quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Fed não elimina pessimismo e Dow Jones fecha em baixa

por Agência ESTADO
29 de Outubro de 2008 19:41

O mercado norte-americano de ações fechou com os principais índices em direções divergentes, o Dow Jones e o S&P-500 em queda e o Nasdaq em alta. O dia, marcado pela decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de reduzir a taxa básica de juros americana de 1,5% para 1% ao ano (nível mais baixo desde junho de 2004), foi de grande volatilidade, com o Dow Jones chegando a subir mais de 200 pontos e a cair mais de 100 pontos em vários momentos. O recuo na última meia hora do pregão foi atribuído a um alerta de queda nos lucros feito pela General Electric.
O índice Dow Jones fechou em queda de 74,16 pontos, ou 0,82%, em 8.990,96 pontos. A mínima foi em 8.890,29 pontos e a máxima em 9.363,32 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 7,74 pontos, ou 0,47%, em 1.657,21 pontos, com mínima em 1.622,01 pontos e máxima em 1.705,51 pontos. O S&P-500 caiu 10,42 pontos, ou 1,11%, para fechar em 930,09 pontos, com mínima em 922,26 pontos e máxima em 969,97 pontos. O NYSE Composite subiu 41,45 pontos, ou 0,72%, para 5.774,90 pontos.
A constatação, pelo comunicado do Fed, de que "os riscos negativos para o crescimento persistem" foi interpretada pelos participantes do mercado como um reconhecimento de que os EUA já entraram em recessão e de que o fato de a taxa de juros já ter sido reduzida seis vezes neste ano não será suficiente para reverter essa situação. Em entrevista à TV Bloomberg, o professor Nouriel Roubini, da Universidade de Nova York, afirmou que "estamos no começo de uma recessão muito severa nos EUA; ela será muito mais dolorosa"; ele acrescentou que o S&P-500 poderá chegar a cair 30% ao longo de um período de contração econômica que poderá se estender por dois anos.
A redução da taxa de juros é apenas "uma das medidas extraordinárias de liquidez, que incluem recapitalizar os bancos e comprar ativos estressados. Até que essas medidas tragam o crédito interbancário de volta a níveis historicamente mais normais, os cortes de taxas de juro não terão nenhuma tração. O que precisamos ver é quão eficazes todas essas medidas serão em termos da taxa Libor (juro interbancário em Londres) e do comportamento dos mercados de crédito. Esse é o canário na mina de carvão", disse o economista Zach Pandl, do Barclays, referindo-se ao antigo costume dos mineiros de levar canários para dentro dos túneis, para funcionar como alarme em caso de falta de oxigênio.
Das 30 componentes do Dow Jones, 12 ações fecharam em alta e 18 encerraram em queda. As ações da General Electric caíram 1,49%, depois de a empresa fazer um alerta de queda nos lucros. As da General Motors subiram 8,16%, apesar de a empresa ter relatado que suas vendas caíram 19% no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2007. As da Procter & Gamble caíram 3,54% e as da Kraft Foods recuaram 1,42%, depois de as duas empresas divulgarem resultados. As ações do setor financeiro estavam entre as que mais caíram (Bank of America perdeu 3,04%, Citigroup cedeu 4,16% e JPMorgan Chase recuou 5,03%). As informações são da Dow Jones.

Ibovespa descola-se de NY e sobe 4,37%

por Agência ESTADO
29 de Outubro de 2008 19:00

O índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) disparou na última meia hora da sessão de hoje, reagindo à aceleração dos ganhos em Nova York e a notícias da criação de uma linha de swap de moedas do Banco Central brasileiro com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), da ordem de US$ 30 bilhões. As Bolsas americanas, contudo, não sustentaram os ganhos, retomando a forte volatilidade que marcou a sessão, o que tirou o Ibovespa das máximas, para fechar em alta de 4,37%, a 34.845,21 pontos - na máxima, o indicador subiu 7,13% a 35.766 pontos. No mês, porém, a queda soma 29,66% e no ano, 45,46%. O volume financeiro negociado segue fraco: R$ 4,966 bilhões na sessão de hoje.
Desde cedo, as ações brasileiras já vinham se beneficiando da trégua no noticiário negativo do exterior combinada com a recuperação nos preços das matérias-primas (commodities), com o Ibovespa sustentando-se no terreno positivo, apesar da forte oscilação dos índices acionários americanos. O anúncio do corte de 0,50 ponto porcentual na taxa básica de juros dos EUA para 1% ao ano, em linha com o esperado pelo mercado, chegou a reduzir o avanço do índice doméstico, reflexo do enfraquecimento em Wall Street. Ao fim da sessão, o índice Dow Jones caiu 0,82% e o SP-500 cedeu 1,11%. O Nasdaq, porém, subiu 0,47%.
No comunicado que acompanhou a decisão, as autoridades do Fed deixaram a porta aberta para cortes adicionais, a níveis não vistos em meio século, colocando as taxas no rumo antes inimaginável do juro zero. A decisão foi unânime e incluiu a redução da taxa de redesconto, que cobra nos empréstimos diretos aos bancos, também em 0,5 ponto para 1,25% ao ano.
A Bolsa brasileira ainda recebeu o impulso do anúncio de que o Banco Central do Brasil e o Fed estabeleceram uma linha de swap (troca) de dólares americanos por reais no montante de US$ 30 bilhões, válida até 30 de abril de 2009. "A linha não implica condicionalidades de política econômica e será utilizada para incrementar os fundos disponíveis para as operações de provisão de liquidez em dólares pelo BC", diz o comunicado do BC. O Fed estabeleceu a mesma linha de swap com Cingapura, Coréia do Sul e o México, em montantes e prazos iguais.
Ainda, o Conselho Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou a criação de uma linha de liquidez de curto prazo (SLF, na sigla em inglês) para estabelecer um rápido canal de desembolso de financiamento para países com fortes políticas econômicas que estejam enfrentando problemas temporários de liquidez nos mercados de capital globais.
A bolsa fechou antes do anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre o juro brasileiro, que deve ser anunciado logo mais. Atualmente, a taxa básica de juros , a Selic, está em 13,75% ao ano - e a expectativa majoritária é de manutenção desse porcentual.

Ações

No cenário corporativo doméstico, o destaque ficou para o leilão de cinco lotes de rodovias no Estado de São Paulo. Os papéis da concessionária CCR ocuparam mais cedo a liderança dos ganhos do Ibovespa. Mas, com a derrota na disputa do lote das rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto, único que disputava, as ações ordinárias (ON) da empresa reduziram a alta, encerrando com valorização de 4,78%. A Triunfo Participações foi quem levou a concessão.
No caso do trecho da rodovia Raposo Tavares, o vencedor foi o consórcio formado pela Invepar e pela construtora OAS. O consórcio BRVias venceu a disputa pelo trecho Oeste da Rodovia Marechal Rondon. O consórcio Brasinfra (Cibe, portuguesa Ascendi e construtora Leão Leão) venceu a disputa pelo trecho Leste da Rodovia Marechal Rondon. A Odebrecht venceu a concorrência pela Rodovia D. Pedro I. A OHL Brasil não apresentou propostas, após analisar fatores como cenário econômico e expectativa de retorno para seus acionistas. As ações ON - que não integram o Ibovespa - subiram 1,99%.
As ações do setor imobiliário permaneceram como destaque de alta no índice, ainda na expectativa do anúncio da linha de crédito para a construção civil, prevista para ser anunciada hoje. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que os recursos de capital de giro para o setor serão da ordem de R$ 3 bilhões. Mantega reúne-se no início desta noite com os presidentes do BC, Henrique Meirelles, do BNDES, Luciano Coutinho, do Banco do Brasil, Antonio Francisco Lima Neto, e da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho. Entre as ações do setor, Gafisa ON liderou os ganhos ao subir 16,87% e Cyrela ON avançou 11,11% - a sétima maior elevação.
No caso das ações de primeira linha (blue chips), as ações da Vale foram ainda beneficiadas pelo avanço nos preços de algumas matérias-primas (commodities) metálicas: os papéis preferenciais classe A (PNA) subiram 2,40% e as ON, 3,10%. No caso da Petrobras, os papéis também tiveram como suporte a alta expressiva nos preços do petróleo, que avançaram mais de 7% em Nova York. Na Bovespa, as preferenciais (PN) da Petrobras ganharam 6,73% e as ON, 7,48%.
A Usiminas também subiu hoje, após a divulgação de seu balanço. A empresa teve lucro líquido de R$ 880,451 milhões no terceiro trimestre deste ano, o que representa um crescimento de 16% sobre o lucro de R$ 757,893 milhões no mesmo período de 2007. A ação PNA da siderúrgica subiu 5,78%. Outras siderúrgicas acompanharam: Gerdau PN avançou 2,07% e CSN ON teve acréscimo de 2,29%.
As ações PN da Sadia, que divulga balanço após o fechamento, encerram o dia com ganhos de 0,96%. O resultado da empresas é bastante aguardado, uma vez que em setembro a processadora de alimentou divulgou perda de R$ 760 milhões com operações de derivativos cambiais.

DJI...após 28/10...forte alta, indicadores sobrecomprados...pode realizar...


DJI abriu em 8.179 pontos e com os índices futuros em forte alta, subiu rapidamente até encontrar resistência nos 8.506 pontos (+4,0%). A partir daí, refluiu fortemente até encontrar suporte na mínima em 8.176 pontos (fechamento anterior). Daí, retomou de forma firme e gradual nova recuperação até encontrar resistência novamente nos 8.500 pontos, porém na segunda investida rompeu a resistência nos 8.440 pontos, depois a dos 8.600 pontos, alcançando seu primeiro objetivo de alta nos 8.750 pontos e, na sequência, embalado pela forte pressão compradora, foi buscar a máxima do dia nos 9.080 pontos (+ 11,05%). Refluiu para finalizar nos 9.065 pontos (+10,87%).

Análise: DJI estava ensaiando essa recuperação, sem sucesso, por vários pregões. Na primeira hora de pregão chegou a demonstrar essa possibilidade, após a alta de 4% mas retornou, para zerar novamente. Na segunda metade do pregão, após absorver os impactos da agenda econômica da manhã, e na ausência de notícias contrárias, deslanchou para uma das maiores altas intraday, em sua história recente. O "candle" formado no gráfico diário se apresenta como um "marubozu vazio" sinalizando o predomínio das forças compradoras. Apesar dos indicadores gráficos sinalizarem pela tendência de alta, alguns desses indicadores ficaram relativamente sobrecomprados, sinalizando a possibilidade de alguma realização, pelo menos na primeira etapa do pregão. Os índices futuros antes da abertura dos pregões, deverão apresentar com maior clareza, a tendência principal da abertura.

Resistências em 9.080, 9.150, 9.280 e 9.800 pontos.
Suportes em 8.780, 8.580, 8.330 e 8.200 pontos.