terça-feira, 26 de agosto de 2008

INDV 08..."doji" de indefinição, mas com tendência de alta!...


Análise:

O INDV08 abriu com "gap de queda" na mínima, em 54.600 pontos e conseguiu retomar o suporte dos 55.500 pontos, recuperando forças até a máxima em 56.080. Na segunda metade do pregão , como DJI não reagiu conforme se esperava com a leitura da Ata do FED, refluiu até encontrar suporte em 54.970 pontos. Reagiu novamente para finalizar em 54.400 pontos (estável).

No gráfico diário do índice o "candle" formado é um "doji" de aparente indefinição. Porém, analisando o gráfico de "30 minutos", observamos que a reação positiva na última hora de pregão fez com que os principais indicadores desse gráfico passassem a sinalizar tendência de alta.

A LTA traçada pelas mínimas em 54.600 e 54.970 indica possibilidade de abertura acima de 55 mil pontos. Assim a abertura e manutenção dos 55 mil pontos nas primeiras horas de pregão poderão sinalizar a possibilidade de alta, que provavelmente estará assegurada se esses suportes estiverem acima dos 55.500 pontos. Por outro lado, o baixo volume que se tem observado nos pregões anteriores ainda não assegura a certeza do rompimento das resistências em 56 mil e 56.650 pontos, prevendo-se portanto uma possiblidade de fechamento (ainda que em alta) abaixo desses valores, se não houver forte estímulo dos mercados externos e o de commodities.

Abertura na primeira meia-hora de pregão abaixo dos 54.600 pontos (provocada por cenário externo), indicará tendência de queda, com objetivos em 53.650 pontos.

Abertura e/ou manutenção do suporte em 53.650 pontos, poderá ensejar forte recuperação de tendência e em caso de nova ruptura dos 55.500 pontos, poderá levar o índice novamente aos 56/57 mil pontos.

A perda do suporte em 53.650 pontos sinaliza reversão de tendência e poderá levar o índice a buscar suportes em 51.650 e 50.700 pontos.

Havendo a ruptura com alta, dos 56.100 pontos, os próximos objetivos deverão ser 56.650, 56.900, 57.190, 57.350, 57.560 e 58.600 pontos.

IBOV...após 27/08..."doji" de indefinição, mas com tendência de alta...


O Ibovespa abriu 54.477 e seguiu rapidamente em queda até o suporte na mínima em 54.153 pontos, e daí, em boa recuperação foi até a máxima em 55.088 pontos. Com a abertura de DJI em queda, refluiu continuadamente até buscar suporte nos 54.600 pontos, enquanto aguardava pela Ata do FED. Com a manutenção das expectatias, refluiu até a mínima em 54.181, finalizando praticamente estável em 54.477 pontos ( -0,22%).

Análise: O "candle" formado pelo gráfico diário é um "doji" de indefinição. Apesar da perda do importante suporte em 54.500 pontos, a reação ocorrida a partir do suporte em 54.181 pontos, indica que o Ibovespa deverá retomar esse suporte caso se assegure a tendência de alta e quando retomado, poderá levá-lo novamente a buscar os 55 mil e posteriormente os 56 mil pontos. Apesar dos principais indicadores do gráfico diário se manterem indefinidos (ou em queda), os indicadores do gráfico de "30 minutos" sinalizam tendência de alta. Os índices futuros do Ibovespa antes da abertura poderão (ou não) confirmar essa tendência de queda.

Abaixo de 54.150 suportes imediatos em: 54.000, 53.840, 53.270 e 52.345 pontos.
Acima de 54.770 pontos resistências em: 54.900, 55.150, 55.670 e 56.000 pontos.

Ibovespa perde 0,22% e fecha em queda pelo 3º dia

por Claudia Violante da Agência Estado
26.08.2008 17h31

A recuperação das ações da Petrobras não impediu a Bovespa de fechar, pelo terceiro pregão consecutivo, em baixa e na contramão de Wall Street. A ausência de estrangeiros no mercado tem contribuindo para a apatia dos negócios e para a manutenção do giro estreito que tem sido visto nos últimos pregões.
O Ibovespa, principal índice, terminou o dia em queda de 0,22%, aos 54.358,7 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 54.153 pontos (-0,60%) e a máxima de 55.088 pontos (+1,12%). No mês, a Bolsa acumula perdas de 8,65% e, no ano, de 14,91%.
Melhor do que ontem - mas não muito animador - o giro financeiro somou R$ 3,272 bilhões (o segundo menor do mês. "O estrangeiro está fora do mercado doméstico", comentou um experiente gestor de renda variável ao ponderar que os preços estão bastante atrativos para compras. "Com a proximidade do final do mês, algumas ações podem ter correções, com os gestores tentando recuperar um pouco do mês nestes últimos pregões de agosto."
Apesar de negativo, o Ibovespa foi ajudado pelas ações da Petrobras, que subiram na esteira do petróleo. A matéria-prima acabou em alta de 1,01% no contrato futuro com entrega em outubro negociado na Bolsa Mercantil de Nova York, para US$ 116,27 o barril. A elevação foi puxada pela previsão de que o furacão Gustav poderá atingir uma das regiões mais ricas em petróleo do Golfo do México no final de semana.
Petrobras ON subiu 0,86% e PNA, 1,12%. Vale, outra blue chip (ação de primeira linha), depois de passar a sessão num longo sobe-e-desce, acabou fechando sem uniformidade. Os papéis ON subiram 0,09% e os PNA recuaram 0,32%. Os metais fecharam em baixa no exterior, assim como as commodities (matérias-primas) agrícolas, em função da recuperação do dólar em relação a outras moedas.
O avanço da moeda norte-americana se deu depois que indicadores revelaram fraqueza na Alemanha. A maior economia da zona do euro deu sinais de recessão e seus efeitos sobre as bolsas só não foi pior porque os indicadores divulgados hoje nos Estados Unidos agradaram e levaram as ações para cima.
No mercado acionário de Nova York, o índice Dow Jones subiu 0,23% e o S&P avançou 0,37%, mas o Nasdaq perdeu 0,15%. O dado mais animador conhecido hoje foi o de confiança do consumidor, que subiu de 51,9 em julho para 56,9 este mês. Mas as vendas de imóveis novos também não desapontaram ao subir 2,4% em julho nos EUA.
A ata da reunião do início do mês do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), divulgada no meio da tarde, acabou tendo impacto apenas momentâneo nos negócios com ações. O documento apontou que a autoridade monetária "não vê a atual posição da política como particularmente acomodatícia", sugerindo que as taxas de juro permanecerão estáveis nos próximos meses.

Dow Jones sobe com ações de energia e financeiras

por Renato Martins da Agência Estado
26.08.2008 18h15

O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em direções divergentes, o Dow Jones e o S&P-500 em alta modesta e o Nasdaq em leve queda. Apesar de novos indicadores fracos sobre o setor de imóveis residenciais e de um informe negativo da Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC, na sigla em inglês) sobre o desempenho do setor bancário, as ações do setor financeiro continuaram a recuperar terreno, depois das fortes quedas recentes (AIG avançou 4,58% e Lehman Brothers ganhou 4,31%).
As ações das agências de crédito hipotecário também subiram (Fannie Mae registrou alta de 8,29% e Freddie Mac disparou 20,67%); depois do fechamento do mercado, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou as notas de crédito (ratings) da dívida subordinada e das ações preferenciais das duas agências de A- para BBB+.
As ações do setor de energia estavam entre as que mais subiram, em dia de alta dos preços do petróleo e de intensificação das tensões entre a Rússia de um lado e os EUA e seus aliados europeus do outro. Entre as do setor de petróleo, as da Anadarko Petroleum subiram 6,40%, depois de a empresa anunciar um programa de recompra de ações de até US$ 5 bilhões; as da ExxonMobil avançaram 1,58% e as da Chevron tiveram uma alta de 0,33%. Entre as empresas de gás, as ações da Range Resources subiram 6,11% e as da XTO Energy avançaram 5,15%. As ações das companhias aéreas, por sua vez, sofreram quedas fortes (Alaska Air perdeu 6,85% e UAL caiu 8,38%). No setor de tecnologia, as ações da fabricante de chips para aparelhos de televisão de tela plana Broadcom caíram 4,78%, depois de os analistas da Oppenheimer rebaixarem sua recomendação.
O índice Dow Jones fechou em alta de 0,23%, em 11.412,87 pontos. O Nasdaq encerrou em baixa de 0,15%, em 2.361,97 pontos. O S&P-500 subiu 0,37%, para 1.271,51 pontos. O NYSE Composite avançou 0,42%, para 8.263,72 pontos. As informações são da Dow Jones.

INDV 08...após 25/08...perda do suporte em 55.500, pode levar a 53.650 pontos...


Análise:

A forte queda de DJI não permitiu uma recuperação do INDV08, fazendo com que perdesse o suporte nos 55.500 pontos que estava defendendo deste o início da segunda metade do pregão. Fechou em 55.400 pontos, depois da mínima em 55.300 pontos.Por outro lado, o baixo volume não assegura o rompimento novamente dessa resistência, prevendo-se portanto uma abertura em baixa do índice.

As possibilidades de abertura, considerando-se um cenário de possível recuperação, deverá apresentar suporte nos 55 mil pontos, na primeira meia-hora de pregão.

Abertura com suporte em 54.500 pontos, confirmará indefinição de tendência, com possibilidades de retornar aos 55.500 pontos.

Abertura com suporte em 53.650 pontos, ensejará forte recuperação de tendência e em caso de ruptura dos 55.500 pontos, levará o índice novamente aos 57 mil pontos.

Abertura com suporte intermediário entre os 54.500 e 55.500 pontos sem provocar rompimento da resistência em 55.500 pontos, poderá significar retorno aos suportes projetados em 53.650, 53.350 e 51.650 pontos.

A ruptura dos 55.500 pontos poderá levar o INDV08 a testar a resistência nos 56.200 pontos novamente. Caso esta seja rompida, os próximos objetivos de alta deverão ser 56.900, 57.350, 57.700 e 58.600 pontos.

O que olhar: o valor da empresa ou o preço na bolsa?

por Rodnei Riscali é diretor-executivo da Hera Investment
26/08/2008

Nos últimos dois meses, o mercado assistiu a uma enxurrada de ordens de venda de ações. As cotações derreteram sem que os compradores pudessem absorvê-las. A baixa registrada fez com que muitos analistas indagassem se o Brasil, que acabara de receber o tão esperado grau de investimento, ainda era a bola da vez para os investidores globais.
O país vive um momento de prosperidade econômica ímpar. O PIB cresceu 5,4% em 2007 e tem perspectivas de avançar neste ano e em 2009, 4,8% e 3,73%, respectivamente. A inflação medida pelo IPCA, apesar dos sustos recentes, voltou a ser projetada abaixo de 6,5%, o que corresponde ao teto da meta aceitável para o fim de 2008.
Já o índice Preço/Lucro (P/L) é o que mede em quantos anos um capital retorna na forma de dividendos ao investidor. Quanto menor, melhor. O P/L médio das ações brasileiras já esteve em 17 e agora está em torno de 13. Ou seja, os papéis nacionais estão sendo negociados, hoje, a preços bastante atrativos.
Os balanços trimestrais das grandes empresas, divulgados recentemente, mostram sinais de robustez. Isso se fundamenta em dados que não decepcionaram os investidores a ponto de reverem projeções para o médio e longo prazo.
No âmbito internacional, em meio a tantas perspectivas pessimistas e algumas até catastróficas, acompanha-se uma economia americana num ritmo de crescimento claramente menor, mas longe de um colapso. Já a tão falada bolha das commodities dá indícios de estar se dissipando, com os preços das principais matérias-primas próximos dos valores considerados justos. Seguindo a tendência de estabilização, o dólar também dá sinais de reversão de queda diante do euro.
Por aqui, diante de fatos e notícias tão positivos do lado da economia real, vemos, na face oposta, as ações sofrerem uma expressiva força de venda a ponto de muitas vezes não suportarem um pregão inteiro no campo positivo. A grande ironia é que, devido ao momento favorável que a economia brasileira passa em comparação aos demais países, o mercado interno fica como única opção aos "hedge funds" estrangeiros, que precisam cobrir prejuízos, saques e financiar compras de ações no mercado americano, universo este claramente em grande deságio. Tais movimentações, somadas, chegaram a retiradas no valor de US$ 15 bilhões.
Esses fundos de investimento representam uma modalidade de aplicação que reúne recursos de pessoas físicas e/ou jurídicas, por meio da aquisição de cotas. Os recursos desse grupo, administrado por uma instituição financeira, são destinados à aplicação em carteiras diversificadas de títulos e valores mobiliários, em cotas de outros fundos ou ainda em outros ativos disponíveis no mercado financeiro, dependendo do objetivo previsto.
Para melhor compreender seu funcionamento, é importante conhecer o objetivo de seu surgimento. Os "hedge funds" foram criados para propiciar uma redução do risco inerente às aplicações no mercado financeiro, visto que é raro se ter um investimento livre de risco. Considera-se que o risco de uma carteira é diferente do risco do ativo individual pelo benefício da diversificação no mercado. Quando se forma uma carteira de investimento, aplicando-se em diferentes classes de ativos, pode-se minimizar o risco de perda.
Essa modalidade, além de representar mais uma opção no mercado, favorece os pequenos e médios investidores, pois possibilita que invistam em ativos aos quais não teriam acesso, como títulos públicos, que até há pouco não eram vendidos diretamente ao pequeno investidor.
A partir daí, conclui-se que, atualmente, os "hedge funds" precisam liquidar prejuízos nos demais mercados e/ou levantar fundos para ir às compras - tanto no mercado americano como europeu, que, no final das contas, estão "baratos" e cujas perspectivas já não são tão desanimadoras. A atual abertura de oportunidade de compra, poucas vezes vista desde o início do movimento altista de meados de 2002, projeta-se em meio às notícias positivas que estão sobrando no mercado de ações brasileiro e que estarão no preço dos nossos ativos. Porém, ainda dependemos da inversão do fluxo dos investidores estrangeiros para que o cenário seja pleno. Nessa linha, os preços das ações no mercado para as empresas brasileiras não estão refletindo o valor real delas, o que está representado pelo bom momento que a economia está vivendo, além das perspectivas positivas a que foram projetadas.

Economia ignora BC. Caso de elevar dose?

por Luiz Sérgio Guimarães de VALOR
26/08/2008

As expectativas de inflação refluíram, mas os juros subiram no mercado futuro da BM&F. Há contradição nessas rotas divergentes? Os prognósticos de IPCA colhidos pelo Boletim Focus do Banco Central junto a cem instituições do mercado diminuíram para os acumulados de 2008 e os próximos 12 meses. O primeiro cedeu de 6,44% para 6,34%. E o segundo, de 5,31% para 5,25%. Mas o mercado manteve em 5% a estimativa de taxa para 2009. E o alvo único e confesso da política monetária do Copom é o IPCA do ano que vem. As expectativas para 2008 e os próximos 12 meses caem como reflexo sobretudo da perda de vigor manifestada pela inflação corrente. Esta murcha em sintonia com o furo exibido pela bolha de commodities. Já o IPCA de 2009 espelha plenamente a credibilidade desfrutada pela política monetária do BC. E, a julgar por dados divulgados ontem sobre crédito e confiança do consumidor, ela é, na sociedade, muito baixa. Os juros subiram no futuro porque o aperto não está conseguindo minar o crediário e cortar a vontade de consumir. Nem desaquecer a economia em geral, já que na quarta semana do mês a balança comercial foi deficitária. Para o que serve o arrocho, então?
Se ele não está surtindo efeito, o problema pode estar na dosagem e talvez seja o caso de aprofundá-lo. É o que aconselha o mercado futuro de juros da BM&F. A taxa para a virada do ano subiu de 13,85% para 13,88%. O contrato mais negociado, para janeiro de 2010, avançou de 14,69% para 14,73%. E o CDI para janeiro de 2011 passou de 14,29% para 14,30%. Os players do DI futuro estão impressionados com a teimosia dos agentes econômicos em querer crescer, ignorando a pressão para baixo exercida pelo Copom. Ontem foi um dia pródigo em boas notícias para a economia e em más notícias para o BC. A primeira: o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) referente a agosto cresceu 6,2% em relação a julho, segundo a FGV. "Entre julho e agosto, a parcela dos que avaliam a situação econômica local como boa elevou-se de 12% para 13,8% do total. A proporção dos que a avaliam como ruim diminuiu de 51% para 40,6%", diz a FGV. Ou seja, o consumo está crescendo a despeito de a Selic ter subido de 11,25% para 13%. O consumidor não está nem aí para esse aperto. Por quê? Culpa do crédito? A segunda: o volume de crédito cresceu 1,7% no mês passado apesar de a taxa média de juros do segmento livre ter aumentado 38%. Segundo o BC, a expansão dessas operações é de 16% no acumulado do ano e de 32,7% nos 12 meses encerrados em julho. O que está havendo? O juro sobe mas as lojas e financeiras ampliam os prazos do crediário. A terceira notícia veio da balança comercial. Depois do superávit de US$ 1,67 bilhão registrado na terceira semana do mês, na quarta ela contabilizou um déficit de US$ 840 milhões, resultado de US$ 3,731 bilhões em exportações (média diária de US$ 746,2 milhões) e US$ 4,571 bilhões em importações (média de US$ 914,2 milhões). Não são números condizentes com uma economia submetida a severo arrocho monetário. A informação sobre a balança foi tão ruim que, a ela, foi atribuída a alta de 0,30% registrada pelo dólar, cotado a R$ 1,6330. A inversão da rota "comprada" traçada pelos investidores estrangeiros na BM&F pode ser posta em xeque. Depois de o posicionamento comprado líquido em cupom cambial e dólar futuro ter atingido o pico de US$ 3,74 bilhões no dia 15, os hedge funds vêm reduzindo essa aposta todos os dias. Na sexta-feira, a posição havia caído para US$ 396 milhões.
Com inflação em baixa (o IPC-S recuou de 0,34% para 0,24% na semana passada), a economia brasileira parece ignorar tantos os esforços monetaristas do BC quanto a crise americana. Ontem, o Dow Jones caiu 2,08% por causa de um conjunto de notícias adversas. As instituições financeiras permanecem na alça de mira. Por enquanto, só bancos pequenos quebraram. Na sexta-feira, foi a vez do Columbian Bank and Trust, cuja falência foi decretada pelas autoridades de Kansas City. Mas ontem as ações da seguradora AIG e do banco de investimento Lehman Brothers despencaram. Os dados sobre o lado real da economia americana não estão melhores. Segundo a Associação Nacional dos Corretores de Imóveis dos EUA, o preço dos imóveis pode cair ainda mais. Isso porque os estoques aumentaram em 3,9% no mês passado. Essa expectativa pesou mais que a informação de que o número de imóveis residenciais usados vendidos em julho cresceu a uma taxa anual de 5 milhões, em alta de 3,1%, acima da expectativa de 4,95 milhões dos analistas.

China já é o segundo maior parceiro do Brasil

por Raquel Landim de VALOR
26/08/2008

A China ultrapassou a Argentina e se tornou o segundo maior parceiro do Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Nos 12 meses acumulados até julho, a corrente de comércio (soma de exportações e importações), chegou a US$ 31,9 bilhões entre brasileiros e chineses. O valor é superior aos US$ 29,3 bilhões do comércio no período com a Argentina, país vizinho e principal sócio no Mercosul. Com os EUA, maior economia do planeta, está em US$ 49,2 bilhões, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento.
Uma série de fatores colaborou para a troca de posições, como a alta dos preços das commodities, que inflou as exportações brasileiras para a China, principalmente de soja e minério de ferro, e a crise da economia americana, que incentivou ainda mais os exportadores chineses a diversificar mercados. A reviravolta no comércio exterior é motivo de preocupação para a indústria nacional, que critica a "complementariedade perversa", já que o Brasil vende produtos básicos para a China e importa bens manufaturados.
Os argentinos terminaram o ano passado à frente dos chineses nas trocas com o Brasil, mas por uma margem estreita: US$ 24,8 bilhões contra US$ 23,4 bilhões. A China já havia superado a Argentina como fornecedor brasileiro no início de 2007 e a distância só aumentou. Nos 12 meses até julho, o Brasil importou US$ 17 bilhões da China e US$ 12 bilhões da Argentina. Como destino para os produtos brasileiros, os argentinos estão em segundo lugar, mas devem perder essa posição ainda este mês. O Brasil exportou US$ 17,3 bilhões para a Argentina e US$ 14,6 bilhões para a China na mesma comparação.
"A China vai consolidar a segunda colocação como parceiro do Brasil, mas não há vantagem nisso, porque o comércio é desequilibrado no conteúdo", disse Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do Departamento de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Exportamos matérias-primas e importamos bens de consumo, como sapatos e têxteis, e até máquinas. É uma concorrência aguda, que constrange a produção local." Para Júlio Sérgio de Almeida, consultor do Instituto de Estudos do Desenvolvimento Industrial (Iedi), a tendência é a China superar até os Estados Unidos no futuro. "Parece que o Brasil se conformou com essa situação de ser uma economia complementar à China."
Na avaliação do secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, essa é uma "visão simplista" sobre a relação entre os dois países. Ele argumentou que a maior parte das importações chinesas são bens de capital e bens intermediários. "Estamos renovando o parque industrial brasileiro com insumos chineses", disse. O secretário reconheceu que as exportações para a China estão concentradas em soja, minério e petróleo, mas ressalta que o Brasil também vende avião, chassis e motores para os chineses. "A culpa da falta de diversificação é nossa", disse Rodrigo Tavares Maciel Neto, diretor-executivo do Conselho Brasil-China, entidade que reúne empresas brasileiras e chinesas. Governo e setor privado tentam implementar a "Agenda China", um conjunto de medidas para agregar valor às vendas para os chineses.
A principal preocupação dos empresários está no sinal da balança de comércio com a China. Depois de superávits expressivos em 2003 e 2004, o Brasil agora amarga perdas crescentes, com o déficit atingindo US$ 2,6 bilhões no acumulado de 12 meses até julho. Com a Argentina, a balança comercial é superavitária em quase US$ 5 bilhões no mesmo período, acima até dos US$ 4,6 bilhões apurados com os Estados Unidos. "Sai a Argentina, que é um país que nos favorece com agregação de valor nas exportações, e entra a China cujo padrão de comércio é altamente desfavorável", diz Almeida, do Iedi.
O dinamismo do comércio entre Brasil e China é intenso nas duas mãos da relação bilateral. De janeiro a julho, as exportações brasileiras cresceram 64% para a China, puxadas pelos preços da soja e do minério de ferro. O percentual é bem superior à média nacional de 27%. O desempenho das vendas para a Argentina também é positivo, com alta de 36%. O ritmo de compra de produtos chineses é ainda mais agressivo. Nos primeiros sete meses do ano, as importações brasileiras vindas da China avançaram 74%, acima dos 52% da média geral e bem superior aos 31% das compras da Argentina.
Segundo Giannetti da Fonseca, o desempenho das economias chinesa e argentina ajuda a explicar essa diferença. Apesar de sofrer o impacto da desaceleração da demanda global, a China encerrou o primeiro semestre com expansão de 10,4% do Produto Interno Bruto (PIB), o que torna o país ávido por commodities minerais e agrícolas. Já a Argentina enfrenta uma momento político e econômico delicado, com inflação em alta e uma crise fiscal à vista. Para controlar os preços, o país está inclusive reduzindo as exportações. A restrição à venda de trigo para o Brasil, por exemplo, afeta o comércio entre os dois sócios do Mercosul.
"Essa tendência de incremento no comércio com a China não acontece só com o Brasil. Os chineses já são o segundo maior exportador mundial, atrás apenas da Alemanha", ressalta Barral, da Secex. Dados do Ministério de Comércio Exterior chinês apontam que as vendas da China, no primeiro semestre do ano, avançaram 50% para a África do Sul, 71% para a Argentina e 93% para a China. "Estamos em meio a um descolamento dos centros do comércio mundial", diz Almeida, do Iedi. Ele avalia que a recessão nos Estados Unidos reduziu a demanda do país por importações e forçou fornecedores, como os chineses, a buscar novos clientes.
Maciel Neto, do Conselho Brasil-China, acredita que a crise americana contribuiu para uma estratégia de diversificação de exportações elaborada pelo governo chinês e implementada desde 2000. Prova disso é o ritmo de crescimento das vendas da China para América Latina e África, que supera significativamente o desempenho do comércio com os países ricos. De acordo o Ministério de Comércio da China, as exportações chinesas cresceram 46% para a América Latina e 36% para a África no segundo trimestre do ano em relação a igual período do ano anterior. Os percentuais são superiores à alta de 18% as vendas para o Japão e de 12% para os Estados Unidos. Para a União Européia, as vendas também cresceram 30% no período. O montante do comércio com os americanos, no entanto, ainda é muito superior. No segundo trimestre, a China vendeu US$ 63 bilhões para os EUA e US$ 18 bilhões para a América Latina.

IBOV...após 25/08...muita volatilidade em tendência de queda...


O Ibovespa abriu em 55.854 pontos e rapidamente foi até a máxima em 55.906 pontos, mas a partir da abertura de DJI em forte queda, refluiu continuadamente até buscar suporte nos 54.600 pontos. Ficou oscilando em torno desse valor até quase ao final do pregão, quando DJI acelerou a queda e o Ibovespa foi buscar novo suporte na mínima em 54.468, finalizando em 54.477 pontos ( -1,92%).

Análise: Em dia de fraco volume (quase a metade da média diária) pelo feriado em Londres (influência nas commodities)o Ibovespa não teve outra alternativa senão acompanhar DJI. Com a forte realização de DJI, o mesmo sucedeu por aqui. O Ibovespa perdeu o importante suporte em 54.500 pontos, que caso não seja retomado, poderá levá-lo novamente a buscar os 54 mil e posteriormente os 53 mil pontos. O "sub-canal" de alta que estava sendo contruido com objetivos projetados para 57 mil e 58 mil pontos, foi desfeito. Essa possibilidade volta a ser retomada com o Ibovespa novamente acima dos 56 mil pontos.

Apesar do "candle" no gráfico diário ser um "marubozu" cheio, com predomínio da pressão vendedora, e indicador da continuidade da queda, o baixo volume de negócios, e o cenário externo deixa muito indefinida a tendência para a abertura do pregão de hoje. Os índices futuros do Ibovespa antes da abertura que poderão (ou não) confirmar essa tendência de queda.

Abaixo de 54.400 suportes imediatos em: 54.000, 53.640 e 52.345 pontos.
Acima de 54.800 pontos resistências em: 56.300, 56.150 e 56.430 pontos.

DJI...após 25/08...continua indefinido e com muita volatilidade...


DJI abriu em 11.626 pontos e com os índices futuros em queda, durante a maior parte do pregão, foi até a mínima em 11.363 pontos. Reagiu em seguida, para finalizar em 11.386 pontos (-2,08%).

Análise: DJI está fazendo jus à designação dada pelo presidente Bush "DJI está como um bêbado sem rumo...". Um dia sobe quase 2%, noutro devolve o que subiu. Sintoma de desconfiança dos mercados quanto às informações recebidas de autoridades econômicas (Bernanke fez subir DJI anteontem) e a realidade dos números divulgados sobre as empresas e a atividade econômica (quebra de banco derrubou DJI ontem). Nessa indefinição de tendências, espera-se muita volatilidade no pregão de hoje, até que seja divulgada (15 horas) o conteúdo da Ata da última reunião do FED que manteve a taxa de juros em 2%, no início do mês.

Analisando-se os candles do gráfico de "30 minutos" observa-se a formação de uma figura conhecida como "ombro-cabeça-ombro" com pivô em 11.320 pontos, que se perdido poderá levar DJI até os 11 mil pontos novamente.

Acima dos 11.493 pontos poderá reverter aos 11.600 pontos.

Abaixo de 11.320 pontos, seus objetivos de queda estarão em 11.233, 11.095 e 11.000 pontos.

Os índices futuros americanos poderão indicar a possível tendência para a abertura.