quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Ibovespa segue NY e inicia outubro em queda, de 1,72%

por Agência ESTADO
01 de Outubro de 2009 17:47

Depois de subir quase 9% em setembro e 20% no terceiro trimestre, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) passou por um normal - e adiado - movimento de realização de lucros hoje. Os investidores acompanharam o comportamento das bolsas internacionais, que caíram em reação aos indicadores abaixo das expectativas. O recuo dos preços dos metais também foi levado em conta para as ordens de vendas de hoje.

O índice Bovespa (Ibovespa) iniciou outubro em baixa de 1,72%, perdendo o nível de 61 mil pontos ao terminar em 60.459,33 pontos. Na mínima do dia, registrou 60.306 pontos (-1,97%) e, na máxima, os 61.519 pontos (estabilidade). No ano, a Bolsa sobe 61,01%. O giro financeiro totalizou R$ 5,282 bilhões. Os dados são preliminares.

A nova rodada de indicadores conflitantes, pendendo para o negativo, nos Estados Unidos e a cautela para os dados do payroll (relatório sobre vagas de trabalho), que saem amanhã, levaram os investidores a pisar no freio, principalmente depois que eles já conseguiram amealhar ao redor 15% de ganhos no último trimestre nas bolsas norte-americanas. Assim, foi fácil se decidirem por vender papéis e sentar em cima do dinheiro, à espera do que mostrarão os números do mercado de trabalho de setembro.

O indicador mais malvisto pelo mercado hoje foi o ISM industrial - amplificado pelo número de pedidos de auxílio-desemprego igualmente ruim e conhecido um pouco antes. O índice dos gerentes de compras, que mede a atividade industrial dos EUA, recuou de 52,9 em agosto para 52,6 em setembro, de acordo com o Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês). A previsão de analistas era de alta para 54,0. Já os novos pedidos de auxílio-desemprego aumentaram 17 mil, para 551 mil na semana até 26 de setembro, superando a alta de 5 mil prevista pelos economistas e revertendo a tendência das duas semanas anteriores de queda.

A agenda de indicadores, no entanto, estava carregada e ainda sobraram dados bons - mas o mercado não deu muita bola. Os gastos com construção nos EUA, por exemplo, saltaram inesperadamente em agosto, em 0,8%, ante expectativa de que ficariam estáveis. Já o índice de vendas pendentes de imóveis residenciais no país subiu 6,4% em agosto, na sétima alta consecutiva e acima da previsão de analistas, de +1,5%. O índice de preços PCE subiu 0,3% em agosto ante julho, enquanto o núcleo do indicador avançou 0,1%, na mesma base de comparação. A renda pessoal teve alta de 0,2% em agosto, enquanto os gastos pessoais avançaram 1,3% no mesmo mês, na maior alta desde outubro de 2001.

Assim, o Dow Jones terminou em queda de 2,09%, aos 9.509,28 pontos, o S&P recuou 2,58%, aos 1.029,85 pontos, e o Nasdaq perdeu 3,06%, aos 2.057,48 pontos.

No Brasil, os investidores estrangeiros estiveram firmes na ponta vendedora e o recuo dos metais no exterior serviu de pretexto à queda maior de Vale do que Petrobras, que contou com a ligeira alta do petróleo para desestimular as vendas. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato para novembro avançou 0,30%, a US$ 70,82 o barril do petróleo. Na Bovespa, Petrobras ON recuou 1,62% e Petrobras. PN, -2,16%. Vale, ON perdeu 2,77% e Vale. PNA, -2,54%. As siderúrgicas também acompanharam: Gerdau PN, -2,69%, Metalúrgica Gerdau, PN, -2,19%, Usiminas PNA, -1,86%, e CSN ON, -2,68%.

Os papéis dos bancos, que se mantiveram em alta durante toda a manhã, dando sequência à trajetória dos últimos dias, não conseguiram sustentar o ritmo até o final. Apenas Itaú Unibanco PN acabou subindo, 0,448%. Bradesco PN caiu 0,62% e BB ON, 1,86%.

VisaNet ON e Redecard ON também tiveram diminuição em seus preços de, respectivamente, 3,30% e 1,28%. Hoje, o Banco Central anunciou que o grupo de trabalho responsável pela análise do setor de cartões de crédito concluiu estudo e vai encaminhar ao governo medidas para dar mais competitividade ao segmento. Entre as propostas está o fim da exclusividade na atividade de credenciamento feito pelas bandeiras junto ao comércio e também o compartilhamento de redes de captura de dados e das máquinas e leitura de cartão.