terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Bolsa de NY fecha em queda forte com setor financeiro

por Agência ESTADO
20 de Janeiro de 2009 20:23

O mercado norte-americano de ações fechou em queda forte, apesar da mensagem de confiança do presidente Barack Obama em seu discurso de posse. O índice Dow Jones teve sua maior queda em termos porcentuais desde 1º de dezembro e fechou no nível mais baixo desde 20 de novembro; a queda de hoje foi a maior num dia de posse de um novo presidente nos 112 anos de história do Dow Jones. O S&P-500 fechou no nível mais baixo desde 21 de novembro e acumula uma queda de 11% nos primeiros 12 pregões de 2009 - o pior desempenho desde 1928. Assim como na semana passada, o comportamento das ações do setor financeiro determinaram o desempenho do mercado.
O índice Dow Jones fechou em queda de 332,13 pontos, ou 4,01%, em 7.949,09 pontos. A mínima foi em 7.939,93 pontos e a máxima em 8.291,98 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 88,47 pontos, ou 5,78%, em 1.440,86 pontos. O S&P-500 caiu 44,90 pontos, ou 5,28%, para 805,22 pontos. O NYSE Composite caiu 329,44 pontos, ou 6,11%, para 5.058,06 pontos.
Durante uma conferência em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o professor Nouriel Roubini, da Universidade de Nova York, disse que as perdas financeiras causadas pela crise de crédito nos EUA poderão alcançar US$ 3,6 trilhões. "Se isso é verdade, isso significa que o sistema bancário norte-americano está efetivamente insolvente, porque ele começa o ano com US$ 1,4 trilhão em capital". A analista Meredith Whitney, da Oppenheimer, escreveu em nota aos clientes que as perdas no setor "serão muito piores do que as atuais expectativas".
"Havia muito otimismo antes da posse do presidente. Mas as coisas não mudaram, realmente. Elas não mudam tão rapidamente", comentou o operador William Groeneveld, da VFinance Investments. Segundo ele, o mercado ficou "chocado" com as notícias negativas sobre os bancos do Reino Unido e a dimensão do novo pacote de ajuda ao setor financeiro anunciado pelo governo britânico.
Os ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) do Royal Bank of Scotland caíram 69,31%. As ações do State Street Financial caíram 59,04%, maior queda desde 1984, depois de a instituição revelar que suas perdas não-realizadas com operações no mercado de renda fixa somavam US$ 6,3 bilhões no fim de dezembro. As do Bank of New York Mellon, que divulgaria resultados do quarto trimestre depois do fechamento, caíram 17,25%. Outros destaques negativos no setor financeiro foram Wells Fargo (-23,82%), Bank of America (-29,67%), Citigroup (-19,71%) e JPMorgan Chase (-20,16%). As informações são da Dow Jones.

Bovespa segue NY e termina o dia em queda de 4%

por Agência ESTADO
20 de Janeiro de 2009 18:33


A posse de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos foi apenas figurativa para os mercados acionários. Os temores com a saúde do setor financeiro fizeram os índices amargarem perdas generalizadas ao redor do globo, e também na Bovespa, que, pela primeira vez em janeiro, passou a acumular perdas no mês.
O Ibovespa, principal índice, terminou a sessão na mínima, em baixa de 4,01%, aos 37.272,07 pontos. Na máxima, atingiu 39.174 pontos (+0,89%). No mês, a Bovespa acumula recuo de 0,74% - até ontem, era um ganho de 3,40%. O giro financeiro, de novo, foi baixo ao somar R$ 2,866 bilhões.
As ações da Vale e da Petrobras vinham contendo as perdas no mercado doméstico, mas não sustentaram o fôlego e, na última hora da sessão, com a piora das bolsas nos Estados Unidos, ampliaram as baixas com os investidores estrangeiros desovando ordens de vendas. Com isso, o Ibovespa foi renovando as mínimas. Segundo um operador, os bancos também não podem ser esquecidos, já que espelharam durante todo o dia o segmento no exterior.
O gestor-gerente da Infinity Asset, George Sanders, por outro lado, destacou que a queda do índice ocorreu em meio a um volume fraco, sinal de que os investidores ainda estão 'de lado'. "O volume fraco mostra que os investidores estão na expectativa de um evento maior, como a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central, que decide amanhã a nova taxa Selic)", comentou. O Banco Central deve retomar amanhã os cortes da taxa básica de juros, diante dos fracos indicadores divulgados nas últimas semanas.
A ação de Barack Obama à frente da maior economia do mundo também é motivo de expectativa nas bolsas - e menos volume de negócios. "O discurso feito hoje foi bom, mas agora é preciso ver a prática", emendou Sanders.
A posse de Obama ficou de lado nos negócios hoje, que reagiu aos temores com a saúde do sistema bancário, depois que, ontem, o Reino Unido anunciou um segundo pacote de socorro e que o Royal Bank of Scotland previu que poderá ter o maior prejuízo corporativo da história do Reino Unido.
As bolsas europeias fecharam novamente em baixa hoje, e assim também caminham as norte-americanas, em que os bancos anunciaram perdas. O Regions Financial teve prejuízo de US$ 6,2 bilhões no quarto trimestre do ano passado, enquanto o State Street registrou queda de mais de 70% do lucro entre o quarto trimestre de 2007 e igual intervalo de 2008. As ações do Bank of America recuaram em meio à expectativa de que irá cortar milhares de empregos em suas operações de mercados de capitais a partir desta semana, segundo nota do Financial Times.
Nas Bolsas de Nova York, às 18h20 (de Brasília), o índice Dow Jones recuava 3,79%; o S&P, 4,94%; e o Nasdaq, 5,23%. Fora do setor financeiro, outros balanços também pesaram, como o da Johnson & Johnson, que anunciou aumento de 14% de seu lucro no quarto trimestre de 2008 ante igual período do ano anterior, para US$ 2,71 bilhões (US$ 0,97 por ação). Mas a previsão para 2009 ficou abaixo das estimativas de Wall Street.
No Brasil, os bancos caíram em bloco, depois de terem subido na véspera. Bradesco PN perdeu 5,28%; Itaú PN, 6,83%; Unibanco Unit, 6,37%; e Banco do Brasil ON, 6,86%.
Mas o destaque doméstico foram as ações da Aracruz, com a notícia de que a Votorantim Celulose e Papel (VCP) comprou 28% do capital votante da maior produtora mundial de celulose de eucalipto. Aracruz PNB recuou 11,32%, mas Aracruz ON subiu 108,04%. VCP PN fechou em baixa de 3,65%.
Petrobras ON fechou em queda de 3,58% e PN, de 3,23%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato para entrega de petróleo em fevereiro, que vence hoje, terminou em alta de 6,11%, a US$ 38,74 por barril. Vale ON recuou 4,42% e PNA, 4,13%. Os metais básicos em sua maioria recuaram.

INDG09...após 19/01...suportes e resistências


Os suportes imediatos estão em 39.100, 38.500, 38.300, 37.600 e 37.000 pontos.

As resistências imediatas estão em 39.600, 39.800 e 40.300 pontos.

IBOV...após 19/01...suportes e resistências


O Ibovespa não conseguiu dar sequência à recente tendência de alta. A perda definitiva dos 39 mil pontos pode significar a retomada da tendência anterior de baixa, com objetivos de queda nos 37 mil pontos.

Os suportes imediatos estão em 38.800, 38.100 e 36.700 pontos.

As resistências imediatas estão em 39.200, 39.800 e 40.000 pontos.