sexta-feira, 13 de março de 2009

Bolsa de NY fecha o dia em alta e ganha 9% na semana

por Suzi Kazumata de Agência ESTADO
13 de Março de 2009 19:22

Nova York - As ações da General Motors e da Merck lideraram as Bolsas de Nova York em mais um fechamento positivo, com o índice Dow Jones registrando a melhor sequência de alta de quatro dias desde a última semana de novembro. Na semana, o Dow Jones acumulou um ganho de 9,01%, o Nasdaq avançou 10,64% e o S&P-500 registrou uma valorização de 10,71%.
No dia, o índice Dow Jones subiu 53,92 pontos, ou 0,75% e fechou em 7.223,98 pontos. O Nasdaq avançou 5,40 pontos, ou 0,38%, e fechou em 1.431,50 pontos. O S&P-500 subiu 5,81 pontos, ou 0,77%, e fechou em 756,55 pontos, enquanto NYSE Composite avançou 36,01 pontos, ou 0,77%, e fechou em 4.721,00 pontos.
Apesar do encerramento positivo da semana, é difícil acreditar que o impulso de alta tenha convicção, considerando as persistentes preocupações com relação aos mercados financeiros e a economia geral, disse Jeffrey Pavlik, que administra o fundo hedge Pavlik Capital Management.
Frank Beck, executivo-chefe de investimentos do Capital Financial Group, atribui os ganhos da semana à ação de cobertura de vendas a descoberto por operadores e administradores de fundos. O técnico-chefe de mercado da Oppenheimer Carter Worth disse que as ações provavelmente vão permanecer nos atuais níveis deprimidos por mais dois ou três meses.
Os papéis da GM deram continuidade ao movimento iniciado na quinta-feira - quando sua diretoria disse que não precisará de um capital adicional de US$ 2 bilhões do governo - e subiram mais 24,77% para US$ 2,72.
No setor de serviço de saúde, as ações da Merck lideraram os ganhos com uma alta de 12,65%, para US$ 27,07, acumulando uma valorização recorde de 23% em dois dias, com os investidores otimistas a respeito do plano de fusão da companhia com a Schering-Plough.
Os comentários de executivos de grandes bancos dizendo que suas companhias estão lucrativas ajudaram as ações a subir durante grande parte da semana, mas os observadores do mercado disseram que os bancos agora terão de confirmar as expectativas que estabeleceram. "Eles não poderão dar mais corda na máquina por enquanto", disse Stephen Lieber, executivo-chefe de investimentos da Alpine Dynamic Balance Fund. "Eles fizeram seus comentários, agora eles terão de mostrar seus números e isso pode levar algum tempo", acrescentou.
As ações do Citigroup subiram 6,59% e fecharam a US$ 1,78; Bank of America caiu 1,54% e fechou a US$ 5,76; e JPMorgan avançou 2,37% e fechou em US$ 23,75. As informações são da Dow Jones.

Bolsa cai 0,35% apesar da disparada de ações de varejo

por Claudia Violante de Agência ESTADO
13 de Março de 2009 17:46

São Paulo - A sexta-feira foi marcada pela volatilidade no mercado acionário. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) trabalhou sem definição até o final, ora acompanhando a alta registrada com mais firmeza em Wall Street, ora em queda, embora em ambos os casos sem muito vigor. Segundo operadores, a expectativa com o vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira serviu para ampliar o sobe-e-desce natural dos últimos dias.
O índice Bovespa (Ibovespa) terminou o pregão em baixa de 0,35%, aos 39.015,37 pontos. Na semana, acumulou alta de 5,15%. No mês, o ganho do Ibovespa está em 2,18% e no acumulado do ano, 3,90%. Na mínima do dia, atingiu os 38.580 pontos (-1,46%) e, na máxima, os 39.707 pontos (+1,42%). O giro financeiro totalizou R$ 3,664 bilhões. Os dados são preliminares.
Segundo um profissional do mercado de renda variável, a Bovespa trabalhou dividida entre o noticiário da semana e o comportamento de suas principais ações. "O setor financeiro norte-americano acabou distorcendo para cima nos últimos dias, assim como empresas que tinham caindo muito (GM) e acompanharam", citou a fonte lembrando das altas dos índices norte-americanos na semana. Como o Ibovespa estava sendo comedido quando Wall Street renovava quedas, também não acompanhou com a mesma intensidade a recuperação nesta semana.
Hoje, as ações de empresas do setor varejista foram destaque no mercado doméstico, depois que o IBGE surpreendeu ao anunciar vendas do comércio acima das previsões. Em janeiro, as vendas subiram 1,4% na comparação com dezembro, na série com ajuste sazonal, enquanto o teto das previsões era de 0,3%. Na comparação anual, com janeiro do ano passado, a vendas aumentaram 6%, perto da melhor previsão, de 6,4%.
Junte-se aos dados do IBGE o corte de 1,5 ponto porcentual da taxa básica de juros (Selic) esta semana e o resultado foi a disparada das ações das varejistas. O desempenho melhor do que o esperado da Lojas Americanas também contribuiu. As ações preferenciais (PN) desta empresa lideraram os ganhos do índice Bovespa ao subirem 6,68% hoje. A companhia registrou lucro líquido de R$ 105,8 milhões no quarto trimestre do ano passado, acima dos R$ 66,1 milhões previstos pelos analistas ouvidos pela Agência Estado.
Lojas Renner ON (ações ordinárias) foi a terceira maior alta do Ibovespa, com 3,62%, Pão de Açúcar subiu 1,41%%, Perdigão ON, 2,44%. Sadia PN foi a segunda maior elevação do índice, com 5,68%, mas sobre a ação ainda recaíram outras explicações, no caso, a volta dos rumores sobre a troca do controle da companhia.
Mas como o setor de consumo não tem muito peso no Ibovespa, Petrobras e Vale comandaram o rumo. Com aquisição de estrangeiros, e na contramão do petróleo, as ações da estatal registraram hoje seu quinto pregão seguido de elevação. Vale, ao contrário, não se beneficiou das declarações do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que levaram os preços das commodities metálicas para cima. Wen Jiabao disse que o seu país pode crescer 8% em 2009 e que, se necessário, poderá adotar um novo pacote de estímulo.
Vale ON recuou 2,65% e PNA, -1,85%. Segundo um operador, as notícias sobre a possibilidade de um corte de 50% nos preços para a venda do minério de ferro nas negociações em andamento neste ano estariam ainda ecoando negativamente sobre os papéis.
Petrobras ON avançou 0,29% e PN, 0,54%, com menor vigor no final. Hoje, a estatal informou ter assinado no último dia 28 de janeiro um memorando de entendimento com a japonesa Marubeni Corporation em relação ao estudo em conjunto para o projeto da refinaria Premium 1 no Estado do Maranhão. O contrato do petróleo negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) recuou 1,66% e terminou cotado a US$ 46,25.
Nos Estados Unidos, o oba-oba com o setor financeiro diminuiu de intensidade, com os investidores hoje voltados para compras em setores tradicionalmente defensivos, como ações de empresas de saúde e de prestação de serviços públicos. O Dow Jones terminou o dia em alta de 0,75%, a 7.223,98 pontos, o S&P 500 de 0,77%, aos 756,55 pontos, e o Nasdaq, 0,38%, a 1.431,50 pontos. Circulou no mercado norte-americano hoje rumor de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) pode sinalizar a compra de títulos de dívida em sua reunião de política monetária na próxima quarta-feira, após uma operação bem-sucedida feita pelo Banco da Inglaterra nesta semana.