segunda-feira, 16 de março de 2009

Setor financeiro perde fôlego e Bolsa de NY recua

por Agência ESTADO
16 de Março de 2009 19:03

As ações financeiras esgotaram seu recente vigor e o mercado de ações interrompeu uma sequência de quatro fechamentos positivos nesta segunda-feira. O dia começou positivo para o setor financeiro, que recebeu suporte do movimento do britânico Barclays para reforçar seu capital, assim como de uma proposta de um supervisor contábil que daria aos bancos liberdade para avaliarem os "ativos tóxicos".
O índice Dow Jones caiu 7,01 pontos, ou 0,10%, e fechou em 7.216,97 pontos. O Nasdaq recuou 27,48 pontos, ou 1,92%, e fechou em 1.404,02 pontos. O S&P-500 caiu 2,66 pontos, ou 0,35%, e fechou em 753,89 pontos, enquanto o NYSE Composite subiu 7,91 pontos, ou 0,17%, e fechou em 4.728,91 pontos.
Contudo, o horizonte continua cheio de nuvens: o indicador de produção industrial mostrou que as fábricas americanas registraram a menor taxa de ocupação da capacidade em fevereiro já registrada desde o início do dado em 1967. A General Motors alertou que as vendas de veículos em março nos EUA seguem o mesmo fraco padrão dos dois primeiros trimestres do ano, ou seja, indicando um novo declínio de dois dígitos. As ações da GM fecharam em baixa de 7,35%.
O setor de tecnologia também teve um dia de fraco desempenho, com destaque para Intel (-3,06%), Microsoft (-2,22%) e Texas Instruments (-3,08%).
O otimismo inicial foi alimentado pelas declarações do britânico Barclays, de que teve um forte início de ano. Contudo, todo esse otimismo é manchado pelas incertezas com relação ao valor de bilhões de dólares em ativos duvidosos que os bancos possuem em seus balanços.
As ações do Citigroup subiram 30,90%, para US$ 2,33, e mais do que dobraram de valor em comparação com as mínimas registradas no início do mês, quando o preço de sua ação chegou a cair abaixo de US$ 1. Muitos outros bancos fecharam em baixa: Morgan Stanley (-9,40%), Goldman Sachs (-4,96%) e JPMorgan (-2,78%). As informações são da Dow Jones.

Petrobras pesa e Bovespa fecha em baixa de 1,05%

por Agência ESTADO
16 de Março de 2009 18:01


As ações da Petrobras patrocinaram uma queda superior a 1% para a Bovespa neste início de semana. O pregão foi bastante volátil e, em muitos momentos, negativo, na contramão de Wall Street, onde o sinal positivo só foi trocado no final da sessão. Essa inversão contribuiu para ampliar as perdas do Ibovespa, que ainda tiveram a contribuição dos papéis das siderúrgicas.
A Bovespa terminou a sessão em queda de 1,05%, aos 38.607,20 pontos. Na mínima, atingiu os 38.467 pontos (-1,41%) e, na máxima, os 39.713 pontos (+1,79%). No mês, acumula alta de 1,11% e, no ano, de 2,82%. O giro financeiro totalizou R$ 5,121 bilhões, dos quais R$ 1,410 bilhão do vencimento de opções sobre ações.
A Bolsa doméstica trabalhou em boa parte do dia seguindo, de longe, os ganhos de Wall Street, estimulados pelo segmento financeiro. Tanto que os bancos, aqui, subiram praticamente o dia todo, mas acabaram fechando sem uniformidade. Além do vencimento de opções sobre ações, que sempre traz muita volatilidade à sessão, os investidores procuraram justificativas para realizar lucros.
No caso da Petrobras, voltaram os rumores sobre a redução nos preços da gasolina e o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi, alertou que a cotação do petróleo tem que estar em pelo menos US$ 60 para viabilizar a exploração do pré-sal brasileiro. Além disso, uma instituição estrangeira teria cortado o preço-alvo para os papéis da estatal. "Foi de tudo um pouco", comentou o gestor-gerente da Infinity Asset, George Sanders.
O petróleo acabou fechando em alta no mercado internacional, embora tenha recuado na abertura em razão do resultado do encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) no final de semana. Os membros do cartel decidiram não promover mais um corte na produção, como era previsto na semana passada. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o petróleo avançou 2,38%, a US$ 47,35 o barril. Petrobras ON recuou 2,33% e PN, 1,84%.
Segundo Sanders, além da Petrobras, também as siderúrgicas continuaram mostrando fraqueza nesta sessão, já que o setor é um dos principais prejudicados pela queda da demanda global em razão da crise financeira. Isso, no entanto, não impediu que os metais tenham fechado em alta.
O avanço dos metais em muitos momentos garantiu alta unânime às ações da Vale, mas esse comportamento não durou até o final. Hoje, o Standard Chartered previu, em relatório, que os preços do minério de ferro devem recuar 20% nas negociações fechadas para este ano. Vale ON recuou 0,45% e PNA subiu 0,41%. Em tempo: a direção da Vale apresentou ao conselho de administração a proposta de remuneração aos acionistas de R$ 5,059 bilhões, o que representa o dividendo mínimo obrigatório de 25% estabelecido em lei. Isso corresponde a R$ 0,97046 por ação em circulação, segundo a companhia.
Segundo o analista da Alpes Corretora José Góes, depois dos números do PIB, os investidores domésticos estão com um pé atrás com o mercado acionário, já que os números vão se refletir nos balanços. "Os balanços têm vindo bons, mas muitos pioraram", destacou. E isso vira e mexe traz os investidores de volta à realidade no mercado de ações.
Nos Estados Unidos, as bolsas acabaram titubeando no finalzinho da sessão, devolvendo os ganhos registrados ao longo do dia. O índice Dow Jones recuou 0,10%.