quinta-feira, 21 de maio de 2009

NY recua com perspectiva negativa para o Reino Unido

por Agência ESTADO
21 de Maio de 2009 18:43

Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam com queda, pressionados pela decisão da agência de classificação de risco Standard & Poor's de colocar o rating do Reino Unido em perspectiva negativa. Isso reforçou o temor a respeito do estado da economia global e empurrou para baixo os preços dos papéis do setor industrial e de matérias-primas (commodities).
A S&P disse que poderá cortar o rating de crédito soberano do Reino Unido, atualmente em AAA, se o próximo governo não tomar nenhuma atitude para reduzir o nível de empréstimos tomados. Diante disso, reduziu a perspectiva para o rating soberano do Reino Unido para negativo, de estável. A S&P deixou claro, entretanto, que uma eventual redução no rating não deve ocorrer em breve.
Para alguns investidores, o alerta aumentou a possibilidade de cortes na perspectiva dos EUA e de outros países desenvolvidos de peso que enfrentam dificuldades para reativar suas economias desde que a crise global surgiu no ano passado. "Entramos nessa bagunça com alavancagem e endividamento das famílias e isso mostra que não podemos sair disso apenas substituindo esses débitos por dívida do governo", afirmou Randy Bateman, chefe de investimentos do Huntington Funds.
A queda de mais de cem pontos hoje no índice Dow Jones foi a maior desde 13 de maio e a primeira em três dias consecutivos desde 3 de março. Mas mesmo com a queda de 4% no índice desde segunda-feira, veteranos observaram que o mercado registrou pouco volume de negócios nos últimos dias. No saldo da semana, o índice SP-500 ainda permanece positivo por conta da forte alta de segunda-feira.
No setor industrial, as ações da Caterpillar recuaram 4,7% e as da Alcoa perderam 4,1%. General Eletric cedeu 3,85%. General Motors disparou 32,41%. A GM e o sindicato United Auto Workers (UAW) chegaram a um acordo prévio para reduzir a dívida de US$ 20 bilhões da montadora com o fundo para plano de saúde dos aposentados, segundo anunciou o sindicato. O acordo é um elemento-chave nos planos de reestruturação da GM, que está sob observação do governo dos EUA.
No setor financeiro, alguns papéis de grandes bancos fecharam com alta, enquanto outros foram pressionados por ofertas de ações. Entre os que cederam, Regions Financial recuou 16% após a instituição precificar 400 milhões de ações a US$ 4 cada, desconto de 18% sobre o fechamento de quarta-feira. Fifth Third Bancorp perdeu 9,9% após anunciar que venderá US$ 750 milhões em novas ações. Bank Of America caiu 0,70%, enquanto JPMorgan subiu 1,01%, Morgan Stanley avançou 0,32% e Citigroup cresceu 0,81%.
O índice Dow Jones fechou em queda de 129,91 pontos (-1,54%), em 8.292,13 pontos. O Nasdaq fechou em baixa de 32,59 pontos (-1,89%), em 1.695,25 pontos. O S&P-500 caiu 15,14 pontos (-1,68%), para fechar em 888,33 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bolsa cai 2,26% com realização de lucros e Reino Unido

por Agência ESTADO
21 de Maio de 2009 17:52

Depois de dois dias de moderação, investidores realizaram lucros hoje e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em baixa de mais de 2%. Embora as justificativas para a venda de papéis sejam bem razoáveis - uma delas o rebaixamento da perspectiva do rating do Reino Unido -, a avaliação sobre o mercado doméstico não mudou: o movimento de vendas é saudável e a trajetória de alta não se dissipou. Vale e siderúrgicas estiveram à frente das vendas, empurradas, entre outras coisas, pela queda dos preços dos metais que, ao lado do petróleo, também sentiram o peso do noticiário.
O índice Bovespa (Ibovespa) terminou o dia em baixa de 2,26%, aos 50.087,33 pontos. Nestas três sessões seguidas de queda, perdeu 2,67%, o que não mudou a trajetória do mês, que ainda exibe alta de 5,92%. No ano, a Bolsa acumula ganhos de 33,39%. Na mínima do dia, o índice tocou os 49.565 pontos (-3,28%) e, na máxima, os 51.244 pontos (estabilidade). O giro financeiro totalizou R$ 4,577 bilhões (dado preliminar).
O movimento de queda do Ibovespa, segundo a sócia-gestora da Global Equity, Patrícia Branco, teve início ontem, com a ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que previu uma recessão mais profunda do que a originalmente prevista para os EUA em 2009. "Não houve tempo suficiente ontem para cair o que deveria", comentou a especialista, ao acrescentar que, hoje, o movimento de vendas se manteve com as notícias vindas do Reino Unido.
A agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu a perspectiva do rating do Reino Unido de estável para negativa, levando em conta a deterioração das finanças públicas do país. A notícia por si só já é ruim, mas também levantou o temor sobre o rebaixamento da dívida do governo dos EUA - e não só, de outras grandes economias também, ainda mais que houve um afrouxamento monetário justamente para fazer frente à crise financeira. Assim, as Bolsas norte-americanas recuaram, ainda com os efeitos dos dados sobre os pedidos de auxílio-desemprego da última semana.
A queda das bolsas também levou a um recuo nos preços das commodities, mas o petróleo conseguiu ainda manter-se acima dos US$ 60 por barril. O contrato com vencimento em julho terminou cotado a US$ 61,05 na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), em baixa de 1,60%. A desvalorização, hoje, acompanhou o desempenho do mercado acionário, mesmo movimento visto nos metais.
No Brasil, as ações da Petrobras perderam menos terreno que as da Vale. As ações ordinárias (ON) da Petrobras recuaram 1,93% e as preferenciais (PN), -1,96%. Vale pesou mais sobre o Ibovespa hoje, em meio ao corte feito pelo Morgan Stanley na recomendação da empresa. Além disso, a novela da negociação do preço do minério de ferro continua no ar e, hoje, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua disse que as siderúrgicas daquele país estão reivindicando um desconto de 40%.
Vale ON terminou o dia em queda de 4,06% e Vale PNA, -2,97%. As siderúrgicas acompanharam o recuo: Gerdau PN perdeu 2,78%, Metalúrgica Gerdau PN, -3%, Usiminas PNA, -2,91%, e CSN ON -3,40%.