quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Bovespa fecha em alta de 5,48%

por Claudia Violante da Agência Estado
18.09.2008 18h22

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve dois comportamentos distintos durante o pregão desta quinta-feira: um registrado na primeira e na última hora do pregão e outro entre estes dois períodos. A ação coordenada pelos seis principais bancos centrais do mundo proporcionou uma arrancada às ações domésticas logo na abertura, mas o vigor não se sustentou, dando espaço para uma volatilidade elevada, acompanhando Wall Street. Mas as Bolsas norte-americanas dispararam no final da sessão, levando o índice Bovespa a fechar com a terceira maior alta porcentual de 2008.
O Ibovespa subiu 5,48%, variação que só perdeu para 24 de janeiro deste ano (alta de 5,95%) e 30 de abril (ganho de 6,33%). Fechou o dia hoje em 48.422 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 45.295 pontos (-1,34%) e a máxima de 49.002 pontos (+6,74%). As perdas em setembro foram reduzidas a -13,02% e as de 2008 a -24,20%. O volume financeiro foi expressivo e totalizou R$ 7,5 bilhões (preliminar).
Em Wall Street, os índices terminaram com ganhos de 3,86% (Dow Jones) e 4,78% (Nasdaq), puxados pelo segmento financeiro. Duas notícias causaram euforia nos negócios. Uma delas foi o suposto plano para a criação de um fundo do governo dos EUA para assumir as dívidas podres dos bancos e as iniciativas para limitar as vendas a descoberto dos papéis financeiros. Segundo a cadeia de notícias CNBC, o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, está trabalhando na criação de uma facilidade do governo para assumir dívidas podres das instituições financeiras. A facilidade será semelhante à Resolution Trust Corporation, criada no fim dos anos 1980 para assumir os ativos das instituições de poupança que atravessavam forte crise, acrescentaram as fontes.
A outra notícia é de que o Calpers, fundo de pensão dos servidores públicos da Califórnia e o maior dos EUA, anunciou que a partir desta quinta-feira não irá mais emprestar ações do Goldman Sachs e do Morgan Stanley. O objetivo é coibir vendas a descoberto dos papéis, cuja reação ao anúncio foi imediata: de queda passaram a ganhos e reforçaram a participação do setor da reversão das bolsas.
Ontem, o fundo de pensão dos professores da Califórnia (Calstrs) já havia decidido interromper o empréstimo de ações do Goldman e do Morgan. Em seguida, o fundo enviou carta a outros 60 fundos de pensão, pedindo que eles fizessem o mesmo. A Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários americana) divulgou novas regras para coibir a venda a descoberto de ações de todas as empresas negociadas em bolsa. As regras entraram em vigor nesta quinta-feira.
Além da notícia do Calpers, as bolsas ainda contaram hoje com a injeção de liquidez orquestrada pelos seis principais bancos centrais do globo (Fed, Banco da Inglaterra, Banco Central Europeu, Banco do Japão, Bancos da Suíça e do Canadá), ação que não minimizou os temores nas bolsas asiáticas e européias, que recuaram.
No Brasil, a recuperação da Bovespa ainda encontrou um terreno favorável, com os preços baratos depois do tombo de 6,74% de ontem e também após o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ter anunciado que a instituição vai promover leilões de venda de dólares conjugados com compra futura, com o objetivo de corrigir distorções de liquidez no mercado de câmbio. O dólar disparou hoje com a falta de vendedores e atingiu R$ 1,962 na máxima do dia, recuando no fechamento a R$ 1,93.
Com tudo isso, e ainda com a alta do petróleo no mercado externo - o contrato para outubro subiu 0,74%, para US$ 97,88 - as ações da Petrobras conduziram a guinada do Ibovespa. Petrobras ON avançou 7,06% e PN, 8,05%, esta com giro de R$ 1,291 bilhão. Vale ON teve alta de 7,28% e PNA, de 7,45%. Os ganhos também foram desta magnitude nos setores siderúrgico e bancário.

NY sobe com esperança de mais ações do governo

por Renato Martins da Agência Estado
18.09.2008 18h48

As Bolsas de Nova York fecharam em alta forte hoje, em mais um dia de grande oscilação. O índice Dow Jones chegou a cair 150 pontos, mas recuperou terreno e acabou recobrando boa parte da queda de 4,7% registrada ontem. O mercado abriu relativamente estável, em meio ao noticiário sobre mais ações coordenadas de bancos centrais com o objetivo de reduzir a turbulência dos mercados. Os juros de curto prazo, porém, recusaram-se a ceder e voltaram a circular especulações sobre a saúde de instituições financeiras, como o Bank of New York Mellon (cujas ações caíram 4,62%) e State Street (-8,88%).
À tarde, o mercado reagiu positivamente à notícia de que as autoridades do Reino Unido decidiram proibir as vendas a descoberto de ações do setor financeiro; isso gerou a expectativa de que a mesma medida seja adotada nos EUA. O movimento de alta ganhou mais impulso com o informe de que o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, está fazendo consultas sobre a possibilidade de o governo criar uma entidade para assumir as dívidas "podres" em poder das instituições financeiras, nos moldes da Resolution Trust Corp., criada no fim dos anos 1980 por ocasião da crise das associações de poupança e crédito ("savings and loans").
As ações do banco de investimentos Goldman Sachs, que haviam chegado a cair 25% pela manhã, reduziram sua perda a 5,68%; as do banco Morgan Stanley, que haviam chegado a cair 46%, fecharam em alta de 3,68%; os investidores mostraram nervosismo diante de informes de que o Morgan Stanley estaria estudando uma fusão com o Wachovia (cujas ações subiram 58,99%). Outros destaques no setor financeiro foram Bank of America (+12,43%), Citigroup (+18,67%) e JPMorgan Chase (+12,66%).
As ações da FedEx, que divulgou resultados, subiram 3,47%; as da Oracle, que divulgaria balanço após o fechamento, avançaram 3,59%.
As ações da seguradora AIG subiram 31,22%; pela manhã, a Dow Jones anunciou que elas deixarão de estar entre as componentes do índice Dow Jones a partir da próxima segunda-feira, sendo substituídas pelas da Kraft Foods (que subiram 3,34%).
O índice Dow Jones fechou em alta de 410,03 pontos (3,86%), em 11.019,69 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 100,25 pontos (4,78%), em 2.199,10 pontos. O S&P-500 subiu 49,94 pontos (4,32%), para fechar em 1.206,33 pontos. As informações são da Dow Jones.

IBOV...após 17/09...refém de DJI, com forte baixa...


O Ibovespa abriu em queda nos 49.218 pontos (máxima) e com os mercados futuros em forte baixa, realizou continuadamente até buscar suporte em nova mínima nos 45.859pontos (-6,85%). Desse ponto, tentou esboçar reação indo encontrar resistência nos 47.570 pontos. Daí, refluiu até finalizar nos 45.909 pontos ( - 6,74%).

Análise: Contrariando a análise gráfica que mostrava tendência de alta, o Ibovespa sintonizou com DJI e com os índices dos mercados futuros, em forte queda, para realizar mais uma vez, com força. Parece estar cada vez mais próximo de seu objetivo de baixa nos 45 mil pontos. Se conseguir se manter acima dos 48.000 pontos, seu próximo objetivo de alta será 49.240 pontos. Abaixo dos 45.900 pontos, deverá buscar os próximos suportes projetados em 44.230, 43.100 e 42.500 pontos. O "candle" formado no gráfico diário é um "marubozu" cheio, indicativo da forte predominância da pressão vendedora. Os principais indicadores do gráfico diário e os de "30 minutos" sinalizam tendência de baixa. Os índices futuros, antes da abertura do pregão, poderão confirmar (ou não) essa tendência.

Resistências imediatas em 47.400, 47.570, 48.600 e 49.000 pontos.

Suportes imediatos em 45.500, 44.800, 44.250, 43.100 e 42.400 pontos.

DJI...após 17/09...tentando se manter acima dos 10.500 pontos..


DJI abriu nos 11.057 pontos (máxima) e com os índices futuros em forte baixa, provocada pela crise de confiança no sistema financeiro americano, deu sequência ao processo de realização, operando praticamente em queda durante todo pregão, vindo a buscar a mínima em 10.598 pontos (-4,17%) e posteriormente finalizando em 10.609 pontos (-4,07%).

Análise: DJI não conseguiu se manter no patamar dos 10.900 pontos e a acabou perdendo os patamares de 10.800 e 10.700 pontos, se acomodando, por enquanto nos 11.600 pontos. A perda desse suporte poderá levar DJI abaixo dos 10.500 pontos. Acima de 10.680 pontos, DJI encontrará resistências em 10.780 pontos e 10.900 pontos. Abaixo dos 10.680 pontos, os próximos suportes são 10.550 e 10.450 pontos. O "candle" do gráfico diário é um "marubozu" cheio, indicando novamente a predominância dos vendedores.Os principais indicadores do gráfico diário e os de "30 minutos" sinalizam tendência de queda. Os mercados futuros antes da abertura poderão confirmar (ou não) a continuidade dessa tendência.

Resistências imediatas acima de 10.780 pontos: 10.900 pontos, 11.020 pontos e 11.220 pontos.

Suportes imediatos abaixo de 10.680pontos: 10.550 e 10.450 pontos.