quarta-feira, 29 de abril de 2009

Bolsas de NY fecham em alta com declarações do Fed

por Agência ESTADO
29 de Abril de 2009 18:50

Os principais índices de ações dos EUA fecharam em alta, depois que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) alimentou a esperança dos investidores de que a economia norte-americana tenha atingido o nível mais baixo no primeiro trimestre deste ano. Com isso, foi gerado um movimento de compra de papéis economicamente sensíveis, como Walt Disney e Caterpillar.
O índice Dow Jones subiu 168,78 pontos, ou 2,11%, e fechou em 8.135,73 pontos, seu fechamento mais alto desde o dia 9 de fevereiro. O S&P-500 avançou 18,48 pontos, ou 2,16%, e fechou em 873,64 pontos, nível mais alto desde o fechamento de 28 de janeiro. O Nasdaq somou 38,13 pontos, ou 2,28%, e fechou em 1.711,94 pontos, fechamento mais alto 4 de novembro. O NYSE Composite subiu 139,36 pontos, ou 2,60%, e fechou em 5.509,21 pontos.
"A perspectiva econômica melhorou modestamente desde a reunião de março", disse o Fed em comunicado, embora deva continuar fraca "por um tempo".
O ritmo do declínio econômico nos EUA anunciado hoje foi um fator negativo, mas também houve esperança no relatório sobre o produto interno bruto (PIB) do país, com um fortalecimento surpreendente dos gastos do consumidor. Na primeira estimativa para o PIB do primeiro trimestre deste ano, o Departamento do Comércio dos EUA informou que houve contração de 6,1%, o que superou a estimativa dos analistas.
As ações da Walt Disney subiram 7,7% com esperanças de que os consumidores voltem aos parques temáticos do conglomerado de entretenimento e que os anunciantes retornem à sua rede de publicidade. A fabricante de escavadoras e outras máquinas para construção Caterpillar, que hoje informou que as vendas de escavadoras na China bateram recorde nos últimos meses, avançou 2,8%.
Hotéis também apresentaram alta, depois que a Wyndham Worldwide anunciou lucro e que as preocupações iniciais com o surto de gripe suína diminuíram no mercado financeiro. Marriott International ganhou 10%.
Starbucks subiu 1,4%. Após o fechamento do mercado, a rede de cafeterias informou que seu lucro caiu 77% no primeiro trimestre, mas citou sinais de que está tendo uma recuperação. Os bancos continuaram o rali apresentado pela manhã, após a queda registrada ontem. Bank of America subiu 6,5% e Citigroup avançou 8%.
Entre as companhias que divulgaram balanço hoje, Hess fechou em alta de 3,55%, Visa subiu 4,61%, Goodyear saltou 10,70% e Time Warner avançou 0,96%. As informações são da Dow Jones.

Bovespa fecha em alta de 3% com ajuda de estrangeiros

por Agência ESTADO
29 de Abril de 2009 17:35

O clima pessimista do início da semana praticamente se dissipou do mercado acionário. Pelo menos nessa quarta-feira o que se viu foi um dia de euforia, com os índices norte-americanos registrando alta acima de 2% e a Bovespa de volta aos 47 mil pontos, retomando o maior nível desde o início de outubro do ano passado. Os dados divulgados nos EUA não foram exatamente bons - leia-se PIB -, mas até mesmo nos números ruins o viés da leitura foi positivo. E como a reunião e o comunicado do banco central dos EUA confirmaram o que já era esperado, nada atrapalhou a recuperação.
A Bovespa terminou o pregão em alta de 3,07%, aos 47.226,79 pontos, maior nível desde os 49.798,65 pontos de 1º de outubro de 2008. Na mínima do dia, atingiu os 45.825 pontos (+0,01%) e, na máxima, os 47.410 pontos (+3,47%). No mês, a Bolsa acumula ganhos de 15,40% e, no ano, de 25,77%. O giro financeiro totalizou R$ 5,045 bilhões.
O principal indicador desta quarta-feira era o dado do PIB norte-americano referente ao primeiro trimestre, que mostrou queda bem acima das previsões. A economia do maior país do globo encolheu 6,1%, ante estimativa de 4,6%. A economia americana registra assim três trimestres seguidos de contração, o que não acontecia em 34 anos.
Apesar do número ruim, os investidores preferiram repercutir dados que sinalizam algum futuro - e favorável. Foi o caso dos componentes do PIB referentes a consumo e inflação. Os gastos com consumo, que respondem por cerca de 70% do PIB, subiram 2,2% no primeiro trimestre, revertendo queda de 4,3% no quarto trimestre. As compras de bens duráveis subiram 9,4% no primeiro trimestre, após retração de 22,1% no quarto trimestre.
"Existe um mercado lá fora que está mais leve e como o dado de consumo é um sinal muito bom, favoreceu a leitura do PIB", comentou o gestor de renda variável da Nobel Asset Management, André Spolidoro. Segundo ele, uma sucessão de fatores favoreceu o desempenho do mercado hoje. "A reação à gripe suína se estabilizou. Além disso, saiu a notícia de que seis bancos norte-americanos precisariam de capital, no âmbito ao testes de estresse, mas, aparentemente, parte deles resolveria o problema com a conversão de ações, então não chegou a ser ruim. Os balanços favoráveis de algumas empresas também entraram nesse cenário positivo", citou.
A "vista grossa" aos dados do PIB também foi favorecida pelo resultado da reunião do Federal Reserve, o BC americano, que anunciou no meio da tarde a manutenção da taxa básica de juros dos Estados Unidos entre zero e 0,25%. No comunicado em que anunciou sua decisão, o Fed sinalizou que pode aumentar o tamanho dos programas de compras de títulos relacionados a hipotecas e títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) se for necessário para manter o custo dos empréstimos baixo e facilitar a saída dos EUA da recessão e também apontou sinais de estabilidade na economia.
Na Bovespa, o ingresso de recursos estrangeiros ajudou a impulsionar o índice. As ações de Vale e Petrobras, além das compras por parte de estrangeiros, tiveram o estímulo dos preços das commodities (matérias-primas), que avançaram. Vale ON subiu 2,07% e Vale PNA, 2,03%. Petrobras encerrou com ganho de 3,10% na ação ON e 3,16% na PN.
Os bancos foram destaque de ganhos hoje, influenciados pela notícia de que apenas seis dos 19 maiores bancos dos EUA deverão precisar de capital adicional, conforme resultados preliminares dos testes de estresse realizados pelo governo. Itaú Unibanco PN subiu 6,67% e Bradesco PN, 5,94%. BB ON avançou 4,03%.
O setor de construção civil liderou os ganhos do Ibovespa, diante da perspectiva de mais um corte da taxa Selic no encontro de hoje do Copom. Gafisa ON avançou 13,62%, Cyrela ON subiu 10,42% e Rossi Residencial ON, 9,20%.