quarta-feira, 16 de julho de 2008

Ibovespa fecha em alta de 1,71% com notícias nos EUA

por Claudia Violante da Agência Estado
16.07.2008 17h32

Pela terceira sessão consecutiva a Bovespa terminou em elevação - o que não havia acontecido nenhuma vez neste mês -, empurrada pelos ganhos nas bolsas norte-americanas. Embora a agenda prenunciasse um dia difícil, diante da quantidade de informações relevantes a serem conhecidas, tudo acabou saindo dentro do previsto - apesar da derrapada do índice de inflação no varejo dos Estados Unidos.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, voltou aos 62 mil pontos, ao encerrar em alta de 1,71%, aos 62.056,5 pontos. Na mínima do dia, atingiu 60.863 pontos (-0,25%) e, na máxima, 62.183 pontos (1,91%). No mês, acumula perdas de 4,44% e, no ano, de 2,75%. O volume financeiro totalizou R$ 6,753 bilhões.
Em Nova York, o índice Dow Jones terminou o dia com elevação de 2,52%, o S&P subiu 2,51% e o Nasdaq avançou 3,12%. Foram várias as razões para as bolsas subirem. Embora o índice de preços ao consumidor americano tenha tido em junho a maior alta mensal desde junho de 1982 (subiu 1,1% ante maio e mais do que as previsões de +0,7%), o dado foi relegado a segundo plano. Os investidores preferiram reagir à queda do petróleo, aos balanços favoráveis e à decisão do órgão regulador do mercado de capitais (Securities and Exchange Commission, ou SEC) de restringir vendas a descoberto de ações das financiadoras de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac e de outras 17 instituições. A SEC definiu que agora os investidores terão de alugar os papéis antes de montar posições vendidas (de aposta na baixa).
A Intel divulgou lucro 25% maior no segundo trimestre e receita recorde. O resultado superou as estimativas de analistas. Já o banco Wells Fargo registrou lucro 23% menor no período, mas o resultado superou o previsto pelos analistas. Nem mesmo a ata da mais recente reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) decepcionou, já que o documento indicou que o BC americano não vai alterar sua política monetária no curto prazo. É preciso ressaltar, no entanto, que a ata também sugeriu que os membros do Fed estão cada vez mais preocupados com relação à inflação do que com o crescimento econômico, embora ainda vejam "riscos significativos no lado do declínio" para o crescimento.
O petróleo também deu sua parcela de contribuição às bolsas, ao recuar. Em Nova York, o preço do barril caiu 2,98%, para US$ 134,60, ajudado pelo surpreendente aumento dos estoques nos Estados Unidos. Houve elevação de 3 milhões de barris, ante previsão de queda de 1,3 milhão.
No Brasil, a queda do petróleo continuou prejudicando as ações da Petrobras, uma das principais do Ibovespa. Petrobras ON caiu 1,56% e Petrobras PN, 1,92%. Vale, outra importante ação do Ibovespa, também terminou em queda, mas a justificativa, neste caso, foi a subscrição de papéis na oferta de ações, cujo preço fecha hoje. Vale ON caiu 1,42% e Vale PNA, 2%.
A alta do Ibovespa, assim, foi puxada pelas empresas aéreas - por causa da queda do petróleo - e bancos - em função da melhora destes papéis nos EUA. Setor siderúrgico também avançou, mas sem muito vigor. Gol PN liderou os ganhos do índice (que conta com mais de 60 papéis), ao disparar 10,04%.

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