quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Bolsa sobe 19,5% no trimestre e ganha 63,8% no ano

por Agência ESTADO
30 de Setembro de 2009 17:54

Pelo terceiro mês consecutivo, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) terminou no azul, acumulando no terceiro trimestre uma alta de 19,53%. Apesar de robusto, o desempenho foi inferior ao registrado no período de abril a junho, quando subiu 25,75% - nos primeiros três meses do ano, a alta foi de 8,99%. Mas, reunindo tudo, a Bolsa continua se mostrando uma ótima opção de investimentos: nos nove primeiros meses de 2009, acumula ganhos de 63,83%.

Hoje, o índice Bovespa (Ibovespa) operou predominantemente no azul, graças ao desempenho das ações de bancos, da Vale e da Petrobras. Tentou afastar-se ao máximo das Bolsas norte-americanas, mas a volatilidade em Wall Street acabou afetando os negócios no Brasil e, na última hora da sessão, o Ibovespa reduziu consideravelmente seus ganhos. Conseguiu, no entanto, sustentar-se no campo positivo.

O Ibovespa fechou a quarta-feira com elevação de 0,46%, aos 61.517,89 pontos, maior pontuação desde 16 de julho de 2008 (62.056,50 pontos). Na mínima, registrou 60.978 pontos (-0,42%) e, na máxima, os 61.926 pontos (+1,13%). Terminou setembro com avanço de 8,90%, a terceira melhor variação de 2009, atrás apenas de abril (15,5%) e maio (12,4%).

Por ser fechamento de mês e de trimestre, o giro financeiro hoje acabou engordando, e terminou em R$ 6,135 bilhões. Até ontem, a média do mês estava em R$ 5,401 bilhões.

O desempenho doméstico hoje foi prejudicado pelo comportamento das Bolsas norte-americanas. Em meio a mais uma rodada de indicadores dissonantes, os investidores em Nova York devolveram a alta da abertura e operaram em queda, à espera dos indicadores de amanhã. Saem nesta quinta-feira os relatórios sobre renda pessoal, gastos dos consumidores e pedidos de auxílio-desemprego, além dos gastos com construção, vendas pendentes de imóveis e produção industrial. Mas o dado que faz os investidores suspirarem de fato é o "payroll" (relatório de vagas de trabalho). E este, só na sexta-feira.

Hoje, no entanto, eles puderam ter uma ideia do que o relatório do mercado de trabalho deve entregar. Os dados da ADP, que reúnem apenas números do setor privado nos EUA, mostraram corte de 254 mil vagas, ante previsão de queda de 240 mil. Esse dado ruim foi amplificado pelo índice de atividade dos gerentes de compras de Chicago em setembro, que apresentou uma queda inesperada em setembro, influenciando o rumo das bolsas.

O índice dos gerentes de compra sobre a atividade industrial na região de Chicago caiu para 46,1 (ou seja, contração) em setembro, de 50 em agosto. Os analistas previam 52,5. O único indicador que não decepcionou, ao contrário, foi o dado revisado do PIB trimestral, que mostrou recuo de 0,7% no segundo trimestre, ante -1% calculado antes e previsão de -1,2%.

O Dow Jones recuou 0,31%, aos 9.712,28 pontos, o S&P 500 terminou em baixa de 0,33%, aos 1.057,07 pontos, e o Nasdaq, perdeu 0,08%, aos 2.122,42 pontos.

A alta do petróleo e dos metais influenciou o comportamento das blue chips, enquanto os bancos continuaram reagindo aos dados da véspera e mantiveram os ganhos robustos.

Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para novembro subiu 5,85% e fechou a US$ 70,61 o barril, impulsionado pelos dados de estoques divulgados nos EUA. Segundo o Departamento de Energia, os estoques subiram 2,796 milhões de barris na semana encerrada em 25 de setembro, ante previsão bem menor, de +300 mil barris.

Petrobras avançou 0,02% na ação ordinária (ON) e 0,66% na ação preferencial (PN). Vale, ON teve elevação de 0,46% e Vale. PNA, de 0,19%. Usiminas PNA caiu 0,45% e Metalúrgica Gerdau PN, de 0,13%. Gerdau, PN terminou em +0,04% e CSN ON, em 1,64%.

No segmento financeiro, os bancos seguem a trajetória de alta firme iniciada na véspera, em meio aos dados que mostraram recuperação do crédito e na expectativa da oferta de ações do Santander, que pode ser a maior da história no País. Bradesco PN subiu 2,17%, Itaú Unibanco PN, 1,42%, BB ON, 2,16%.

Embraer ON caiu 1,16%. A empresa quer captar US$ 500 milhões com uma emissão de bônus de dez anos que deverão ter yield entre 6,5% e 6,625%, disse uma fonte próxima da transação. Espera-se que a emissão seja precificada amanhã, após a companhia concluir seu roadshow.

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