sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Wall St recua por setores industriais e de transporte

por Rodrigo Campos de Reuters
23 de Outubro de 2009 19:39

NOVA YORK (Reuters) - As bolsas de valores dos Estados Unidos terminaram em baixa nesta sexta-feira, com os principais índices exibindo a primeira queda semanal em três semanas. Resultados corporativos fracos de companhias do setor industrial ofuscaram lucros robustos de importantes empresas de tecnologia.

O índice Dow Jones caiu abaixo de 10 mil pontos pela segunda vez nesta semana.

O Dow Jones, referência da bolsa de Nova York, recuou 1,08 por cento, para 9.972 pontos. O termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 0,50 por cento, para 2.154 pontos.

O Standard & Poor's 500 perdeu 1,22 por cento, a 1.079 pontos.

O dólar mais forte pressionou os preços das commodities, prejudicando os setores de energia e de matérias-primas, enquanto comentários de analistas sobre um forte rali nas ações de empresas ferroviárias golpeou o segmento de transportes.

Burlington Northern Santa Fe, a segunda maior companhia ferroviária dos Estados Unidos, cedeu mais de 6 por cento depois que um analista da RBC Capital cortou o preço-alvo dos papéis da companhia. Isso ajudou o índice Dow Jones que mede o desempenho do setor de transporte a recuar 3,5 por cento.

O índice S&P para o segmento industrial perdeu 1,7 por cento.

O dólar subiu contra a libra esterlina após dados mostrarem o sexto trimestre seguido de contração do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido, a maior série da história. Números melhores que o esperado do setor imobiliário norte-americano deram um impulso extra à divisa dos EUA.

A força do dólar ajudou a derrubar os preços do petróleo e de outras commodities, o que levou para baixo as ações de companhias de energia e de materiais brutos. O índice S&P para o setor de matérias-primas retrocedeu 2,05 por cento.

Mas os papéis da Microsoft saltaram 5,38 por cento, enquanto os da varejista online Amazon.com dispararam 26,8 por cento, para 118,49 dólares, após atingirem o valor de 119,65, o maior da história da empresa.

No acumulado da semana, o Dow Jones cedeu 0,2 por cento, o S&P 500 recuou 0,7 por cento, enquanto o Nasdaq caiu 0,1 por cento.

Recessão britânica desanima e Ibovespa recua 1,63%

por Aluísio Alves de Reuters
23 de Outubro de 2009 18:52

SÃO PAULO (Reuters) - O prolongamento inesperado da recessão britânica esvaziou o otimismo com a retomada da economia global, dando argumentos para realização de lucros nos mercados de ações, movimento seguido pela bolsa paulista, que confirmou primeira queda semanal em quatro semanas.

Na abertura, o Ibovespa chegou a esboçar descolamento da influência externa negativa, mas sucumbiu à piora conjunta de Wall Street e dos mercados de commodities, e fechou o dia desvalorizado em 1,63 por cento, a 65.058 pontos. A perda semanal foi de 1,7 por cento.

O giro financeiro da sessão foi de 6,02 bilhões de reais.

Logo pela manhã, a notícia de que a economia britânica encolheu 0,4 no terceiro trimestre, ante previsão de avanço de 0,2 por cento, azedou o ânimo do mercado. Já são 6 trimestres seguidos de queda e a mais longa recessão da história.

"O pessoal aproveitou isso para realizar lucro", disse o operador de uma corretora paulista, sob condição de anonimato.

De pouco adiantaram novos resultados corporativos acima das expectativas de grandes corporações globais, como Microsoft, Danone e Amazon.

Em Wall Street, o índice Dow Jones tombou 1,08 por cento, perdendo o patamar de 10 mil pontos que havia reconquistado na véspera.

A bolsa paulista também acusou a pressão da queda de commodities, como petróleo e metais, que atropelaram o movimento positivo das blue chips domésticas.

O papel preferencial da Petrobras terminou o dia valendo menos 1,35 por cento, a 36,50 reais, e o preferencial da Vale murchou 1,7 por cento, a 41 reais.

Ainda, BM&FBovespa acrescentou peso ao Ibovespa, ao cair 3,85 por cento, a 12,25 reais, no dia seguinte ao encontro do presidente da instituição com o ministro da Fazenda Guido Mantega para apresentar propostas à cobrança de IOF dos investidores estrangeiros.

A expectativa de que o governo aceitasse sugestões para amenizar a queda uma possível queda de liquidez na bolsa paulista, que alimentou a alta do Ibovespa na véspera, foi por água abaixo com a negativa inicial de Mantega em voltar atrás.

Individualmente, Cyrela perdeu 3,6 por cento, a 24,30 reais. Na próxima terça-feira será anunciado o preço das ações que a companhia está vendendo em oferta pública.

E a Redecard não conseguiu sensibilizar analistas, mesmo tendo reportado um lucro 18 por cento maior no terceiro trimestre, ante mesmo período de 2008. Sua ação caiu 3,1 por cento, valendo 28,20 reais.

"Apesar do resultado acima do esperado nesse trimestre, continuamos preocupados com o risco regulatório do setor no curto e médio prazo. Desta forma, mantemos a recomendação de neutro para Redecard", disse a Link Corretora, em relatório.

Na outra ponta, a operadora de telefonia Oi, que teve queda de 71,2 por cento no lucro trimestral, foi alvo de comentários positivos de analistas e seu papel preferencial subiu 3,7 por cento, a 34,85 reais.

"Esperamos para 2010 a melhora dos resultados da companhia", comentou a Brascan Corretora, que reiterou recomendação de "outperform" --acima da média do mercado-- para as ações da companhia.