sábado, 21 de junho de 2008

Ibovespa cai 2,97% hoje e perde 3,85% na semana

por Claudia Violante da Agência Estado
20.06.2008 17h33

Pela terceira sessão consecutiva, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou em queda, hoje abaixo de um importante suporte gráfico, os 65 mil pontos. A alta do petróleo no mercado externo e as notícias ruins no setor financeiro norte-americano arrastaram as bolsas européias, norte-americanas e, por tabela, a brasileira. Os investidores estrangeiros continuam vendendo papéis, prejudicando principalmente o desempenho das ações da Vale e da Petrobras, as mais líquidas.
O Ibovespa encerrou a sessão em queda de 2,97%, aos 64.613,8 pontos. Oscilou entre a mínima de 64.602 pontos (-2,99%) e a máxima de 66.611 pontos (+0,03%). Na semana, as perdas foram de 3,85%. No mês, a Bovespa já recuou 10,99%, embora, no ano, ainda tenha ganhos, de 1,14%. O volume financeiro totalizou R$ 5,924 bilhões.
O petróleo, que ontem derrubou as ações da Petrobras com os temores de arrefecimento da demanda depois que a China anunciou reajuste dos combustíveis a partir de hoje, voltou a subir nesta sessão. Uma onda de problemas na produção nigeriana e a notícia de um exercício militar israelense para defender-se de eventual ataque iraniano pressionaram os preços, que ainda subiram por causa do oportunismo de alguns investidores após a queda de ontem. Além disso, os investidores estiveram atentos às notícias sobre o encontro de domingo em Jeddah, na Arábia Saudita, onde autoridades discutirão a alta na produção de petróleo. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo encerrou em alta de 2,04%, a US$ 134,62 por barril.
Com o petróleo em elevação, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou em baixa de 1,83%, aos 11.842,1 pontos, o menor nível desde 10 de março. O S&P recuou 1,85% e o Nasdaq, 2,27%. Além do petróleo, o setor financeiro e as montadoras também foram destaque de baixa no mercado acionário americano. As seguradoras de bônus MBIA e a Ambac tiveram suas notas de crédito (ratings) reduzidas pela agência de classificação de risco Moody's e a financiadora de hipotecas Washington Mutual anunciou corte de mais 1.200 empregos. No caso das montadoras, a agência Standard and Poor's e a Moody's colocaram os ratings da Ford em observação negativa. A S&P também pôs em observação com implicações negativas os ratings de GM e Chrysler. Hoje, a Ford anunciou corte de produção e disse que pode ter prejuízo antes de impostos em 2008.
Estes rebaixamentos das montadoras podem afetar as subsidiárias brasileiras e, com isso, afetar as siderúrgicas, que já derreteram hoje. Vale trocou hoje com Petrobras o papel da véspera. Enquanto a petrolífera teve perdas menores, contidas pela alta do petróleo, as ações da mineradora despencaram mais de 4%. Ontem, o presidente da Vale, Roger Agnelli, admitiu que a pressão nos custos já encareceu o plano de investimentos da mineradora programado até 2012. As ações das duas empresas estão sendo penalizadas também pela fuga dos investidores estrangeiros. Vale ON perdeu 4,50%, Vale PNA recuou 4%, Petrobras ON cedeu 1,85% e Petrobras PNA caiu 1,75%.

Dow Jones fecha no pior nível desde 10 de março

por Renato Martins da Agência Estado
20.06.2008 18h15

O mercado norte-americano de ações fechou em queda forte, com o índice Dow Jones chegando ao fim do dia no nível mais baixo desde 10 de março; é a primeira vez desde 17 de março que o Dow Jones fecha abaixo dos 12 mil pontos. A queda de hoje foi atribuída à influência da nova alta dos preços do petróleo. Nas próximas semanas, as grandes empresas norte-americanas começarão a apresentar suas projeções de lucro para o trimestre e muitos investidores estão se posicionando para um esperado salto nos custos relacionados aos preços do petróleo.
"Estamos chegando perto da temporada de pré-anúncios e os preços das commodities (matérias-primas, como o petróleo) estão mantendo as pessoas nervosas", comentou o diretor de operações com ações da Jefferies, Craig Peckhamn. As ações do setor financeiro estavam entre as que mais caíram, devido a temores quanto à saúde financeira das instituições e alguns rebaixamentos de notas de crédito (ratings). Também pesou no sentimento do mercado o anúncio da agência de classificação de risco Standard & Poor's de que poderá rebaixar os ratings das montadoras Ford e General Motors.
Das 30 componentes do Dow Jones, somente as ações da Coca-Cola fecharam em alta (+0,56%); o destaque negativo foi General Motors (-6,76%); as ações da Ford caíram 8,07%. No setor financeiro, as ações do Merrill Lynch caíram 4,62%; as do Citigroup, que advertiu o mercado para a possibilidade de mais baixas contábeis "substanciais", recuaram 4,31% (analistas do UBS disseram que o Citigroup poderá ter prejuízo no segundo trimestre). Entre as seguradoras de bônus, as ações da MBIA caíram 13,33% e as da Ambac subiram 0,99%; ambas tiveram seus ratings rebaixados pela Moody's. Outros destaques negativos do pregão foram Alcoa (-4,55%), Home Depot (-3,42%) e American Express (-3,40%).
O índice Dow Jones fechou em queda de 1,83%, em 11.842,69 pontos. O Nasdaq encerrou em baixa de 2,27%, em 2.406,09 pontos. O S&P-500 caiu 1,85%, para 1.317,93 pontos. O NYSE Composite recuou 1,78%, para 8.829,25 pontos. Na semana, o Dow Jones acumulou uma queda de 3,77%, o Nasdaq, uma baixa de 1,97%, e o S&P-500, uma perda de 3,10%. As informações são da Dow Jones.