sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Bolsa de NY fecha em alta com 'rali da esperança'

por Agência ESTADO
06 de Fevereiro de 2009 20:10

O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em alta forte, no que operadores chamaram de "rali da esperança". A alta aconteceu apesar de o Departamento do Trabalho ter anunciado a maior contração no nível de emprego desde 1974. Ou por causa dela: para muitos participantes do mercado, o fato de os dados do relatório de emprego de janeiro terem saído tão ruins deverá aumentar a urgência do governo Obama e do Congresso para aprovarem os planos de recuperação da economia e de socorro ao setor financeiro.
O índice Dow Jones fechou em alta de 217,52 pontos, ou 2,70%, em 8.280,59 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 45,47 pontos, ou 2,94%, em 1.591,71 pontos. O S&P-500 subiu 22,75 pontos, ou 2,69%, para fechar em 868,60 pontos. O NYSE Composite. Na semana, o Dow Jones acumulou uma alta de 3,50%, o Nasdaq, um avanço de 7,81%, e o S&P-500, um ganho de 5,17%. Com a alta de hoje, o Nasdaq passou a acumular alta desde o começo do ano (+0,93%); o Dow Jones acumula uma queda de 5,65% e o S&P-500, uma baixa de 3,84%.
Das 30 componentes do índice Dow Jones, 29 fecharam o dia em alta (a exceção foi General Motors, com queda de 0,70%). O destaque do pregão foi Bank of America, com alta de 26,65%, depois de o executivo-chefe Ken Lewis dizer que não há nem mesmo uma possibilidade remota de estatização do banco, sobre a qual se especulou muito nos últimos dias, e que a instituição não vai precisar de mais injeções de capital do governo. Também no setor financeiro, as ações do JPMorgan Chase subiram 12,59% e as do Citigroup avançaram 10,76%. As informações são da Dow Jones.

Bolsa sobe e fecha no maior nível desde outubro de 2008

por Agência ESTADO
06 de Fevereiro de 2009 18:45

O relatório do mercado de trabalho norte-americano referente a janeiro foi 'devastador' - segundo palavras do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama - mas os investidores não se deixaram abater: confiantes de que a ajuda financeira para a crise deve ser aprovada rápido pelo Congresso dos EUA, foram às compras e garantiram mais um dia de ganhos às bolsas. Os bancos foram destaques em Wall Street e no Brasil, a Bovespa continuou tendo a Vale em trajetória de alta, seguida hoje bem de perto por Petrobras e siderúrgicas.
O Ibovespa terminou o dia com alta de 4,01%, aos 42.755,50 pontos, o maior nível desde 3 de outubro de 2008 (44.517,32 pontos). Nestas quatro sessões, o indicador avançou 10,57%, na semana. No mês a alta acumulada é de 8,79%, e, no ano, +13,86%. Hoje, o Ibovespa oscilou da mínima de 41.110 pontos (estabilidade) à máxima de 42.873 pontos (+4,29%). O volume financeiro continuou mais forte, por causa da presença dos estrangeiros, e totalizou R$ 5,36 bilhões.
"A situação não poderia ser mais séria. É indesculpável e irresponsável ficar atolado em distrações e perder tempo, enquanto milhões de americanos estão sendo postos para fora de seus empregos. É tempo de o Congresso agir", declarou o presidente Obama, depois da divulgação dos números do mercado de trabalho do país. O relatório foi ainda pior do que as já péssimas previsões: em janeiro, 598 mil vagas de emprego foram fechadas (525 mil previstas) elevando para 3,6 milhões o total de empregos eliminados desde dezembro de 2007, quando os EUA entraram em recessão. A taxa de desemprego nos EUA subiu para 7,6% em janeiro, atingindo o maior nível desde setembro de 1992 (7,5% previsto).
Diante deste cenário tão fraco, os investidores reforçaram a crença de que alguma ajuda deve estar muito perto de sair, e jogaram suas fichas na aprovação rápida pelo Senado dos EUA do pacote bilionário do governo Obama. A notícia do Wall Street Journal (WSJ) de que o secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, deve anunciar na próxima segunda-feira (dia 9) um novo plano de resgate ao setor financeiro também animou os mercados.
De acordo com o WSJ, o plano pode incluir o "banco ruim", ou alguma coisa semelhante, que assumiria os ativos tóxicos do sistema financeiro. Isso se daria por meio da expansão de uma linha de crédito do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), a Linha de Empréstimos de Títulos Lastreados em Ativos a Termo (Talf, na sigla em inglês), que poderá potencialmente comprar os tais ativos tóxicos. Geithner também, segundo o jornal, também pode anunciar que as injeções de capital seriam feitas com termos mais rígidos que na primeira rodada.

Ações

As ações de bancos dispararam nos Estados Unidos e impulsionaram o setor na Bovespa. O destaque foram as ações do Bank of America (BofA), que disparavam quase 27,69% no fim dos negócios no mercado doméstico, aliviados com a informação de que a estatização do banco não mais será necessária. As ações também se beneficiaram com o fato de os principais executivos do BofA estarem comprando ações da instituição.
No Brasil, o destaque do setor bancário ficou com Banestes, cujas ações preferenciais (PN) subiram 30,15% e as ordinárias (ON), +17,50%. O Banco do Brasil iniciou as negociações com o governo do Estado do Espírito Santo para a aquisição do controle acionário do Banestes para posterior incorporação da instituição. As ações ON do BB ON avançaram 1,25%; Bradesco PN ganhou 4,77% e Itaú PN teve alta de 7,13%.
Mas foi a blue chip Vale a estrela da semana. Hoje, as ações ON avançaram 4,87% e as PNA, 3,6%, acumulando ganhos de 19,23% e 15,96% em fevereiro e 39,94% e 35,96% no ano, respectivamente. Hoje, os papéis se valeram da notícia de que a China estaria fazendo compras de cobre, o que levou os contratos das matérias-primas (commodities) metálicas a subir no mercado externo. As siderúrgicas acompanharam, registrando ganhos entre 3% e 4%.
Petrobras ON subiu 5,40% e PN, 4,23%, na contramão do petróleo, que fechou em baixa no mercado internacional, mas ainda cotado na casa dos US$ 40 o barril em Nova York. As compras de investidores estrangeiros foram fundamentais para tal comportamento das ações da estatal petrolífera.