quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Copom eleva juro básico para 13,75% ao ano

por Agência Estado
10.09.2008 20h20

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) voltou a elevar hoje a taxa básica (Selic) de juros da economia brasileira em 0,75 ponto porcentual, para 13,75% ao ano. Na última reunião, realizada em 23 de julho, a Selic já havia sido aumentada em 0,75 ponto porcentual, revelando uma ação mais agressiva do BC de política monetária no intuito de combater a inflação. Nas reuniões anteriores do Copom, realizadas em abril e junho deste ano, a Selic foi elevada em 0,50 ponto, cada.
A alta dos juros básicos promovida pelo BC desde abril reflete a preocupação da autoridade monetária com a evolução dos preços e do equilíbrio na relação entre oferta e consumo no País. Hoje, antes da reunião do Copom, os bons números do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre do ano foram usados pelo presidente da instituição, Henrique Meirelles, para defender a política monetária, constantemente criticada pelo rigor com a inflação. Conforme informações transmitidas à imprensa pela sua assessoria, Meirelles afirma que o atual ciclo de crescimento é "alicerçado na opção pela estabilidade de preços".
Para o mercado financeiro, no entanto, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, deve superar o centro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para este ano, de 4,5%. Segundo a pesquisa Focus, um resumo das principais projeções macroeconômicas de instituições financeiras, divulgada pelo BC na última segunda-feira, o IPCA deve encerrar 2008 em 6,27%. A meta de inflação tem uma margem de tolerância de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos.
A reunião de hoje do Copom foi a sexta deste ano, de oito programadas. O próximo encontro está agendado para os dias 28 e 29 de outubro. A última reunião do ano está marcada para 9 e 10 de dezembro.

Bolsas de NY fecham em alta; Dow Jones subiu 0,34%

por Renato Martins da Agência Estado
10.09.2008 18h17

As Bolsas norte-americanas fecharam em alta, embora com os principais índices de ações abaixo das máximas alcançadas durante o pregão. Operadores disseram que o movimento de alta perdeu impulso à tarde, devido às persistentes preocupações quanto à situação de instituições financeiras como Lehman Brothers e Washington Mutual. As ações do setor de energia estavam entre as que mais subiram, apesar de os preços do petróleo terem caído novamente.
Entre os destaques do pregão estavam as ações do Lehman Brothers; elas chegaram a subir 10% depois de o banco divulgar os resultados preliminares do trimestre de junho a agosto, mas inverteram a direção mais tarde e fecharam em queda de 6,93%. As ações de outras instituições financeiras voltaram a cair (Washington Mutual -29,70%, Wachovia -7,14%, Fannie Mae -25,25%, Freddie Mac -25,00%, AIG -4,74%). No setor de petróleo, as ações da ExxonMobil subiram 2,72% e as da Chevron avançaram 3,01%. Algumas ações do setor industrial também tiveram altas fortes, como General Motores (+6,13%) e Caterpillar (+2,35%).
As ações da Boeing caíram 3,61% e as da Northrop Grumman recuaram 1,13%, depois de o Departamento de Defesa dos EUA adiar para depois da posse do novo presidente dos EUA, em 2009, a decisão sobre uma licitação para o fornecimento de aviões-tanque (para reabastecimento de aeronaves militares em pleno ar), avaliada em US$ 40 bilhões. Um consórcio integrado pela Northrop Grumman havia sido anunciado como vencedor, mas a decisão foi contestada pela Boeing. As ações da FedEx subiram 3,67%, em reação a seu informe de resultados; as da Texas Instruments subiram 0,65%, depois de a empresa fazer uma previsão de lucros em linha com as projeções dos analistas.
O índice Dow Jones fechou em alta de 38,19 pontos (+0,34%), em 11.268,92 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 18,89 pontos (+0,85%), em 2.228,70 pontos. O S&P-500 subiu 7,53 pontos (+0,61%), para fechar em 1.232,04 pontos. As informações são da Dow Jones.

Vale e Petrobras guiam compras e Ibovespa sobe 2,47%

por Claudia Violante da Agência Estado
10.09.2008 17h37

Guiada pelas ações da Vale, da Petrobras e de siderúrgicas, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve hoje um pregão de recuperação, que, entretanto, nem de longe apagou as perdas da véspera, quiçá de setembro. Mas a alta do índice Bovespa nesta quarta-feira foi firme e chegou a 2,47%, a maior desde os 3,24% do dia 20 de agosto e a segunda registrada no mês (o Ibovespa havia subido apenas no dia 5).
A sessão, entretanto, foi muito volátil e o índice oscilou mais de 2.300 pontos entre a máxima e a mínima pontuações. Ficou em 47.606 pontos (-1,71%) no piso e em 49.957 pontos (+3,14%) no teto, para fechar em 49.633,2 pontos. No acumulado de setembro, as perdas do Ibovespa diminuíram a 10,86% e, no ano, a 22,31%.
A trégua dos preços das matérias-primas (commodities), a recuperação de Wall Street e, principalmente, os preços baratos dos papéis domésticos trouxeram muitos investidores de volta às compras. Houve inclusive registro de estrangeiros, os mesmos que vêm empurrando o principal índice à vista para níveis vistos há um ano.
As compras aconteceram principalmente nas castigadas blue chips Vale e Petrobras e o setor siderúrgico. Petrobras PN teve giro de mais de R$ 1,5 bilhão, e alta nada desprezível, de 2,30%. Mas foi mesmo Vale PNA que brilhou, ao subir 5,86%, com o segundo maior volume, de R$ 813 milhões. Vale ON também disparou, 5,73%, e Petrobras ON avançou 1,16%. Gerdau PN subiu 4,93%, Metalúrgica Gerdau PN, 4,06%, CSN ON, 4,22%, Usiminas PNA, 2,08%.
Além da procura pelas bagatelas, a Vale foi favorecida pela recuperação dos preços do cobre e a confirmação de que está mesmo negociando um reajuste adicional para o minério de ferro vendido na Ásia. A notícia não é de hoje, mas não teve espaço para repercutir no mau humor do pregão de ontem.
Já o preço do petróleo nos contratos futuros negociados em Nova York e em Londres deixou de lado o anúncio de corte na produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para reagir aos dados de estoques divulgados pelo Departamento de Energia (DOE) norte-americano. O órgão sinalizou enfraquecimento da demanda nos Estados Unidos. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato de petróleo com vencimento em outubro recuou 0,66%, para US$ 102,58 o barril.
Apesar da trégua de hoje, a volatilidade ainda é moeda corrente no mercado e não se ouve dos analistas a afirmação de que a queda na Bovespa se esgotou. Para o sócio-diretor da corretora Ágora, Álvaro Bandeira, o Ibovespa pode cair para um piso de 45 mil pontos, mas ele ressalvou que a tendência é de melhora até o final do ano. Em entrevista à Agência Estado, ele considerou que a Bolsa doméstica pode subir a 70 mil pontos ainda em 2008. "Mas é preciso que o mercado internacional corresponda e que haja consenso de que o pior já passou."
Para isso, no entanto, os preços das commodities devem ajudar. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje, entretanto, que a tendência para os preços desses produtos é de baixa. E isso ajuda o Brasil, segundo ele, ao tirar a pressão sobre a inflação doméstica. À Bovespa, no entanto, que tem muitas de suas ações de primeira linha em empresas ligadas a matérias-primas, o melhor é preços em elevação.

IBOV..após 09/09...forte queda deixou indicadores "sobrevendidos"...



O Ibovespa abriu na máxima em 50.711 pontos e impulsionado pelos índices futuros, em forte queda, retomou o processo de queda iniciado no pregão anterior e realizou até encontrar suporte no entorno dos 49.500 pontos. Nas duas últimas horas de pregão, com a derrocada de DJI, refluiu novamente até buscar suporte na mínima em 48.418 pontos (- 4,53%) para finalizar depois em 48.435 pontos (-4,50%).

Análise:O Ibovespa deu sequência ao forte processo de realização iniciado no pregão anterior, cedendo quase 2.300 pontos entre a abertura e o fechamento. Parece estar tentando se firmar em novo patamar de negociações, ao redor dos 47 mil pontos, inicialmente.

A continuação e a intensidade dessa queda, fez com que os principais indicadores do gráfico diário e os do gráfico de "30 minutos" mantivessem a sinalização de tendência de baixa. A maioria desses indicadores porém, já se encontram bem "sobrevendidos", com possibilidades de ocorrer uma reversão de tendência. O "candle" formado no gráfico diário é um "marubozu", cheio, indicando o predomínio total da pressão vendedora. Essa queda parece próxima de uma reversão, à medida que o Ibovespa se aproxima dos 47 mil pontos. Os mercados futuros, antes da abertura do pregão, poderão confirmar (ou não) a reversão.

Resistências imediatas em 49.600, 50.070, 50.700, 51.700 e 53 mil pontos.
Suportes imediatos em 48.400, 47.900, 47.500 e 46.700 pontos.

DJI...após 09/09...forte volatilidade fez devolver todo ganho do pregão anterior...


DJI abriu nos 11.515 pontos e com os índices dos mercados futuros ainda em alta, foi até a máxima em 11.577 pontos. A partir daí, refluiu novamente até o suporte nos 11.380 pontos, oscilando em torno desse suporte até o final da primeira metade do pregão. Nas duas últimas horas, retomou o processo de queda e finalizou na mínima em 11.230 pontos (-2,43%), praticamente devolvendo todo ganho do pregão anterior.

Análise: Depois de atingir novamente seu objetivo de alta, nos 11.577 pontos, DJI refluiu até o suporte nos 11.380 e não conseguindo se manter nesse patamar, retornou com força para buscar seu objetivo de queda nos 11.230 pontos. A continuidade da queda, deverá levar DJI novamente aos 11.180 pontos e na perda desse suporte, poderá buscar os 11 mil pontos ou até suporte, abaixo disso. O oscilador de momentos e o CCI/Ma cruzamento do gráfico diário passaram a sinalizar tendência de queda, enquanto o IFR e o estocástico, se apresentam indefinidos. Essa tendência, poderá ser ou não confirmada pelos índices dos mercados futuros, antes da abertura do pregão.

Acima de 11.230 pontos, objetivos de alta em: 11.540, 11.600 e 11.750 pontos (na LTB)
Abaixo de 11.230 pontos, objetivos de queda nos suportes em 11.180, 11.100 e 10.970 pontos.