agência ESTADO
26 de Novembro de 2008 18:45


A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ignorou os indicadores ruins divulgados hoje nos Estados Unidos e, na esteira do noticiário positivo dos últimos dias sobre 'pacotes' e 'cortes de juros' engatou seu terceiro pregão consecutivo em alta. O índice Bovespa subiu mais de 4% na sessão de hoje, reduzindo as perdas de novembro a pouco mais de 2%. Os mercado em Wall Street, que reagiram em baixa à bateria de números ruins, também mudaram de sinal à tarde, dando fôlego ao mercado doméstico.
O Ibovespa terminou o dia com valorização de 4,76%, a 36.469,61 pontos, após oscilar entre a mínima de 34.319 pontos (-1,42%) e a máxima de 36.877 pontos (+5,93%). Entre segunda-feira e hoje, o indicador fechou em alta e acumulou ganhos de 16,7%. No mês, as perdas foram reduzidas a -2,11%, revertendo parte das perdas de mais de 16% registradas em novembro até a última sexta-feira (dia 21). No ano, porém, a desvalorização do indicador chega a -42,91%. O giro financeiro totalizou R$ 4,501 bilhões.
Analistas consultados afirmaram que não houve uma razão específica para a disparada da Bovespa hoje, mas uma conjunção de fatores, entre eles, os sucessivos pacotes anunciados recentemente. Ontem, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) anunciou a injeção de US$ 800 bilhões na economia norte-americana e, hoje, foi a vez de a União Européia (UE) comunicar um pacote de 200 bilhões de euros em gastos governamentais. A China também foi notícia ao cortar sua taxa de juros, o que favoreceu a recuperação dos preços das matérias-primas (commodities). A expectativa de que as montadoras vão apresentar um plano que lhes permita receber recursos aprovados pelo Congresso também foi assunto nas mesas.
Outro fator que tem tido um peso considerável nas decisões de negócios com ações é a formação da equipe econômica do presidente eleito dos EUA, Barack Obama. Hoje, ele anunciou a escolha do ex-presidente do Fed Paul Volcker para chefiar o novo Conselho Consultivo para Recuperação Econômica, encarregado de ajudar o país a sair da recessão e de estabilizar os mercados financeiros. Obama também confirmou que seu conselheiro econômico Austan Goolsbee servirá no novo painel, assim como no Conselho de Consultores Econômicos. Outros membros deste conselho serão nomeados nas próximas semanas, segundo Obama.
Esta pode ser a razão para que os péssimos números conhecidos hoje sobre a economia norte-americana não tiveram força para empurrar as principais praças financeiras para o terreno negativo. Os dados, porém, não são desprezíveis: houve queda da confiança do consumidor, dos gastos com consumo, das vendas de imóveis novos, das encomendas de bens duráveis e também da inflação, refletindo a fraqueza na atividade.
O feriado norte-americano do Dia de Ação de Graças, amanhã, também pode ter motivado os investidores a irem às compras hoje, por causa da proximidade do fim do mês, e uma vez que as Bolsas de Nova York não funcionam amanhã e fecham mais cedo na sexta-feira (dia 28). Sem a referência de Wall Street amanhã, o volume financeiro tende a ser ainda mais fraco do que tem sido.

Ações
A recuperação do Ibovespa foi puxada principalmente por ações ligadas às commodities - blue chips e siderúrgicas - e bancos. Os papéis ordinários (ON) da Petrobras subiram 4,85% e os preferenciais (PN), 5,99%. Ontem à noite, a Petrobras anunciou a descoberta de hidrocarbonetos no poço 1-BRSA-669-BAS (1-BAS-147), localizado ao sul da Bacia do Jequitinhonha, em reservatórios arenosos acima da camada de sal.
Também fecharam em alta as ações ON da Vale, que avançaram 2,91%, e as PN classe A (PNA), com alta de 2,22%. No setor siderúrgico, Gerdau PN subiu 12,34%, Usiminas PNA teve alta de 4,63% e CSN ON avançou 5,40%. No setor bancário, Bradesco PN ganhou 5,69%, Itaú PN subiu 7,33% e Banco do Brasil ON avançou 9,39%.