segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Bolsas de NY fecham em alta com bons indicadores

por Agência ESTADO
03 de Agosto de 2009 19:29

Os índices do mercado de ações norte-americanos fecharam a primeira sessão de agosto nos maiores níveis desde o final do ano passado, impulsionados pelos resultados positivos dos bancos britânicos Barclays e HSBC e por leituras promissoras de indicadores de atividade industrial de diversos países, entre eles a China e os Estados Unidos. O Dow Jones subiu 1,25%, para 9.286,56 pontos, marcando o terceiro fechamento consecutivo em território positivo. O S&P 500 avançou 1,53%, para 1.002,63 pontos. Os dois índices encerraram a sessão no maior nível desde 4 de novembro do ano passado. O Nasdaq avançou 1,52%, para 2.008,61 pontos, registrando o primeiro fechamento acima de 2 mil pontos desde 1º de outubro.

Na China, o índice de atividade industrial dos gerentes de compra PMI CLSA China subiu de 51,8 em junho para 52,8 em julho, o nível mais alto dos últimos 12 meses. Julho foi o quarto mês consecutivo em que o índice ficou acima dos 50 pontos, o que significa expansão da atividade. Nos EUA, o índice de atividade industrial do Instituto para Gestão de Oferta (ISM, em inglês) subiu para 48,9 em julho, de 44,8 em junho e 42,8 em maio. O índice superou a previsão média dos economistas de 46,5, embora a leitura inferior a 50 indique que o setor de manufatura ainda passa por um período de contração.


Os preços das matérias-primas (commodities) subiram hoje, dando impulso às ações de empresas ligadas ao segmento de matérias-primas. A Alcoa, componente do índice Dow Jones, subiu 7,14%. Peabody Energy avançou 7,4%. Os papéis do segmento financeiro também fecharam predominantemente em território positivo após o Barclays e o HSBC divulgarem que obtiveram lucro no primeiro semestre do ano. No caso do Barclays, grande parte dos lucros foi gerada pelas operações norte-americanas. As ações do Bank of America subiram 3,58%, as do Wells Fargo ganharam 5,48% e as do Morgan Stanley avançaram 2,84%.


Os resultados do Barclays e do HSBC são os mais recentes de uma série de balanços positivos divulgados por grandes instituições financeiras nas últimas duas semanas. "No momento, não há divergências quanto aos bancos de alta qualidade e os de baixa qualidade", disse Frank Ingarra Jr., gerente de carteiras de investimento do Hennessy Funds. "Os investidores estão dizendo que o fim (da recessão) está próximo, que devemos comprar os papéis de financeiras."


Ainda assim, Ingarra alerta que um movimento generalizado como este gera problemas caso, por exemplo, as ações recuem após o movimento de alta acentuado observado em julho. "Quando você sobe muito rapidamente, há preocupações que, durante um declínio, o investidor médio seja prejudicado e simplesmente não volte para o mercado", avaliou.


As ações da Ford subiram 4,13% após a companhia anunciar que as vendas de veículos da marca nos EUA cresceram 2,4% em julho na comparação com igual período do ano passado. As demais grandes montadoras que atuam no mercado norte-americano, com exceção da Hyundai, divulgaram queda nas vendas durante o mês de julho. As informações são da Dow Jones.

Bovespa fecha com maior nível desde agosto de 2008

por Agência ESTADO
03 de Agosto de 2009 17:49

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ultrapassou o nível de 55 mil pontos no fechamento, graças a uma sequência de indicadores industriais favoráveis pelo mundo. Isso fez com que o índice Bovespa (Ibovespa) fechasse no maior nível desde 28 de agosto do ano passado, antes do agravamento da crise financeira. Apesar do volume não tão forte, os investidores estrangeiros estiveram na ponta compradora e levaram principalmente siderúrgicas, Vale e Petrobras. O Ibovespa fechou o primeiro pregão de agosto com ganho de 2,25%, aos 55.997,81 pontos, maior nível desde os 56.382,20 pontos registrados em 28 de agosto de 2008. No ano, a Bovespa acumula ganhos de 49,13%. Na mínima do dia, o índice registrou 54.766 pontos (estabilidade) e, na máxima, 56.200 pontos (+2,62%). O giro totalizou R$ 4,428 bilhões. Os dados são preliminares.

Na avaliação do gerente de renda variável da TOV Corretora, Pedro Alceu Cardoso, no curto prazo, a Bovespa está cara e, por isso, tende a realizar lucros. Mas continua a ser uma ótima opção para longo prazo, já que a trajetória é favorável. "Mas, antes de realizar, é perfeitamente possível que ela suba até 58 mil, 59 mil e até 60 mil pontos", avaliou, ao sinalizar que há espaço para ela bater um novo recorde até o final do ano ou início de 2010, atingindo 74 mil pontos. O recorde da Bovespa foi registrado em 20 de maio do ano passado, quando registrou 73.516,80 pontos. Para tanto, justificou, é preciso que os indicadores divulgados no exterior, sobretudo nos Estados Unidos, continuem a apresentar melhora e que, no caso brasileiro, a economia continue a mostrar a resistência que exibiu durante a crise.


Hoje, os indicadores sinalizaram recuperação das economias. O primeiro bom sinal veio da China, que anunciou que seu índice de atividade industrial dos gerentes de compra PMI CLSA subiu de 51,8 em junho para 52,8 em julho, o nível mais alto em 12 meses. Foi o quarto mês seguido de índice acima de 50 pontos, o que indica expansão da indústria.


O Reino Unido também divulgou um bom PMI, que superou os 50 pontos pela primeira vez desde março do ano passado ao registrar 50,8 pontos em julho. Já o dado da zona do euro não conseguiu entrar na zona de expansão - acima de 50 pontos -, mas nem por isso desagradou, já que melhorou para 46,3 em julho, o maior nível em 11 meses. No Brasil, a produção industrial subiu 0,2% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Nos Estados Unidos, o índice de atividade industrial do Instituto para Gestão de Oferta melhorou de 44,8 em junho para 48,9 em julho, superando as previsões de 46,5. Outro dado animador foi o aumento nos gastos com construção nos EUA em junho, que subiram 0,3% ante maio, ante expectativa de queda de 0,5%.


Além dos indicadores, nos EUA também fizeram preços nos ativos as declarações do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e do ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) Alan Greenspan sobre a recuperação da economia do país. Geithner disse ontem que estão aparecendo sinais de recuperação econômica no país, enquanto Greenspan, afirmou que a crise financeira está "chegando muito perto" do final.


No Brasil, na esteira da alta dos metais e com a compra de estrangeiros, as ações ordinárias (ON) da Vale subiram 2,78% e as preferenciais de Classe A (PNA) ganharam 2,01%. Os papéis ON da Petrobras subiram 3,11% e os PN avançaram 3,43%. No setor siderúrgico, Usiminas PNA avançou 2,87%, Metalúrgica Gerdau PN subiu 3,01%, Gerdau PN ganhou 2,60% e CSN ON avançou 2,60%.


As ações PN do Bradesco subiram 2,03%. O banco anunciou hoje lucro líquido de R$ 2,297 bilhões, alta de 14,7% ante o mesmo intervalo do ano anterior, número que inclui R$ 460 milhões líquidos de impostos por conta dos eventos extraordinários. Sem considerar a venda das ações na abertura de capital da VisaNet e a provisão contra calote, o lucro do Bradesco seria de R$ 1,837 bilhão.