quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Bolsas de NY cedem, mas têm forte ganho no trimestre

por Agência ESTADO
30 de Setembro de 2009 19:02

Os principais índices do mercado de ações dos EUA fecharam em baixa, mas perto da estabilidade, refletindo a cautela dos investidores antes da divulgação de uma série de indicadores importantes nos próximos dias e o tom em geral negativo dos dados econômicos divulgados hoje. No trimestre, porém, as bolsas acumularam ganhos acentuados.

"Isso tudo é nervosismo ligado à possibilidade de os números (que sairão amanhã) serem negativos", disse Thomas Nyheim, gerente de carteiras de investimento do Christiana Bank & Trust, comentando o movimento da sessão. "É o final do trimestre e as pessoas querem consolidar os ganhos."

O Dow Jones caiu 29,92 pontos, ou 0,31%, para 9.712,28 pontos, puxado por componentes como JPMorgan (-2,36%) e Bank of America (-1,40%). Apesar disso, o índice registrou o melhor terceiro trimestre desde 1939, acumulando alta de 14,98% nos últimos três meses. Este também foi o melhor desempenho trimestral do Dow Jones desde 1998.

O Nasdaq recuou 1,62 ponto, ou 0,08%, para 2.122,42 pontos, mas acumulou alta de 15,66% no trimestre. O S&P 500 perdeu 3,53 pontos, ou 0,33%, para 1.057,08 pontos, porém registrou aumento de 14,98% no trimestre.

No mês de setembro, o Dow Jones subiu 1,76%, o Nasdaq ganhou 4,62% e o S&P 500 avançou 2,74%.

As ações do segmento de tecnologia tiveram um bom desempenho na sessão, com Cisco Systems fechando em alta de 1% e IBM avançando 0,7%. Em outros setores, a Nike saltou 7,7% após divulgar que seu lucro cresceu 0,5% no primeiro trimestre fiscal em relação a igual período do ano passado.

Os indicadores divulgados nesta quarta-feira apontaram para direções divergentes. Embora o Departamento de Comércio dos EUA tenha revisado a contração do Produto Interno Bruto (PIB) do país no segundo trimestre para 0,7%, de 1% anteriormente, os dados sobre a atividade industrial no meio-oeste e os dados sobre o mercado de trabalho norte-americano foram decepcionantes.

O índice de atividade dos gerentes de compras de Chicago caiu de 50,0 em agosto para 46,1 em setembro, ante expectativa de alta para 52,5. Já a pesquisa sobre emprego no setor privado dos EUA da Automatic Data Processing/Macroeconomic Advisers (ADP/MA) mostrou corte de 254 mil vagas de emprego nesse segmento em setembro, superando a previsão dos economistas, de corte de 240 mil vagas.

Na quinta-feira, a agenda de indicadores nos EUA estará bastante carregada. Serão divulgados relatórios sobre renda pessoal, gastos dos consumidores e pedidos de auxílio-desemprego, além dos gastos com construção, vendas pendentes de imóveis e produção industrial. As informações são da Dow Jones.

Bolsa sobe 19,5% no trimestre e ganha 63,8% no ano

por Agência ESTADO
30 de Setembro de 2009 17:54

Pelo terceiro mês consecutivo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou no azul, acumulando no terceiro trimestre uma alta de 19,53%. Apesar de robusto, o desempenho foi inferior ao registrado no período de abril a junho, quando subiu 25,75% - nos primeiros três meses do ano, a alta foi de 8,99%. Mas, reunindo tudo, a Bolsa continua se mostrando uma ótima opção de investimentos: nos nove primeiros meses de 2009, acumula ganhos de 63,83%.

Hoje, o índice Bovespa (Ibovespa) operou predominantemente no azul, graças ao desempenho das ações de bancos, da Vale e da Petrobras. Tentou afastar-se ao máximo das Bolsas norte-americanas, mas a volatilidade em Wall Street acabou afetando os negócios no Brasil e, na última hora da sessão, o Ibovespa reduziu consideravelmente seus ganhos. Conseguiu, no entanto, sustentar-se no campo positivo.

O Ibovespa fechou a quarta-feira com elevação de 0,46%, aos 61.517,89 pontos, maior pontuação desde 16 de julho de 2008 (62.056,50 pontos). Na mínima, registrou 60.978 pontos (-0,42%) e, na máxima, os 61.926 pontos (+1,13%). Terminou setembro com avanço de 8,90%, a terceira melhor variação de 2009, atrás apenas de abril (15,5%) e maio (12,4%).

Por ser fechamento de mês e de trimestre, o giro financeiro hoje acabou engordando, e terminou em R$ 6,135 bilhões. Até ontem, a média do mês estava em R$ 5,401 bilhões.

O desempenho doméstico hoje foi prejudicado pelo comportamento das Bolsas norte-americanas. Em meio a mais uma rodada de indicadores dissonantes, os investidores em Nova York devolveram a alta da abertura e operaram em queda, à espera dos indicadores de amanhã. Saem nesta quinta-feira os relatórios sobre renda pessoal, gastos dos consumidores e pedidos de auxílio-desemprego, além dos gastos com construção, vendas pendentes de imóveis e produção industrial. Mas o dado que faz os investidores suspirarem de fato é o "payroll" (relatório de vagas de trabalho). E este, só na sexta-feira.

Hoje, no entanto, eles puderam ter uma ideia do que o relatório do mercado de trabalho deve entregar. Os dados da ADP, que reúnem apenas números do setor privado nos EUA, mostraram corte de 254 mil vagas, ante previsão de queda de 240 mil. Esse dado ruim foi amplificado pelo índice de atividade dos gerentes de compras de Chicago em setembro, que apresentou uma queda inesperada em setembro, influenciando o rumo das bolsas.

O índice dos gerentes de compra sobre a atividade industrial na região de Chicago caiu para 46,1 (ou seja, contração) em setembro, de 50 em agosto. Os analistas previam 52,5. O único indicador que não decepcionou, ao contrário, foi o dado revisado do PIB trimestral, que mostrou recuo de 0,7% no segundo trimestre, ante -1% calculado antes e previsão de -1,2%.

O Dow Jones recuou 0,31%, aos 9.712,28 pontos, o S&P 500 terminou em baixa de 0,33%, aos 1.057,07 pontos, e o Nasdaq, perdeu 0,08%, aos 2.122,42 pontos.

A alta do petróleo e dos metais influenciou o comportamento das blue chips, enquanto os bancos continuaram reagindo aos dados da véspera e mantiveram os ganhos robustos.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para novembro subiu 5,85% e fechou a US$ 70,61 o barril, impulsionado pelos dados de estoques divulgados nos EUA. Segundo o Departamento de Energia, os estoques subiram 2,796 milhões de barris na semana encerrada em 25 de setembro, ante previsão bem menor, de +300 mil barris.

Petrobras avançou 0,02% na ação ordinária (ON) e 0,66% na ação preferencial (PN). Vale, ON teve elevação de 0,46% e Vale. PNA, de 0,19%. Usiminas PNA caiu 0,45% e Metalúrgica Gerdau PN, de 0,13%. Gerdau, PN terminou em +0,04% e CSN ON, em 1,64%.

No segmento financeiro, os bancos seguem a trajetória de alta firme iniciada na véspera, em meio aos dados que mostraram recuperação do crédito e na expectativa da oferta de ações do Santander, que pode ser a maior da história no País. Bradesco PN subiu 2,17%, Itaú Unibanco PN, 1,42%, BB ON, 2,16%.

Embraer ON caiu 1,16%. A empresa quer captar US$ 500 milhões com uma emissão de bônus de dez anos que deverão ter yield entre 6,5% e 6,625%, disse uma fonte próxima da transação. Espera-se que a emissão seja precificada amanhã, após a companhia concluir seu roadshow.