quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Bolsa de NY fecha em alta com PIB e cortes de juros

por Agência ESTADO
30 de Outubro de 2008 19:28

O mercado norte-americano de ações fechou em alta, depois de a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no terceiro trimestre ficar abaixo das previsões e de alguns bancos centrais reduzirem suas taxas de juro, impulsionando especulações de que os afrouxamentos de política monetária ao redor do mundo poderão evitar ou amenizar uma recessão global. As reduções de taxas de juro anunciadas ontem pelos BCs de EUA, China e Noruega alimentaram a expectativa de que o Banco do Japão e o Banco Central Europeu (BCE) façam o mesmo em seguida. As altas das bolsas asiáticas e européias e a melhora das condições do mercado de dívida de curto prazo também contribuíram para o avanço em Nova York.
O índice Dow Jones fechou em alta de 189,73 pontos, ou 2,11%, em 9.180,69 pontos. O Nasdaq fechou em alta de 41,31 pontos, ou 2,49%, em 1.698,52 pontos. O S&P-500 subiu 23,95 pontos, ou 2,58%, para fechar em 954,09 pontos. O NYSE Composite avançou 199,91 pontos, ou 3,46%, para 5.974,80 pontos.


"De uma maneira geral, tenho a sensação de que os bancos centrais globais puseram suas cabeças para trabalhar e que a situação está melhorando", disse Gordon Charlop, diretor de operações da Rosenblatt Secuirities no pregão da NYSE. Os principais índices, porém, recuaram das máximas na última meia hora da sessão, depois de a presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de San Francisco, Janet Yellen, dizer que os indicadores recentes são "profundamente preocupantes".
Entre as componentes do Dow Jones, o destaque positivo foi Intel, com alta de 8,23%. As ações da ExxonMobil subiram 0,54%, depois de a empresa divulgar resultados; as da Chevron, que divulga balanço amanhã, avançaram 4,48%. No setor financeiro, as ações da American Express subiram 3,37%, depois de a empresa anunciar que demitirá 7 mil funcionários; as da Legg Mason, que também anunciou demissões, avançaram 22,70%. As da Hartford Financial caíram 51,56%, em reação a seu informe de resultados. Entre as ações de empresas que divulgaram resultados também estavam Colgate-Palmolive (+7,05%) e Avon Products (-15,37%). As ações da Motorola, que fez um alerta de queda nos lucros, caíram 5,31%.
No setor automotivo, as ações da General Motors caíram 10,21%; seis governadores norte-americanos enviaram uma carta ao Departamento do Tesouro e ao Fed, pedindo recursos financeiros federais para as montadoras - o que poderia ser essencial para o sucesso das negociações em andamento para uma fusão entre a GM e a Chrysler. As informações são da Dow Jones.

Ibovespa fecha em alta de 7,5% com trégua externa

por Agência ESTADO
30 de Outubro de 2008 18:47

A Bovespa voltou a fechar com ganhos expressivos, pelo terceiro dia consecutivo em que uma certa euforia prevaleceu nos negócios. Embora em proporção diferente, o Ibovespa acompanhou a oscilação dos índices acionários em Wall Street - conforme estes aceleravam a alta, o mercado brasileiro acompanhava; quando o avanço diminuía, o pregão doméstico também reduzia o fôlego.
O Ibovespa, principal índice, encerrou o dia em alta 7,47%, aos 37.448,77 pontos - depois de oscilar entre 34.852 pontos na mínima (+0,02%) e 37.590 pontos na máxima (+7,88%).
Na visão de Romeu Vidali, gerente de renda variável da Concórdia Corretora, o desempenho da Bolsa brasileira hoje decorre de uma melhora consistente do humor dos investidores, diante da perspectiva de melhora generalizada dos mercados globais. "Houve um conjunto de medidas, sendo a mais recente a queda do juro nos EUA, que está tranqüilizando o investidor, deixando-o mais confortável para voltar à renda variável." Ontem o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) cortou a taxa básica de juros americana em meio ponto porcentual, para 1% ao ano.
No caso da Bovespa, ainda ajudam a decisão do Banco Central, também de ontem, de optar pela estabilidade da taxa Selic (em 13,75% ao ano) e o acordo estabelecido entre a autoridade monetária e o Fed para uma linha de swap (troca) em moedas de US$ 30 bilhões.
Vidali, assim como outros profissionais da área de renda variável, credita a recuperação das ações brasileiras a compras de investidores locais. "Não vejo ainda grandes movimentos de volta dos investidores estrangeiros", disse, ponderando, contudo, que o mercado caminha para isso. "Na medida em que os mercados no mundo se acalmam, a tendência é os investidores voltarem para emergentes."
A Bovespa, de acordo com o especialista, se beneficia disso porque tem liquidez e papéis com bons fundamentos, que ficaram muito baratos diante das vendas expressivas em razão da crise internacional. Vidali chama a atenção, contudo, que a Bolsa brasileira ainda registra um volume de negócios reduzido, o que revela que o investidor permanece ausente. Hoje, a Bolsa encerrou com giro financeiro de apenas R$ 5,254 bilhões.
No mercado internacional, a jornada também foi positiva, começando pela Ásia e Europa, alastrando-se também na América. Em Wall Street, as bolsas operaram sustentadas pela contração menor do que a esperada da economia dos EUA no terceiro trimestre (-0,3%, contra previsão de -0,5%) e a crença de que as decisões de vários bancos centrais de cortar o juro será capaz de evitar uma desaceleração global severa. O Banco do Japão decide nesta madrugada o rumo do juro no país. Nas Bolsas de Nova York, o índice Dow Jones terminou o dia em alta de 2,11%, o S&P-500 avançou 2,58% e o Nasdaq ganhou 2,49%.
Nesta sessão, nem a desvalorização das matérias-primas (commodities) impediu a nova "euforia" nas operações domésticas. O petróleo caiu 2,28% em Nova York, mas as ações da Petrobras subiram 6,78% as PN e 8,12% as ON. Os metais também recuaram, e no entanto não impediram a alta dos papéis da Vale: os PNA ganharam 7,23% e os ON avançaram 7,13%.
No noticiário corporativo, vale citar que a Sadia informou seus resultados ontem, após o encerramento dos negócios. As ações PN caíram 0,48%. A empresa registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 777,378 milhões no terceiro trimestre do ano, contra lucro de R$ 188,352 milhões no mesmo período de 2007.