segunda-feira, 2 de março de 2009

Dow Jones fecha no nível mais baixo desde abril de 1997

por Agência ESTADO
02 de Março de 2009 19:33

O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em queda forte. O Dow Jones fechou abaixo dos 7 mil pontos pela primeira vez desde 1º de maio de 1997 e no nível mais baixo desde 25 de abril de 1997; o S&P-500 fechou no nível mais baixo desde 25 de outubro de 1996. O Nasdaq fechou apenas 6 pontos acima de sua mínima de fechamento de 20 de novembro do ano passado, de 1.316,12 pontos.

O índice Dow Jones fechou em queda de 299,64 pontos, ou 4,24%, em 6.763,29 pontos. A mínima foi em 6.755,17 pontos e a máxima em 7.058,95 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 54,99 pontos, ou 3,99%, em 1.322,85 pontos, com mínima em 1,322,13 pontos e máxima em 1.372,00 pontos. O S&P-500 caiu 34,27 pontos, ou 4,66%, para fechar em 700,82 pontos, com mínima em 699,70 pontos e máxima em 729,57 pontos. O NYSE Composite caiu 256,05 pontos, ou 5,55%, para 4.360,98 pontos.

"Estamos no processo de encontrar o fundo do poço e isso vai demorar algum tempo. Duas coisas precisam acontecer para que o mercado encontre o fundo do poço: o setor financeiro precisa tornar-se saudável e o mercado de moradias precisa se estabilizar", comentou o operador Anthony Conroy, da BNY ConvergEx. Ele disse esperar um processo de "estatização suave" de grandes instituições financeiras, na qual o governo evitaria ter o controle total dos bancos.

Todas as 30 componentes do Dow Jones fecharam em queda. O destaque negativo foi Citigroup, com queda de 20%, devido ao temor de que a mais recente injeção de capital do governo no grupo não será a última, o que diluiria ainda mais a participação dos acionistas minoritários; as ações fecharam a US$ 1,20, nível mais baixo de todos os tempos. Também no setor financeiro, as ações do Bank of America caíram 8,10%, as da American Express recuaram 8,29% e as do JPMorgan Chase perderam 7,40%. As da seguradora AIG subiram 78,75% e fecharam a US$ 0,42, depois do anúncio simultâneo de seu informe de resultados (o maior prejuízo trimestral de uma empresa norte-americana em todos os tempos) e de um terceiro pacote de ajuda do governo.

Os dados da atividade industrial divulgados pela manhã tiveram impacto em ações como General Motors (-10,67%), Caterpillar (-9,91%) e Alcoa (-11,88%). As ações da General Electric, que na sexta-feira havia anunciado um corte de 68% nos dividendos, perderam 10,69%. As ações da Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, caíram 4,68%, depois de o investidor admitir que fez "algumas burrices em investimentos" em 2008 e dizer que a economia dos EUA "está em farrapos". As informações são da Dow Jones.

Bovespa cai 5,10% e volta ao nível do início de dezembro

por Agência ESTADO
02 de Março de 2009 18:37

Arrastada pelas bolsas internacionais, a Bovespa iniciou o mês de março com perda superior a 5% e voltou ao nível do início de dezembro, em razão das quedas principalmente em Vale, Petrobras, siderúrgicas e bancos. O clima de aversão a risco se acentuou com o prejuízo recorde da seguradora AIG, com consequente socorro do governo norte-americano, e o reforço no caixa do HSBC, que a instituição fará por meio de emissão de ações. As matérias-primas (commodities) recuaram diante da constatação de que a retração da demanda será elevada.

O Ibovespa caiu 5,10% neste primeiro pregão de março, maior queda porcentual desde 12 de janeiro (-5,24%). Terminou aos 36.234,69 pontos, menor nível desde 5 de dezembro de 2008 (35.347,39 pontos). Tal desempenho anulou os ganhos acumulados no ano até a última sexta-feira e a bolsa passou a recuar 3,50% em 2009. Hoje, tocou a mínima de 36.196 pontos (-5,21%) e a máxima de 38.180 pontos (-0,01%). O giro financeiro totalizou R$ 3,911 bilhões.

As bolsas asiáticas fecharam em baixa, mas foi uma notícia da Europa que puxou o gatilho para ordens de vendas mais firmes. O HSBC confirmou que fará uma emissão de ações de US$ 17,7 bilhões para reforçar seu capital. Os papéis da instituição reagiram em queda, espalhando o sinal por todo o setor. O banco ainda anunciou lucro líquido de US$ 5,73 bilhões em 2008 - ante US$ 19,13 bilhões em 2007 -, corte de dividendos e o fechamento de suas operações de financiamento ao consumidor nos Estados Unidos, resultando na demissão de cerca de 6,1 mil funcionários.

Ainda no velho continente, a União Europeia não aceitou a proposta da Hungria de criar um plano de socorro financeiro aos países da Europa Central e do Leste, analisando caso a caso a ajuda. A Bolsa de Londres caiu 5,33% e a de Paris cedeu 4,48%.

Nos Estados Unidos, o governo anunciou mais uma ajuda à seguradora AIG, já socorrida no ano passado. O anúncio foi feito depois que a empresa revelou prejuízo recorde de US$ 61,66 bilhões, o maior registrado por uma companhia na história dos Estados Unidos. O governo vai injetar US$ 30 bilhões em capital na AIG em troca de ações preferenciais.

Com o sistema financeiro em xeque, as bolsas norte-americanas derreteram. O índice Dow Jones caiu 4,24% e fechou no menor nível desde abril de 1997. O S&P perdeu 4,66% e o Nasdaq recuou 3,99%. Alguns indicadores divulgados hoje até vieram ligeiramente melhores do que as previsões, mas ainda são fracos e não aliviaram o quadro negativo deste início de semana.

As notícias externas ampliaram a aversão a risco nos mercados e derrubaram as commodities, diante da certeza de retração da demanda global. E arrastaram junto as ações de Vale, Petrobras e siderúrgicas no Brasil. Os bancos, que acompanharam seus pares no exterior, também estiveram entre as maiores perdas do dia - embora, no Ibovespa, apenas uma ação tenha destoado e fechado no azul: Natura ON, que subiu 0,14%.

Vale ON recuou 5,67% e PNA, 5,89%. Petrobras ON fechou em baixa de 6,18% e PN, de 5,23%, acompanhando o tombo do petróleo no exterior - na Bolsa Mercantil de Nova York, o barril perdeu 10,30%, cotado a US$ 40,15. As preocupações com o potencial impacto de um desaquecimento na economia mundial sobre a demanda pela commodity e a queda no mercado de ações puxaram os preços para baixo.