quarta-feira, 12 de março de 2008

Mantega: aplicação de estrangeiro terá IOF de 1,5%

Mantega: aplicação de estrangeiro terá IOF de 1,5%
12.03.2008 18h59



Por Renata Veríssimo da Agência ESTADO

Agência Estado O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as três medidas cambiais anunciadas hoje entrarão em vigor na segunda-feira. São elas: eliminação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre exportações brasileiras, o que representará uma perda de arrecadação de R$ 2,2 bilhões por ano; fim da cobertura cambial, o que significa que os exportadores poderão deixar todas as suas receitas no exterior (atualmente, há um limite de 30% das receitas); e aplicação de alíquota de 1,5% do IOF sobre aplicações financeiras de estrangeiros em renda fixa e nos títulos do Tesouro Nacional, as chamadas aplicações de portfólio.

Mantega explicou que o IOF será cobrado em cada operação. "O dinheiro entrou, ele (investidor estrangeiro) converte em reais e paga 1,5% de IOF sobre todo o capital", explicou o ministro.

Mantega destacou que continuarão isentas de IOF aplicações na Bolsa de Valores, em oferta pública inicial de ações (IPO), empréstimos estrangeiros, investimento estrangeiro direto, operações de derivativos de renda variável e operações de derivativo de índice de ações.

PETR4...Após 12/03..perdeu 80,50 e oscilou entre 80,00 e 79,00...


PETR 4 abriu em alta e logo após a abertura, atingiu a máxima do dia nos 80,50. A partir daí recuou primeiramente até os 80,00, depois foi até a mínima do dia em 78,89 mas reagiu bem e ainda na hora seguinte, retomou os 80,00. Durante a maior parte do pregão oscilou entre o suporte de 79,10 e a resistência de 80,10, seguindo as oscilações de Dow Jones. No fechamento, os principais indicadores sinalizavam ainda a tendência de continuidade da queda, destacando-se que no intraday dos 30 minutos, formou-se um candle tipo "martelo", podendo sugerir alguma reversão.

VALE 5...após 12/03...não conseguiu se sustentar acima de 49,00 e fechou no suporte em 48,30...


VALE5 abriu em alta e rapidamente atingiu a máxima do dia em 49,30. Mesmo com o desempenho declinante de Dow Jones, manteve-se durante 2/3 do pregão, acima ou no entorno dos 49,00. Finalmente, sucumbindo à pressão vendedora, perdeu o suporte intraday nos 48,80 vindo a buscar a mínima em 48,18 e fechando praticamente em cima do último suporte intraday, em 48,30. Indicadores fecharam o pregão sinalizando tendência da continuidade da queda. Suportes imediatos em 48,30; 47,80 e 47,20. Resistências imediatas em 48,80, 49,30 e 49,80.

IBOV...Não conseguiu romper os 63 mil e retornou aos 62 mil...


O IBOVESPA abriu em alta, atingindo a máxima do dia nos 62.983 pontos, mas sintonizado com os mercados externos, acabou perdendo os suportes alcançados na véspera, veio na mínima nos 62.022 pontos e acabou fechando nos 62.176 pontos. Indicadores no intraday sinalizam tendência de continuidade da queda. Suportes imediatos em 62.000; 61.300 e 60.650 pontos.
Resistências imediatas em 62.700 e 63.000.

DOW JONES...perdeu os 12.140 conquistados.....


Dow Jones abriu em alta, e na primeira hora do pregão superou a resistência dos 12.240 pontos, atingindo a máxima do dia em 12.300. A partir daí, recuou até a resistência dos 12.240 e na segunda metade do pregão, perdeu também os 12.140 pontos conquistados no pregão anterior, vindo até a mínima intraday nos 12.090 e fechando nos 12.110 pontos. Os indicadores gerados no intraday sinalizam a continuidade da tendência de queda. Suportes imediatos agora nos 12090, 11990 e 11880. Resistências imediatas nos 12.140, 12.240 e 12.300.

Moody's: economia do Brasil vai resistir à crise

Moody's: economia do Brasil vai resistir à crise
12.03.2008 19h32


Por Suzi Katzumata da agência ESTADO

Agência Estado O economista sênior da agência americana Moody's Economy Alfredo Coutinho disse hoje que a "economia brasileira será capaz de resistir à tempestade da recessão" vinda dos EUA, "considerando o sólido avanço do mercado doméstico e a possibilidade de relaxamento monetário adicional".

Os comentários foram feitos após a divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2007, quando a economia registrou uma expansão de 5,4%. No quarto trimestre de 2007, o PIB registrou expansão de 1,6% na comparação com o terceiro trimestre do mesmo ano, e, na comparação com o quarto trimestre de 2006, houve crescimento de 6,2%.

A Mooody's Economy projeta um crescimento do PIB brasileiro de "quase 5%" em 2008, apesar da desaceleração na demanda global por causa de uma economia em recessão nos EUA. Segundo a Moody's, a engenharia econômica do Brasil tem considerável poder de transporte do crescimento de 2007. As informações são da Dow Jones.

A crise internacional pode ser favorável ao Brasil

A crise internacional pode ser favorável ao Brasil

por Alcides Leite Júnior em Valor Online
12/03/2008






Se nas últimas semanas a avalanche de notícias tem deixado perplexos os especialistas em economia internacional, imagine como estão os demais mortais. Qualquer novo indicador econômico que saia nos Estados Unidos faz tremer o mercado financeiro aqui no Brasil. Diante disso, todos se perguntam: os Estados Unidos entrarão em recessão? Se isto ocorrer, qual será o tamanho e a duração dessa recessão? Ela vai contaminar a economia mundial? Em que medida? E o Brasil, sofrerá muito? E, sobretudo: isto nos atingirá pessoalmente?


Parece que o único consenso entre os analistas é de que a raiz do problema se encontra nos Estados Unidos. O excesso de consumo e a baixa quantidade de poupança, impulsionados pela expansão do crédito, geraram um forte desequilíbrio nas contas externas da maior economia do planeta. Durante o qüinqüênio 2002-2006, o Produto Interno Bruto (PIB) americano cresceu 14%, enquanto na Europa e no Japão aumentaram 8%. Tamanha disparidade foi possível graças aos imensos volumes de importação que atenderam ao crescimento do consumo e permitiram manter a inflação em baixa.


Esta situação gerou déficits fiscais e em conta corrente que chegaram a uma média anual de 3,8 % e 5,4 % do PIB. Tais déficits foram financiados pelos países exportadores, que compravam títulos americanos, mantendo-os em reserva. Somente no período mencionado, o volume do déficit em conta corrente americano foi de US$ 3,2 trilhões, mais do que o dobro do tamanho do PIB do Brasil. As reservas da China, principal exportador para os Estados Unidos, passaram de US$ 292 bilhões no final de 2002 para US$ 1,6 trilhão no final de 2006.


Com o aumento dos juros americanos, que passaram de 1,25% no início de 2002 para 5,25% no final de 2006, os custos dos financiamentos subiram e a inadimplência cresceu. O aumento dos preços do petróleo e das principais commodities agrícolas e minerais colocou mais lenha na fogueira. Daí, até o estouro da bolha de crédito, foi só questão de tempo.


Agora, entramos no período de ajuste dos desequilíbrios. O dinamismo e segurança do ambiente de negócios e os altos investimentos em inovação e produtividade nos Estados Unidos nos dão garantias de que a correção chegará a bom termo. Mas dado o porte do problema, isso demanda tempo.


Parte da correção vem dos efeitos da desvalorização do dólar: o encarecimento das importações e o barateamento das exportações nos Estados Unidos, leva a uma redução do déficit comercial. Outra parte vem do aumento dos investimentos estrangeiros nos Estados Unidos: A queda do dólar torna muito atrativos os ativos americanos e parte das enormes reservas acumuladas pelos países emergentes tende a fluir para os Estados Unidos.


Durante o período que durar o processo de correção, os mercados devem ficar mais sensíveis, com medo de que a situação desande. Em 2008, a economia americana sofrerá forte desaquecimento podendo, inclusive, enfrentar um curto período de recessão. Economias como a da China e Índia, grandes exportadores para os Estados Unidos, deverão ter seu processo de crescimento reduzido em torno de dois pontos percentuais. A Europa e o Japão, devido à valorização das moedas locais em relação ao dólar, sofrerão pressão inflacionária e redução nos saldos em conta corrente, com impacto moderado sobre o crescimento do PIB. O Brasil, que exporta bastante para a Ásia, também sofrerá, com recuo do seu crescimento em torno de um ponto percentual.


Mas, para o Brasil, a crise internacional pode ser favorável. Se a economia mundial continuasse acelerada, os altos preços das commodities agrícolas e minerais e a escassez interna de energia poderiam pressionar a inflação a ponto de o Banco Central precisar elevar bastante as taxas de juros. Com menor crescimento econômico mundial, no entanto, esses preços não devem subir, ajudando a manter a inflação próxima da meta. Além disso, ganharemos tempo para que os investimentos feitos ao longo de 2007 possam maturar, ajudando a aumentar a capacidade de oferta no mercado interno.


Para os investimentos em bolsa de valores, a volatilidade deve continuar bastante alta ao longo de 2008. No entanto, o bom desempenho das principais empresas listadas na Bovespa ainda pode garantir rendimentos compensadores aos investidores.


O processo de internacionalização de grandes empresas brasileiras, o anúncio de aumento da produção de petróleo e gás natural pela Petrobras e os bons lucros dos principais bancos tornam o mercado acionário brasileiro bastante atrativo. O fortalecimento do ambiente de negócios, com inflação sob controle, dívida líquida do setor público em relação ao PIB em queda, câmbio estável e juros menores que em anos anteriores, tornam o Brasil menos vulnerável às crises internacionais.


Embora haja risco de turbulência neste período de ajuste da economia mundial, acredito que, para o Brasil, o processo será menos doloroso do que pressupõe a maioria dos analistas econômicos.


Alcides Domingues Leite Júnior, é professor de Mercado Financeiro da Trevisan Escola de Negócios