terça-feira, 9 de setembro de 2008

Bolsa de NY tem forte queda com temor sobre bancos

por Renato Martins da Agência Estado
09.09.2008 18h32

A Bolsa de Nova York fechou em queda forte, com o índice S&P-500 registrando sua maior queda porcentual desde 27 de fevereiro de 2007. Operadores disseram que a preocupação quanto à saúde de instituições financeiras passou das agências de crédito hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac para empresas como o banco de investimentos Lehman Brothers e o banco de crédito imobiliário Washington Mutual.
As novas quedas dos preços do petróleo e de outras matérias-primas (commodities), por sua vez, influenciaram negativamente as ações do setor. Um operador disse que a alta dos mercados ocorrida ontem, em reação à intervenção federal na Fannie Mae e na Freddie Mac, foi "uma grande armadilha para touros" (referência a investidores que teriam sido atraídos para o mercado por uma alta das ações que se mostrou momentânea).
As ações do Lehman Brothers caíram 44,95%, na maior queda de todos os tempos em termos porcentuais, e fecharam a US$ 7,79, nível mais baixo desde 14 de outubro de 1998, em reação a informes de que o Korea Development Bank desistiu de comprar uma participação no banco; outro fator foi o anúncio de que a Standard & Poor's colocou os ratings do Lehman Brothers em observação para possível rebaixamento.
As ações da seguradora AIG caíram 19,29% e fecharam no nível mais baixo desde 24 de agosto de 1995, por causa do temor dos investidores quanto à sua qualidade de crédito. As do Washington Mutual, objeto de preocupações quanto à sua capacidade de levantar capital, caíram 19,90% Outros destaques no setor foram Wachovia (-14,48%), Merrill Lynch (-10,26%), Citigroup (-7,09%), Wells Fargo (-7,12%) e Bank of America (-6,36%).
As ações das companhias de petróleo e das mineradoras também caíram, em reação à nova baixa dos preços do petróleo e de outras commodities (ExxonMobil -4,57%, Chevron -2,79%, Valero Energy -11,82%, Freeport McMoRan -9,58%). No setor de tecnologia, as ações da Apple caíram 3,95%, depois de a empresa lançar novos modelos do iPod; as da Dell caíram 4,31%, um dia depois de anunciado que seu fundador, Michael Dell, recomprou US$ 100 milhões em ações da empresa.
O índice Dow Jones fechou em queda de 280,01 pontos (-2,43%), em 11.230,73 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 59,95 pontos (-2,64%), em 2.209,81 pontos. O S&P-500 caiu 43,28 pontos (-3,41%), para fechar em 1.224,51 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bovespa despenca 4,50%, a terceira maior queda do ano

por Claudia Violante da Agência Estado
09.09.2008 17h44

A terça-feira foi mais um dia de pesadelo à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), principalmente à pessoa física que se entusiasmou com as ações de empresas brasileiras após o País ter conquistado o chamado "grau de investimento" pelas agências de classificação de risco (no final de abril) e, desde então, só vê o preço de seus ativos caírem. Na esteira da queda dos preços das matérias-primas (commodities) e da fuga dos investidores estrangeiros, reforçada pelo mau humor nas Bolsas norte-americanas com a crise, o índice Bovespa derreteu mais de 4% hoje, retornando à pontuação nos níveis de agosto do ano passado.
O Ibovespa terminou em baixa de 4,50%, aos 48.435,3 pontos, na terceira maior queda do ano e no menor nível de pontos desde 16 de agosto de 2007 (48.015,6 pontos). No mês, as perdas atingem 13,01% e no acumulado do ano, -24,18%. O índice oscilou entre a mínima de 48.419 pontos (-4,53%) e a máxima de 50.711 pontos (-0,01%). O giro de negócios somou R$ 5 bilhões.
A Bolsa brasileira passou a tarde renovando as mínimas do dia, o que levou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a dar declarações sobre o mercado. Segundo ele, a volatilidade atual trata-se de um movimento passageiro e tem explicação clara, no caso o preço das commodities, e o mercado maximiza o movimento tanto na alta quanto na baixa.
Fato é que os investidores estrangeiros aprofundaram a fuga dos ativos de risco em meio aos sinais intermitentes da crise norte-americana. A ajuda bilionária às agências hipotecárias Freddie Mac e Fannie Mae nos EUA, anunciada no último domingo, não conseguiu estancar os temores de que ainda há muita água a passar por baixo da ponte. Tanto que hoje o setor financeiro, onde tudo começou, foi um dos destaques de baixa nas Bolsas dos Estados Unidos com o banco de investimentos Lehman Brothers à frente. A instituição teria cogitado inclusive antecipar os números do balanço, que saem no dia 18, para tentar conter os temores de que não vai conseguir se capitalizar.
Os índices acionários em Wall Street terminaram todos na mínima pontuação do dia: Dow Jones em queda de 2,43%, aos 11.230,7 pontos, S&P em baixa de 3,41%, aos 1.224,51 pontos, Nasdaq em queda de 2,64%, aos 2.209,81 pontos. As ações de petrolíferas também foram destaques de baixa.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato futuro de petróleo com vencimento em outubro recuou 2,90%, aos US$ 103,26, e, em Londres, o petróleo tipo Brent caiu abaixo de US$ 100, o que não acontecia desde abril. A recessão global naturalmente reduzirá a demanda pelas commodities, daí a liquidação nos preços - os metais e as agrícolas também recuaram. A fuga do risco também leva os investidores a se desfazerem desses ativos em procura de outros mais seguros, como os títulos do Tesouro americano (Treasuries).
Esse movimento gerou um saldão na Bovespa. Petrobras ON caiu 6,99%, PN, 6,31%, Vale ON, -4,96%, Vale PNA, -4,33%, Gerdau PN, -7,85%, Metalúrgica Gerdau PN, -8,06%, CSN ON, -8,29%, Usiminas PNA, -8,67%, BM&FBovespa, -9,54%. Nos bancos, as perdas foram menores: Bradesco PN, -3,72%, Itaú PN, -2,90%, Unibanco units, -2,90%, Banco do Brasil ON, -2,10%.

DJI...após 08/09...pode reiniciar seu retorno ao fundo do canal de baixa...



DJI abriu na mínima nos 11.225 pontos e com os índices futuros em forte alta, deu sequência à recuperação iniciada no pregão anterior, retomando rapidamente os suportes nos patamares de 11.300 pontos e 11.400 pontos. Depois de romper os 11.500 pontos foi até a máxima em 11.568 ( + 3,08%). A partir daí reflui novamente até o patamar dos 11.300 pontos, mas paulatinamente retomou o processo de alta e finalizou em 11.510 pontos (+ 2,58%).

Análise: DJI foi até a máxima prevista no topo do canal de baixa, do gráfico semanal, em 11.568 pontos. Se não retomar o patamar dos 11.600 pontos e refluir novamente, tenderá a buscar os fundos desse canal em 11 mil e possivelmente em 10.900 pontos. Assim, é muito provável que recomece a partir desta terça, seu retorno ao leito do canal nos 11 mil pontos. Essa tendência de queda, poderá ser ou não confirmada pelos índices dos mercados futuros, antes da abertura do pregão.

Acima de 11.510 pontos, objetivos de alta em: 11.590 e 11.770 pontos (na LTB)
Abaixo de 11.510 pontos, objetivos de queda nos suportes em 11.360, 11.170 e 10.980 pontos.

IBOV...após 08/09...pode retomar o canal de baixa...rumo aos 47 e 45 mil pontos..


O Ibovespa abriu em 51.940 pontos e impulsionado pelos índices futuros, em forte alta, rapidamente foi até a máxima em 53.706 pontos ( + 3,4%), em cima da LTB de curto prazo. A partir daí, na contra-mão de DJI, deu início a um processo de realização, indo buscar suporte na mínima em 50.645 pontos (- 2,49%) para finalizar depois em 50.718 pontos (-2,35%).

Análise:O Ibovespa ao atingir a resistência semanal nos 53.706 pontos, refluiu em um processo típico de realização, com variação intraday de mais de 3 mil pontos ou aproximadamente 6% entre a máxima nos 53.706 e a mínima nos 50.645 pontos.

Essa forte queda fez com que os principais indicadores do gráfico diário e os indicadores do gráfico de "30 minutos" passassem a sinalizar tendência de queda, apesar de alguns indicadores já se encontrarem relativamente sobrevendidos. O "candle" formado no gráfico diário lembra um "martelo invertido", que se seguiu ao "martelo de alta" formado no pregão anterior (justificando a forte alta no início do pregão). Essa sequência de "martelos" pode estar indicando o final do breve ciclo de alta semanal e a retomada da queda até o suporte no fundo do canal de baixa. Os mercados futuros, antes da abertura do pregão, poderão confirmar (ou não) essa reversão.

Resistências imediatas em 51.000, 53.150 e 53.700 pontos.
Suportes imediatos em 50.300, 49.800, 49.000, 48.200, 47.600 e 47 mil pontos.

Acima de 52.000 pontos objetivos de alta em: 52.300, 53 mil, 53.450, 53.750, 54.100 e 54.500 pontos.