segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Nova York reage bem a pacote e Bolsas fecham em alta

por Renato Martins da Agência Estado
08.09.2008 18h48

O mercado norte-americano de ações fechou em alta forte, com os índices Dow Jones e S&P-500 registrando suas maiores altas em mais de um mês. Os investidores reagiram positivamente ao pacote de ajuda às agências de crédito hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac, anunciado ontem pelo Departamento do Tesouro dos EUA. Pela manhã, o índice Dow chegou a subir 350 pontos; à tarde, porém, dúvidas sobre se o pacote realmente levará a uma recuperação do setor de imóveis residenciais levaram os principais índices a recuar das máximas.
"Isso é uma cura para os problemas que afetam o crescimento global? Não. Mas é um bom passo para fazer o mercado de hipotecas residenciais voltar a funcionar", comentou o estrategista de investimentos Jim Smigiel, da SEI.
Das 30 componentes do Dow Jones, 29 ações fecharam em alta (a exceção foi Alcoa, com queda de 2,69%). As ações do setor financeiro estavam entre as que mais subiram, em reação ao anúncio do pacote (Bank of America +7,76%, Citigroup +6,55%), JPMorgan Chase +4,92%). As das agências beneficiadas pelo pacote, porém, sofreram queda forte, por causa das dúvidas sobre o que a intervenção do governo dos EUA vai representar para os acionistas (Fannie Mae -89,63%, Freddie Mac -82,75%). As ações do banco de investimentos Lehman Brothers caíram 12,65%, refletindo o temor persistente dos investidores quanto à saúde financeira da instituição. As do banco regional de crédito imobiliário Washington Mutual recuaram 3,51%, em reação ao anúncio do afastamento de seu executivo-chefe. As ações das construtoras de casas tiveram altas fortes (KB Homes +14,22%, DR Horton +12,16%).
O índice Nasdaq, concentrado em ações de tecnologia, teve um desempenho inferior ao dos demais por causa das quedas de ações como NVidia (-4,11%, após rebaixamento de recomendação pelos analistas do UBS) e RF Micro Devices (-10,78%, após rebaixamento de recomendação pelo Citigroup). Entre as empresas aéreas, o destaque foi UAL Corp., controladora da United Airlines. A publicação errônea de uma notícia antiga, datada de 2002, sobre a possibilidade de a companhia pedir concordata, fez suas ações caírem 27%. O erro foi corrigido à tarde, o que permitiu que as ações da UAL recuperassem algum terreno; mesmo assim, elas fecharam em queda de 11,22%.
O índice Dow Jones fechou em alta de 290,43 pontos (2,59%), em 11.510,74 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 13,88 pontos (0,62%), em 2.269,76 pontos. O S&P-500 subiu 25,48 pontos (2,05%), para 1.267,79 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bovespa ignora euforia nos EUA e cai 2,35%

por Claudia Violante da Agência Estado
08.09.2008 17h43

A Bolsa de Valores de São Paulo ficou de fora da festa que a ajuda do governo norte-americano às agências de hipotecas Freddie Mac e Fannie Mae proporcionou às bolsas mundiais nesta segunda-feira. Depois de engatar uma alta superior a 3% na abertura, o índice Bovespa mudou de rumo perto da hora do almoço com o enfraquecimento principalmente das ações de Petrobras, Vale e siderúrgicas, e fechou com queda próxima a 2%, novamente no menor patamar de pontuação em mais de um ano.
Os investidores titubearam ao enumerar as justificativas para a queda: realização de lucros, venda de estrangeiros, enfraquecimento das commodities. Também repetiram a explicação ouvida nas mesas no exterior: o anúncio ontem nos EUA não encerra a crise norte-americana.
O Ibovespa terminou o pregão em baixa de 2,35%, na segunda maior queda do mês (a maior foi na quinta-feira, de -3,96%), aos 50.718,0 pontos, menor nível desde os 49.815,1 pontos de 21 de agosto do ano passado. O Ibovespa oscilou hoje entre a mínima de 50.646 pontos (-2,49%) e a máxima de 53.706 pontos (+3,40%). No mês, acumula perdas de 8,91% e, no ano, de 20,61%. O volume financeiro somou R$ 5,14 bilhões.
"O mercado avalia que as medidas que o governo dos EUA anunciou ontem não são suficientes para enfrentar a desaceleração econômica, ainda que evitem uma crise financeira mais grave", comentou, em e-mail, a sócia-gestora da Global Equity, Patrícia Branco. Segundo ela, como a recessão americana continua na mira, o cenário é de aversão a risco, "o que conduz à queda da bolsa brasileira".
A notícia da ajuda de até US$ 200 bilhões às agências hipotecárias norte-americanas fez o dólar se fortalecer ante outras moedas e, em boa parte do dia, levou o petróleo para baixo. O contrato futuro de petróleo com vencimento em outubro negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) recuperou-se no final e subiu 0,10%, aos US$ 106,34, mas as ações da Petrobras derreteram 4,65% (ON) e 5,02% (PN). A Vale, a outra blue chip do pregão, também não ficou atrás e caiu 3,63% (ON) e 3,46% (PNA).
O setor financeiro doméstico foi um dos destaques de elevação, seguindo as ações das financeiras nos Estados Unidos. Bradesco PN subiu 2,15%, Itaú PN, 1,01% e Unibanco units, +1,18%. BB ON caiu 2,44%.
Não foi apenas o segmento financeiro a subir nos EUA: o índice Dow Jones terminou em alta de 2,58%, aos 11.510,7 pontos, o S&P 500 avançou 2,05%, para 1.267,79 pontos, e o Nasdaq teve elevação de 0,62%, aos 2.269,76 pontos. Na Europa, o desempenho também foi parecido: a Bolsa de Paris subiu 3,42%, Frankfurt, 2,22%, e Londres, 3,92%.
"O mercado doméstico está muito machucado. O pacote (nos EUA), claro, foi positivo, mas a sensação que fica é a de que a ajuda esconde os problemas embaixo do tapete", comentou Rafael Moysés, gestor da corretora Umuarama.
Por esta razão, os efeitos da ajuda pode se dissipar rapidamente e, para os próximos dias, os investidores voltem a olhar os velhos problemas. A agenda segue no foco - amanhã o presidente do Fed discursa sobre educação e saem os estoques no atacado e vendas de imóveis pendentes. As atenções nesta terça-feira também estarão voltadas para a reunião da Opep, que discutirá as metas de produção de petróleo dos países-membros.

IBOV...após 05/09..."martelo de alta" revertendo tendência anterior...


O Ibovespa abriu em 51.404 pontos e não suportando a pressão vendedora, sinalizada pelos mercados futuros, deu continuidade ao processo de realização, e por volta das 12 horas, veio buscar seu objetivo em 100% do fibo de queda, ao atingir a mínima em 50.091 pontos ( -2,56%). A partir daí, reagiu com firmeza, primeiramente retomando os 51 mil pontos, até finalizar na máxima em 51.940 pontos (+ 1,03%).

Análise:O Ibovespa operou em sintonia, com a forte realização de DJI, quando ambos vieram buscar a mínima nos suportes em 50 mil pontos e 11 mil pontos, respectivamente. E nessa "sintonia fina" com DJI, o IBOV fechou na máxima quando DJI, veio em sua máxima ao recuperar o terreno positivo no final do pregão.
Essa forte recuperação fez com que os principais indicadores do gráfico diário e todos indicadores do gráfico de "30 minutos" sinalizassem pela tendência de alta. O "candle" formado no gráfico diário é um "martelo de alta", formado após o fundo de uma tendência de baixa, sinalizando a possibilidade da reversão dessa tendência. Os mercados futuros, antes da abertura do pregão, deverão confirmar (ou não) essa reversão para alta.

Abaixo do suporte em 50 mil pontos, objetivos de queda em: 49.800, 49.000, 48.400, 47.900 pontos e 47.050 pontos.

Acima de 52.000 pontos objetivos de alta em: 52.300, 53 mil, 53.450, 53.750, 54.100 e 54.500 pontos.