segunda-feira, 14 de julho de 2008

Intervenção reforça temor e Bolsa de NY fecha em queda

por Renato Martins da Agência Estado
14.07.2008 18h36

O mercado norte-americano de ações fechou em queda, depois de a intervenção federal no banco californiano IndyMac e o anúncio de um plano de socorro financeiro para as agências de crédito hipotecário provocarem temores quanto a outras instituições que poderiam estar em dificuldades. O índice das 89 ações financeiras listadas no S&P-500 caiu 6,1%, na maior queda desde abril de 2000.
As ações das agências semigovernamentais de crédito hipotecário Fannie Mae e Freddie Mac tiveram um dia de grande volatilidade, depois de o Departamento do Tesouro anunciar um plano pelo qual elas terão maior acesso a crédito e o próprio Tesouro poderá comprar ações dessas agências; ao mesmo tempo, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) anunciou que elas terão acesso ao guichê do redesconto, linha emergencial de crédito. As ações da Fannie Mae fecharam em queda de 5,07% e as da Freddie Mac cederam 8,26%.
Em reação à intervenção federal no IndyMac, da Califórnia, as ações de outros bancos regionais sofreram quedas fortes, entre eles o National City Corp. (de Ohio), com baixa de 14,71%, e o Zions Bancorp (de Utah), com perda de 23,20%; as ações do Washington Mutual (do Estado de Washington) caíram 34,75%. Outras ações do setor financeiro também sofreram quedas fortes, entre elas Lehman Brothers (-14,07%), Bank of America (-7,01%), Citigroup (-5,99%) e JPMorgan Chase (-4,43%).
Em outros setores, as ações da Apple subiram 0,75%, depois de a empresa anunciar que vendeu 1 milhão de aparelhos iPhone 3G no primeiro fim de semana de lançamento; as da Anheuser-Busch avançaram 0,53%, depois do anúncio da aquisição da empresa pela belgo-brasileira InBev. As ações da Yahoo! caíram 4,24%, depois de a empresa rejeitar uma oferta da Microsoft e do investidor Carl Icahn por seu mecanismo de buscas na internet; a Yahoo! também disse que reiterou, sem sucesso, sua disposição de ser comprada inteira pela Microsoft por US$ 47,3 bilhões.
O índice Dow Jones fechou em queda de 0,41%, em 11.055,19 pontos. O Nasdaq encerrou o dia com perda de 1,17%, em 2.212,87 pontos. O S&P-500 caiu 0,90%, para 1.228,30 pontos. O NYSE Composite recuou 0,71%, para 8.287,76 pontos. As informações são da Dow Jones.

Na contramão de NY, Ibovespa abre semana em alta

por Claudia Violante da Agência Estado
14.07.2008 17h28

A notícia de que o governo norte-americano vai ajudar as duas principais agências de hipotecas dos Estados Unidos serviu de justificativa para cessar as ordens de vendas de ações na Bovespa. Assim, o principal índice da Bolsa doméstica abriu a semana em alta, na contramão de Wall Street, que caiu. O setor financeiro foi destaque negativo por lá, por causa das dúvidas sobre como se dará a ajuda às agências Freddie Mac e Fannie Mae, do alerta da Goldman Sachs sobre os bancos médios e, por fim, dos rumores de que o banco de investimentos Lehman Brothers vai fechar o capital.
O Ibovespa terminou o dia em alta de 0,95%, aos 60.720,9 pontos. Oscilou entre a mínima de 60.156 pontos (+0,01%) e a máxima de 61.306 pontos (+1,92%). As perdas em julho diminuíram para 6,61% e as do ano até hoje, para 4,95%.
Em anúncios separados ontem, o Tesouro americano e o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) deixaram claro que o governo federal considera necessário ajudar as agências hipotecárias, cujas ações despencaram na última semana com temores sobre a solvência delas. Em um passo dramático para ajudar a estabilizar a Fannie Mae e a Freddie Mac, os reguladores financeiros dos EUA permitirão que as empresas tomem recursos emprestados diretamente do Fed e propuseram ao Tesouro a autoridade de assumir uma participação nas agências.
Logo cedo, as ações nas Bolsas de Nova York subiam, mas o fôlego foi curto, já que os investidores engataram ordens de vendas em função das dúvidas sobre como a ajuda se dará. Um alerta do Goldman Sachs de que os bancos regionais dos EUA poderão ter que cortar dividendos para restabelecer o capital e os rumores de que o Lehman Brothers poderá fechar o capital, de modo a evitar um arranjo como o da venda do Bear Stearns, completam o quadro negativo que se instalou hoje em Nova York. O índice nova-iorquino Dow Jones terminou a sessão em baixa de 0,41%, o S&P recuou 0,90% e o Nasdaq caiu 1,17%.
Na Bovespa, os investidores usaram a notícia para interromper, mesmo que momentaneamente, a queda acumulada pelo índice no mês. “Os investidores se acalmaram hoje para esperar pelo que vai acontecer”, comentou um profissional do mercado ao lembrar que a agenda da semana é carregada nos próximos dias. As compras de ações, que ocorreram de forma generalizada, também acabam servindo como um colchão que pode ser usado para os momentos de maior volatilidade.
Mas as aquisições não foram muito exuberantes, sinal de que o quadro ainda é de cautela. Mostra disso está no volume financeiro tímido do dia, de apenas R$ 4,308 bilhões. Os setores de siderurgia e energia fecharam no azul, assim com as ações da Vale e da Petrobras (Vale PNA subiu 2,21%, Vale ON ganhou 1,65%, Petrobras PN avançou 0,69% e Petrobras ON registrou elevação de 0,28%).
Para amanhã, a história deve ser diferente, já que a temporada de balanços começa a mostrar números mais relevantes - são destaques os resultados trimestrais da Intel e da Johnson & Johnson. Além disso, sai nos EUA o índice de preços no atacado.

VALE 5...após 11/07...tendência de alta com objetivos em 44,70 e 45,70...


ANÁLISE:VALE 5 ao conseguir manter suporte em 41,70 pode estar "desenhando" um triângulo de alta com primeiro objetivo em 44,70 e posteriormente em 45,70. Os principais indicadores do gráfico diário sinalizam tendência de alta.

Resistências: 44,70; 45,70, 46,20 e 47,70
Suportes: 42,60, 41,70 e 39,70

PETR4 ...após 11/07...tendência de alta com objetivos em 42,50 e 43,50...


ANÁLISE: Petr4 ao conseguir manter o suporte nos 40,00, pode estar "desenhando" um triângulo de alta com objetivos, primeiramente em 42,50 e depois em 43,50. Os principais indicadores no gráfico diário sinalizam tendência de alta.

Resistências imediatas: 41,25; 42,50 e 43,50.
Suportes: 40,00, 39,00 e 38,00

EUA vão socorrer gigantes das hipotecas

por Agência Estado
14.07.2008 08h00

O Departamento de Tesouro dos Estados Unidos e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciaram ontem medidas drásticas que incluem empréstimos e, se necessário, a compra de ações das gigantes de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, que estão em dificuldades.
Em um anúncio que precede uma grande venda de títulos da Freddie Mac hoje - cujo valor chega a US$ 3 bilhões -, o Tesouro norte-americano e o Fed revelaram uma série de medidas para deixar claro que as autoridades dos Estados Unidos pretendem que as duas empresas sigam em atividade. "O fortalecimento dessas instituições é importante para manter a confiança e a estabilidade em nosso sistema financeiro e em nossos mercados", disse, em comunicado, o secretário do Tesouro, Henry Paulson. "Por isso, devemos tomar medidas para enfrentar a atual situação de forma a conseguirmos uma estrutura regulatória mais forte." As medidas, no entanto, ainda dependem da aprovação do Congresso americano.
Entre as principais medidas a serem adotadas, o Tesouro dos EUA pretende elevar uma linha federal de crédito disponível para cada companhia, até um limite a ser determinado pelo próprio Tesouro. Atualmente, cada companhia tem direito a uma linha de US$ 2,25 bilhões. Além disso, o Fed deve autorizar as duas companhias a terem acesso à "janela de redesconto", um instrumento pelo qual o Fed empresta dinheiro a instituições financeiras em dificuldades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.