quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Vendas internas puxam retomada do setor têxtil

por João Villaverde, Júlia Pitthan e Paola de Moura, de Valor Econômico
24/02/2010

8 mil vagas abertas no mês passado, janeiro foi o mês com maior número de contratações líquidas da história

O mercado interno se transformou no melhor antídoto do setor têxtil contra a concorrência chinesa e a valorização cambial. Contratações fortes em janeiro e um volume recorde de intenções de investimento indicam um 2010 promissor. O setor têxtil abriu 8 mil vagas no mês passado, fazendo deste janeiro o de maior número de contratações líquidas da história. Embaladas pela melhora do mercado interno, que se acelerou a partir do segundo semestre do ano passado, as fábricas de tecidos e confecções apostam na manutenção do crescimento econômico registrado nos últimos meses.

No ano passado, as empresas do setor têxtil e de confecções apresentaram ao BNDES um valor recorde de projetos de investimentos. As consultas levadas ao banco somaram R$ 1,61 bilhão, 35% mais do que em 2008. Parte expressiva desses projetos foram aceitos e as aprovações alcançaram R$ 1,9 bilhão, valor também recorde. O aumento expressivo no número de projetos deve ser acompanhado pelo aumento dos desembolsos neste ano, depois da queda 50% registrada em 2009.

A Lepper, de Santa Catarina, é uma das empresas que contrataram em janeiro e desengavetou projeto de investimento de R$ 40 milhões. No auge do período recessivo, a Darling, fabricante de lingeries, demitiu 15% de seus 350 funcionários. A partir do segundo semestre, recontratou metade do contingente perdido e agora esbarra na falta de mão de obra especializada, uma dificuldade partilhada pela Teka, em Blumenau.

Parte da recuperação do setor está associada à indústria da moda - o segmento se reorganizou, investiu em qualidade e design e, em consequência, movimentou todo setor têxtil brasileiro, do fio aos acabamentos. O resultado foi positivo e o preço médio por quilo de roupa exportada pelo Brasil subiu de US$ 16,7 em 2004 para US$ 34,8, em 2009, alta de 108%. Se o valor por quilo subiu, o mesmo não ocorre no conjunto das exportações, onde o Brasil continua perdendo mercado e ganhando concorrência. Em janeiro, o déficit comercial foi de US$ 210 milhões, quase o dobro de janeiro de 2009.

2009 é um ano para ser esquecido pelas siderúrgicas

Siderurgia: Para analista, 2009 é um ano para ser esquecido pelas siderúrgicas; consumo interno deve impulsionar os resultados neste ano.

Quarto trimestre mostra recuperação tímida no setor

por Vera Saavedra Durão de Valor Econômico
24/02/2010


O quarto trimestre de 2009 representou uma recuperação para as siderúrgicas focadas no mercado interno, como a Usiminas e a CSN, enquanto a Gerdau exibiu resultados operacionais fracos por conta do baixo desempenho de suas empresas nos Estados Unidos e América Latina, fortemente impactadas pela crise que derrubou em 50% a demanda por aço no mundo. No entanto, o efeito cambial deve reverter os resultados na última linha dos balanços.

Amanhã, Usiminas e Gerdau devem divulgar lucro líquido do período na faixa de R$ 347 milhões e R$ 434 milhões, segundo a média das projeções de analistas de corretoras e bancos ouvidos pelo Valor. Se confirmados, esses ganhos devem representar queda de 58% sobre o mesmo período de 2008 para a Usiminas e ganhos de 84% para a Gerdau, por conta da influência da valorização cambial do real no último trimestre do ano nas contas financeiras dessas companhias.

No ano, a média das estimativas das corretoras SLW e Brascan apontam para um lucro líquido de R$ 1bilhão para a Usiminas ante R$ 3,2 bilhões em 2008. Para a Gerdau as projeções médias são de ganhos líquido de R$ 887,5 milhões ante R$ 4,9 bilhões no ano anterior, um tombo de 82%.

"O ano de 2009 é para ser esquecido", disse Pedro Galdi, da SLW Corretora, para quem essas empresas depois de sofrerem forte retração em sua atividade no primeiro semestre, quando tiveram que fechar alto fornos por falta de demanda, iniciaram um caminho de retomada no terceiro trimestre, agora referendado no último trimestre, o que garante uma expectativa mais otimista para 2010.

Apesar do lucro menor esperado para a Usiminas no quarto trimestre, tanto em relação ao mesmo período de 2008 quanto ao terceiro trimestre de 2009, a empresa deve apresentar um aumento no volume de vendas físicas no período, uma receita líquida na faixa dos R$ 3 bilhões, bem mais próxima aos R$ 3,8 bilhões do quarto trimestre de 2008.

A siderúrgica também recuperou o lucro operacional (lajida), estimado na média em R$ 641 milhões pelos analistas. Com isso, houve uma melhora substancial na sua margem lajida, para um patamar de 20%, devido a redução dos custos do carvão e de menor despesas com ociosidade, uma vez que no segundo semestre a Usiminas religou dois de três dos seus alto-fornos que estavam parados por causa da crise.

No último trimestre, a produção brasileira de aço cresceu 17,2% ante o mesmo período de 2008 e 2% no quarto trimestre ante o terceiro e ocorreram ainda pequenas melhoras nos preços domésticos e internacionais dos produtos siderúrgicos, contribuindo como um suporte extra para a recuperação de margem das siderúrgicas.

Marcos Assumpção, da Itaú Securities, acredita que essa tendência deve se manter ao longo de 2010. Na sua expectativa, a CSN deve apresentar receita de R$ 3 bilhões no quarto trimestre em função das vendas domésticas e do volume de minério de ferro vendido no período de 5 milhões de toneladas de sua mina de Casa de Pedra. O lucro líquido esperado pelo Itaú Securities para a CSN é de R$ 552 milhões, uma queda de 86% ante os R$ 3,9 bilhões de 2008.

A Gerdau, apesar de apresentar um lucro maior no quarto trimestre, teve um declínio do lajida de 16,6% ante o mesmo período de 2008 na média das projeções para o período e de 10,7% ante o terceiro trimestre devido a um retrocesso das operações de suas siderúrgicas nos Estados Unidos e na América Latina. A média da margem lajida do grupo está em 18,7%.

Os analistas trabalham com um volume de vendas físicas do grupo no período na faixa de 3,5 milhões de toneladas, um volume semelhante ao do mesmo período de 2008, sustentado principalmente pelas vendas no mercado brasileiro. Nos cálculos da SLW, as vendas domésticas representaram mais de um terço desse volume. A receita esperada de R$ 6,4 bilhões é quase 50% abaixo dos R$ 9,4 bilhões obtidos em 2008.

A expectativa de Pedro Montenegro, da Brascan Corretora, é que nos próximos cinco anos o grupo Gerdau continuará se beneficiando do crescimento do mercado doméstico principalmente da construção civil, aquecida pelo PAC, pelo programa Minha Casa, Minha Vida, Copa do Mundo em 2014 e Olimpíada em 2016.

China ordena bancos a limitarem crédito para os governos locais

por Valter Outeiro da Silveira de InfoMoney
24/02/10 07h57


SÃO PAULO – A Comissão Reguladora dos Bancos na China requisitou às instituições financeiras para que restringissem novos empréstimos a governos locais, dado o risco existente de default.

A instituição também solicitou o interrompimento de empréstimos a projetos que contam apenas com as receitas fiscais esperadas como garantia, conforme noticiado no Shangai Securities News nesta quarta-feira (24).

Sem bolha imobiliária
Em adição, a comissão nomeou algumas companhias para assegurar que os financiamentos dados no setor imobiliário não se direcionem para a compra de terrenos.

Diante da ascensão dos preços dos imóveis, o governo procura inibir a especulação sobre terrenos no país, a fim de evitar uma bolha.

IBOV...após 23/02...fechou abaixo das Médias Móveis


O Ibovespa abriu a semana em alta, até atingir sua máxima nos 68.120 pontos.

A partir daí refluiu, até perder suas principais médias móveis, na região dos 66.500 pontos, que atuavam como suportes a esse movimento de alta.

Conseguindo fechamento acima dos 66.500 pontos, mantem ainda expectativas para os objetivos de alta nos 68.450 e 69.400 pontos (curto e médio prazos).

A perda de suportes na região dos 65.470 pontos, poderá levar o Ibovespa a testar novamente o "fundo duplo" nos 64.340 pontos.