terça-feira, 19 de maio de 2009

Dow Jones recua com dado de construção; Nasdaq sobe

por Agência ESTADO
19 de Maio de 2009 18:05

O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em direções divergentes, o Dow Jones e o S&P-500 em baixa e o Nasdaq em alta modesta. O sentimento de que a economia dos EUA estava em via de recuperação foi abalado nesta terça com o informe de que o número de construções de residências caiu 12,8% em abril; outro fator foi o informe de resultados da rede de lojas de materiais de construção e decoração Home Depot, cujas ações caíram 5,34%.
As ações do setor financeiro não mostraram direção definida (American Express -5,13%, Bank of America -4,09%, Citigroup +3,57%, JPMorgan Chase -3,89%, Morgan Stanley +2,23%). As ações do banco Marshall & Isley caíram 16,38%, em reação a relatório da Moody's segundo o qual os preços dos imóveis comerciais continuarão a cair. Em reação a seu informe de resultados, as ações da rede de lojas de roupas Saks subiram 17,89%. No setor de tecnologia, as ações da Hewlett-Packard, que divulgaria resultados depois do fechamento, avançaram 2,38%.
O índice Dow Jones fechou em queda de 29,23 pontos (-0,34%), em 8.474,85 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 2,18 pontos (0,13%), em 1.734,54 pontos. O S&P-500 recuou 1,58 ponto (-0,17%), para fechar em 908,13 pontos. As informações são da Dow Jones.

Wall Street pesa e Ibovespa cai 0,23% no final do pregão

por Claudia Violante de Agência ESTADO
19 de Maio de 2009 17:51

São Paulo - A notícia desta terça-feira foi a oficialização da união de Sadia e Perdigão, mas na prática a informação não fez preço na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que passou a sessão praticamente toda em alta, para, no final, sentir o peso de Wall Street e cair. Antes de inverter, nos minutos finais, a Bolsa brasileira mantinha a trajetória da véspera graças à recuperação dos preços das matérias-primas (commodities) e da presença dos estrangeiros.
O índice Bovespa terminou a sessão em baixa de 0,23%, aos 51.346,61 pontos. Na mínima do dia, registrou 50.987 pontos (-0,92%) e, na máxima, os 52.145 pontos (+1,33%). No mês, acumula ganhos de 8,58% e, no ano, de 36,74%. O giro financeiro totalizou R$ 5,63 bilhões hoje (dado preliminar).
Apesar de a fusão de Sadia e Perdigão ter sido o assunto corporativo do ano até agora, os investidores já o tinham precificado nas ações das duas companhias e, por isso, não surpreende a queda dos papéis nesta sessão. Perdigão ON recuou 6,36%, a maior baixa da carteira do Ibovespa, e Sadia PN, -5,05%.
Pelo que foi anunciado hoje, a nova companhia ficará conhecida como Brasil Foods (BRF) e será a maior processadora de carne de frango do mundo em faturamento e terceira maior exportadora brasileira. Os acionistas da Perdigão ficarão com 68% do capital da nova empresa, enquanto os da Sadia terão participação de 32%. A Brasil Foods fará uma oferta pública de ações para captação de recursos no valor estimado de R$ 4 bilhões, o que deve acontecer até o final de julho. E até que o negócio seja aprovado pelos órgãos de defesa da concorrência as operações continuarão separadas.
A agência de classificação de risco de crédito Standard & Poor's colocou o rating de crédito corporativo BB+ da Perdigão em observação negativa e o rating de crédito corporativo de longo prazo B da Sadia em observação positiva.
A favor do Ibovespa hoje, de novo as ações da Vale e de siderúrgicas no comando, ainda remoendo o noticiário dos últimos dias sinalizando uma recuperação na demanda por commodities, sobretudo na Ásia. "O noticiário da China e Índia deu gás às commodities e favoreceu a bolsa brasileira", comentou o analista da corretora Spinelli Jayme Alves.
Vale ON terminou a sessão em alta de 0,77%, e Vale PNA, de 0,54%. Usiminas PNA disparou 4,14%, Gerdau PN, 0,60%, e Metalúrgica Gerdau PN, 1,13%. CSN ON avançou 2,81%.
Petrobras, com fôlego mais curto por causa, sobretudo, do ruído político decorrente da CPI criada no Senado para investigar a empresa, avançou 0,37% na ação ordinária (ON) e 0,03% na ação preferencial (PN). Hoje, na China, onde integra a comitiva do presidente Lula, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse que a instalação da CPI preocupa pelo impacto que ela pode ter sobre a reputação da empresa. Mas ressaltou que a estatal prestará todas as informações que sejam requeridas pelos parlamentares.
A Petrobras fechou um financiamento de US$ 10 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China (BDC) e também assinou um acordo com a chinesa Sinopec, de comércio e cooperação. A estatal brasileira irá fornecer para a China 150 mil barris de petróleo por dia, em média, durante 2009. Em 2010, o fornecimento subirá para 200 mil barris ao dia.
O petróleo terminou a sessão em alta depois que incêndios em duas refinarias nos EUA colocaram em risco a oferta de gasolina no verão do Hemisfério Norte. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato com vencimento em junho (o último dia de negociações foi hoje) terminou em alta de 1,05%, em US$ 59,65 o barril, o maior valor em seis meses, enquanto o contrato de julho subiu US$ 0,51, ou 0,86%, para US$ 60,10.
À tarde, as Bolsas norte-americanas perderam o terreno positivo, como já tinha ocorrido mais cedo, influenciadas pela divulgação do índice de construções iniciadas de residências em abril. O número de obras de imóveis residenciais iniciadas nos Estados Unidos despencou 12,8% no mês passado, contrariando previsões de recuperação de 2%, para a média anual sazonalmente ajustada de 458 mil, em comparação ao mês anterior, informou o Departamento do Comércio. Trata-se do menor nível desde que a série histórica foi iniciada, em 1959.
O Dow Jones terminou a sessão em queda de 0,34%, aos 8.474,85 pontos, o S&P recuou 0,17%, aos 908,13 pontos, mas o Nasdaq subiu 0,13%, aos 1.734,54 pontos.