quarta-feira, 10 de junho de 2009

Wall Street cede com alta do petróleo e de juro de bônus

por Agência ESTADO
10 de Junho de 2009 19:23

Os principais índices de ações do mercado norte-americano reduziram as perdas no final, mas ainda assim fecharam em baixa, com a alta dos juros dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) e dos preços das matérias-primas (commodities) alimentando preocupações de que a inflação poderá limitar qualquer esforço de recuperação da economia. Algumas ações de energia, como a ExxonMobil subiram com a alta do petróleo para a máxima do ano, mas esse mesmo fator derrubou as ações de companhias aéreas e de varejo.
As taxas de juro voltaram a preocupar os investidores nesta quarta-feira. O mercado de ações estava mais ou menos estável até a divulgação do anúncio do resultado do leilão de T-Notes de 10 anos depois das 14 horas (de Brasília), que levou as taxas dos bônus governamentais a dispararem para as máximas em sete meses. Os rendimentos (yields) dos Treasuries de prazos mais longos são frequentemente usados para estabelecer as taxas de juro hipotecárias e de outros empréstimos. "Taxas de juro mais altas não são boas para ninguém; isso vai matar a expansão do refinanciamento e desacelerar o mercado de moradia", disse Joseph Saluzzi, cofundador da corretora Themis Trading.
No setor de energia, as ações da ExxonMobil fecharam em alta de 0,98%, trazendo os ganhos da companhia de maior valor de capitalização de mercado dos EUA no mês para 6,5%. Os preços do petróleo atingiram a máxima do ano na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex) depois que o relatório dos estoques comerciais apontaram uma redução na oferta.
Contudo, a alta do petróleo pesou sobre as ações de companhias de consumo. As ações da rede de lojas Macy's caíram 1,48%, com os investidores se antecipando ao dado de vendas no varejo de maio nos EUA a ser divulgado amanhã. No setor de transporte aéreo, as ações da UAL Corp, controladora da American Airlines, caíram 6,22%, enquanto as da Delta Airlines fecharam em baixa de 5,07%.
O índice Dow Jones caiu 24,04 pontos (-0,27%) e fechou com 8.739,02 pontos. Seguindo um padrão que apareceu neste mês, o Dow chegou a zerar as perdas do ano, mas no final da sessão voltou a ficar negativo em 0,43%. O índice S&P-500 recuou 3,28 pontos (-0,35%) e fechou em 939,15 pontos. O Nasdaq caiu 7,05 pontos (-0,38%) e fechou com 1.853,08 pontos, enquanto o NYSE Composite recuou 3,51 pontos (-0,06%) e fechou com 6.098,06 pontos. As informações são da Dow Jones.

Vale e Petrobras garantem alta de 0,48% à Bovespa

por Agência ESTADO
10 de Junho de 2009 17:37

A queda das Bolsas norte-americanas influenciou diretamente o comportamento do índice Bovespa (Ibovespa) hoje. Mas o principal índice acionário doméstico escapou da queda graças aos ganhos das blue chips. O giro financeiro também foi mais forte do que nas duas sessões anteriores, uma vez que não haverá pregão amanhã em decorrência do feriado e muitos investidores anteciparam operações. O Ibovespa terminou a sessão em alta de 0,48%, aos 53.410,93 pontos. Na mínima do dia, registrou 52.819 pontos (-0,64%) e, na máxima, os 54.048 pontos (+1,68%). No mês, acumula alta de 0,4% e, no ano, de 42,24%. O giro financeiro totalizou R$ 4,879 bilhões. Os dados são preliminares.
A Bolsa brasileira abriu em alta, embalada pelas notícias da China e da Vale. O jornal em língua chinesa Ming Pao Daily informou hoje que a produção industrial chinesa teria crescido 8,9% em maio ante maio do ano passado. O dado oficial só sai na sexta-feira e a previsão dos economistas é de uma elevação de 7,8%. Por isso a notícia, se confirmada, indica que o pior da crise também teria ficado para trás na China, que é um dos principais responsáveis por compras de matérias-primas do mundo.
O dado não-oficial da produção industrial chinesa impulsionou a alta dos preços das commodities metálicas que, no entanto, não sustentaram, na sua maioria, os ganhos até o final. Vale, no entanto, seguiu em elevação, com a notícia de que fechou os primeiros acordos para fornecimento de minério de ferro e pelotas para 2009, com a Nippon Steel Corporation e a Posco. Conforme a mineradora, o preço de referência para o minério de ferro fino foi reduzido em 28,2% e, para o granulado, o desconto ficou em 44,47% em relação aos preços de 2008. Vale ON terminou em alta de 0,89% e Vale PNA, 1,12%.
A Petrobras teve um estímulo a mais que Vale para subir, já que o petróleo conseguiu fechar em alta no exterior. Na Nymex, o contrato para julho avançou 1,89%, a US$ 71,33, puxado pela queda dos estoques nos Estados Unidos e também pelo noticiário sinalizando reaquecimento da atividade chinesa. O Departamento de Energia informou que os estoques caíram 4,382 milhões na semana passada, acima das previsões, que limitavam-se a 700 mil barris. Petrobras ON avançou 0,83% e PN, 1,10%.
Favorável às ações brasileiras, a alta das commodities, no entanto, levantou uma preocupação com a inflação nos Estados Unidos, o que acabou pesando sobre os índices acionários. O Livro Bege, sumário das condições econômicas, divulgado no meio da tarde, também influenciou. Segundo o documento, a economia norte-americana ainda está debilitada. O Dow Jones terminou o pregão em baixa de 0,27%, aos 8.739,02 pontos, o S&P perdeu 0,35%, aos 939,15 pontos, e o Nasdaq, 0,38%, aos 1.853,08 pontos.