quarta-feira, 16 de julho de 2008

Bolsa de NY fecha em alta forte com financeiras e aéreas

por Renato Martins da Agência Estado
16.07.2008 18h34

O mercado norte-americano de ações fechou em alta forte, um dia depois de o índice Dow Jones fechar no nível mais baixo desde 21 de julho de 2006 e de o S&P-500 cair ao menor nível desde 2 de novembro de 2005. O mercado reagiu a informes de resultados de empresas importantes do setor financeiro e à queda forte dos preços do petróleo. Entre os destaques do pregão estavam as ações de empresas do setor financeiro que divulgaram resultados do segundo trimestre, como Wells Fargo (+32,76%), Charles Schwab (+14,26%), Northern Trust (+13,11%) e Marshall & Isley (+17,34%).
As ações das agências de crédito hipotecário, entre as que mais haviam caído desde o início da crise de crédito, tiveram altas fortes (Fannie Mae disparou 30,83% e Freddie Mac avançou 31,75%), assim como as ações dos bancos de investimento, incluídas na lista das ações que não poderão ser vendidas a descoberto sem que os operadores tomem papéis de empréstimo previamente, como determina a nova norma do órgão regulador do mercado de capitais dos EUA (Merrill Lynch subiu 13,41% e Goldman Sachs ganhou 9,54%). Outros destaques do setor foram Bank of America (+22,41%), Citigroup (+13,12%), JPMorgan Chase (+15,86%) e Washington Mutual (+25,48%).
As ações das companhias aéreas também tiveram altas fortes, em reação à queda dos preços do petróleo (UAL disparou 41,53% e Continental, 38,20%. As ações do setor de petróleo, porém, caíram (ExxonMobil perdeu 1,68% e Chevron recuou 3,39%). Outro destaque do pregão foi General Motors, com alta de 16,67%, recuperando parte do terreno perdido recentemente.
O índice Dow Jones fechou em alta de 2,52%, em 11.239,28 pontos. O Nasdaq encerrou com ganho de 3,12%, em 2.284,85 pontos. O S&P-500 subiu 2,51%, para 1.245,36 pontos. O NYSE Composite avançou 2,15%, para 8.332,82 pontos. As informações são da Dow Jones.

Ibovespa fecha em alta de 1,71% com notícias nos EUA

por Claudia Violante da Agência Estado
16.07.2008 17h32

Pela terceira sessão consecutiva a Bovespa terminou em elevação - o que não havia acontecido nenhuma vez neste mês -, empurrada pelos ganhos nas bolsas norte-americanas. Embora a agenda prenunciasse um dia difícil, diante da quantidade de informações relevantes a serem conhecidas, tudo acabou saindo dentro do previsto - apesar da derrapada do índice de inflação no varejo dos Estados Unidos.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, voltou aos 62 mil pontos, ao encerrar em alta de 1,71%, aos 62.056,5 pontos. Na mínima do dia, atingiu 60.863 pontos (-0,25%) e, na máxima, 62.183 pontos (1,91%). No mês, acumula perdas de 4,44% e, no ano, de 2,75%. O volume financeiro totalizou R$ 6,753 bilhões.
Em Nova York, o índice Dow Jones terminou o dia com elevação de 2,52%, o S&P subiu 2,51% e o Nasdaq avançou 3,12%. Foram várias as razões para as bolsas subirem. Embora o índice de preços ao consumidor americano tenha tido em junho a maior alta mensal desde junho de 1982 (subiu 1,1% ante maio e mais do que as previsões de +0,7%), o dado foi relegado a segundo plano. Os investidores preferiram reagir à queda do petróleo, aos balanços favoráveis e à decisão do órgão regulador do mercado de capitais (Securities and Exchange Commission, ou SEC) de restringir vendas a descoberto de ações das financiadoras de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac e de outras 17 instituições. A SEC definiu que agora os investidores terão de alugar os papéis antes de montar posições vendidas (de aposta na baixa).
A Intel divulgou lucro 25% maior no segundo trimestre e receita recorde. O resultado superou as estimativas de analistas. Já o banco Wells Fargo registrou lucro 23% menor no período, mas o resultado superou o previsto pelos analistas. Nem mesmo a ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) decepcionou, já que o documento indicou que o BC americano não vai alterar sua política monetária no curto prazo. É preciso ressaltar, no entanto, que a ata também sugeriu que os membros do Fed estão cada vez mais preocupados com relação à inflação do que com o crescimento econômico, embora ainda vejam "riscos significativos no lado do declínio" para o crescimento.
O petróleo também deu sua parcela de contribuição às bolsas, ao recuar. Em Nova York, o preço do barril caiu 2,98%, para US$ 134,60, ajudado pelo surpreendente aumento dos estoques nos Estados Unidos. Houve elevação de 3 milhões de barris, ante previsão de queda de 1,3 milhão.
No Brasil, a queda do petróleo continuou prejudicando as ações da Petrobras, uma das principais do Ibovespa. Petrobras ON caiu 1,56% e Petrobras PN, 1,92%. Vale, outra importante ação do Ibovespa, também terminou em queda, mas a justificativa, neste caso, foi a subscrição de papéis na oferta de ações, cujo preço fecha hoje. Vale ON caiu 1,42% e Vale PNA, 2%.
A alta do Ibovespa, assim, foi puxada pelas empresas aéreas - por causa da queda do petróleo - e bancos - em função da melhora destes papéis nos EUA. Setor siderúrgico também avançou, mas sem muito vigor. Gol PN liderou os ganhos do índice (que conta com mais de 60 papéis), ao disparar 10,04%.

BC responderá "vigorosamente" à inflação

por Alex Ribeiro de Valor Online
16/07/2008


Uma semana antes da reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central, o presidente da instituição, Henrique Meirelles, elevou um pouco mais o tom de ameaça, indicando que poderá intensificar o ritmo de alta dos juros. Ele repetiu três vezes, em depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que autoridade monetária saberá responder "vigorosamente" às mudanças no cenário inflacionário.
Na semana passada, Meirelles já havia sinalizado uma política monetária mais inflexível, ao afirmar, em evento realizado em São Paulo, que a ação do Copom visa baixar a inflação para o centro da meta, estabelecido em 4,5%, ainda em 2009. Ontem, ele renovou esse propósito. "O BC está comprometido em fazer o que for necessário, enquanto for necessário, para trazer a inflação para o centro da meta em 2009", afirmou. "O BC avalia que não há vantagens em continuar com uma inflação alta."
A mensagem do BC é que irá promover um processo desinflacionário relativamente rápido. Os analistas do mercado financeiro esperam que o BC faça uma convergência mais suave da inflação para a meta. A expectativa mediana é que a inflação fique em 6,48% em 2008, 5% em 2009 e 4,5% apenas em 2010. Sobre 2008, Meirelles disse que o BC está fazendo tudo que está ao seu alcance para a inflação seja a mais baixa possível. Mas ele ponderou que a política monetária atua com defasagem e que as decisões tomadas até agora terão seu efeito mais importante sobre a inflação no fim deste ano e no início do próximo.
No depoimento, senadores questionaram se o crescente déficit em conta corrente não poderia levar a desequilíbrios externos. Meirelles disse que o BC está agindo de três formas. Primeiro, pela própria alta dos juros, que segura o consumo e os investimentos e reduz o crescimento das importações. Segundo, disse, o BC age pela simplificação das regras cambiais, que reduzem os custos de transação e incentivam as exportações.
O presidente do BC disse que outra linha de ação é pelo acúmulo de reservas cambiais e pela compra de dólares no mercado futuro, que deixam a economia menos vulnerável no caso de os investidores suspenderem repentinamente o financiamento do déficit em conta corrente.
Meirelles ponderou que, em um regime de câmbio flutuante, a cotação do dólar não tende a ficar muito tempo fora de seu equilíbrio, gerando déficits em conta corrente. Segundo ele, os investidores estrangeiros fazem seus próprios cálculos sobre o déficit em conta corrente que é financiável no curto longo prazo, promovendo correções automáticas no caso de desequilíbrio. Na visão de Meirelles, pode-se esperar que, no futuro, a taxa de câmbio sofra alguma depreciação. Ele disse que, nos últimos anos, o governo vem registrando prejuízo porque tem posição comprada em câmbio e o real está se valorizando. Mas, em algum momento, afirmou, é provável que ocorra justamente o contrário: que o governo passe a registrar ganhos com a depreciação do câmbio.
Segundo Meirelles, o BC está atento à ligeira deterioração na inadimplência em alguns segmentos de crédito. Mas ponderou que o índice geral é positivo. Algumas famílias tomaram mais de um financiamento e estariam enfrentando dificuldades, num contexto de alta de inflação, que corrói a renda real. "O melhor que o BC pode fazer para evitar uma piora da inadimplência é controlar a inflação."

IBOV...após 15/07...alta volatilidade...com indefinição de tendência...


O Ibovespa abriu em 60.715 pontos, veio até a mínima do dia em 58.790 (-3,18%), depois acompanhando DJI subiu com força até a máxima em 61.678 ( +1,58%), depois com a inversão de tendência de DJI, refluiu até fechar em 61.015 pontos (+ 0,49%).

Análise: Volatilidade nessa intensidade, rara de se ver, oscilando mais de 4,5% entre a mínima e a máxima. Sintoma claro de que o mercado não está querendo aceitar a "imposição" da fragilidade dos mercados americanos nos destinos do Ibovespa. Por outro lado, a facilidade como ocorreu a queda de mais de 3% no início do pregão deixou claro para o mercado que o "fundo do poço" do Ibovespa está muito mais abaixo dos 58 mil pontos e talvez seja somente uma questão de tempo ou de oportunidade. Os principais indicadores do gráfico diário ainda sinalizam tendência de alta, mas os principais indicadores do gráfico de "30 minutos" sinalizam o oposto. Certamente mais um dia com muita volatilidade. Os mercados futuros antes da abertura poderão identificar melhor a tendência do Ibovespa.

Suportes imediatos em 60.700, 59.900, 59.100, 58.800 e 57.950 pontos.
Resistências em 61.600, 62.250 e 62.700 pontos.

DJI...após 15/07...forte volatilidade, em tendência de queda...


DJI abriu em queda em 11.050, veio até a mínima em 10.828 pontos (-2,05%), a partir daí promoveu recuperação até a máxima em 11.123 (+0,62%) e depois refluiu novamente até fechar em 10.962 pontos (-0,84%).

Análise: Volatilidade nesta intensidade, raramente vista em DJI (depois de cair 2%, chegou a ficar em alta de + 0,6% para depois fechar em queda de quase 1%). Demonstração de que o mercado está perplexo com as informações econômicas vindas do governo e muito indeciso em relação ao tamanho da crise americana. Está mantendo por enquanto a confirmação de patamar de negociações para DJI abaixo dos 11 mil pontos. Os principais indicadores do gráfico diário e do gráfico de "30 minutos" sinalizam tendência de queda. Os mercados futuros antes da abertura confirmarão (ou não) essa tendência.

Suportes imediatos em 10.910, 10.830 e 10.770 pontos.
Resistências imediatas em 10.980, 11.020, 11.130 e 11.240 pontos.

Crise imobiliária volta a afetar bolsas: Europa cai ao menor nível em três anos

por Valor Online
16/07/2008


As bolsas americanas e asiáticas fecharam ontem no pior nível dos últimos dois anos. Já os mercados europeus tiveram a menor pontuação em três anos. O temor de uma piora da crise imobiliária nos Estados Unidos é cada vez maior e o mercado só não piorou mais ontem por causa do recuo nas cotações do petróleo.
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou abaixo de 11 mil pontos pela primeira vez desde 2006, com queda de 0,84% para os 10.962 pontos. O índice Standard & Poor´s 500 teve desvalorização de 1,09%, para 1.214 pontos. O mercado foi afetado pelas dúvidas sobre o plano dos Estados Unidos para socorrer as agências de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac. O Nasdaq foi a exceção do dia e subiu 0,13%, para 2.215 pontos.
As ações da Fannie e da Freddie caíram mais de 25% com o medo de que o plano do governo para estabilizar as empresas acabe diluindo o valor dos papéis das companhias. Todo o setor bancário fechou em queda em meio ao temor dos investidores de que a atual crise de crédito provoque mais quebras de bancos. O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse que o sistema bancário está bem capitalizado, ainda que continuem sob "estresse considerável."
Apesar do tombo do setor bancário, as ações do Lehman Brothers saltaram mais de 6% após uma reportagem afirmar que o banco estuda maneiras de fechar o capital. Entre as ações de energia, a Exxon Mobil caiu 3,8%, acompanhando a queda dos preços do petróleo.
O índice Nasdaq subiu com a aposta dos investidores de que a Microsoft vai diminuir, na divulgação de resultados prevista para essa semana, a preocupação do mercado com o crescimento de seu programa Windows.
Na Europa, o FTSEurofirst 300 caiu 1,88%, para 1.112 pontos. O índice, que chegou a perder mais de 3% durante o pregão, fechou no menor nível desde maio de 2005. "Nós estamos de volta ao tom de pânico que enfrentamos em março. A queda está em um nível muito forte", disse Marie-Pierre Peillon, chefe de pesquisa da Groupama Asset Management. "A crise está piorando e se espalhando do segmento de alto risco para o segmento de baixo risco, com os bancos regionais sendo atingidos."
Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 2,42%, a 5.171 pontos. No mercado alemão, o índice DAX recuou 1,91%, para 6.081 pontos. Em Paris, o CAC-40 caiu 1,96%, a 4.061 pontos.
Na Ásia, O índice Nikkei da bolsa de Tóquio, recuou 1,96%, a 12.754 pontos. Grandes bancos japoneses possuem aproximadamente US$ 44,3 bilhões em dívida emitida pela Fannie Mae e pela Freddie Mac. As ações do maior banco japonês, o Mitsubishi UFJ Financial Group, despencaram 5,3%; as do Mizuho Financial Group, o segundo maior, cederam 5%.