terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bolsa de Nova York devolve parte do ganho de ontem

por Agência Estado
14 de Outubro de 2008 18:13

O mercado norte-americano de ações fechou em queda, um dia depois de o índice Dow Jones registrar sua maior alta em pontos de todos os tempos. O dia foi marcado pelo anúncio de que o governo dos EUA vai usar na compra de participação em bancos mais de um terço dos US$ 700 bilhões autorizados pelo Congresso para socorrer o setor financeiro. As ações do setor financeiro voltaram a subir, mas as dos setores de tecnologia e energia e as de empresas ligadas a commodities (matérias-primas) caíram, devolvendo os ganhos de ontem.
Segundo Frank Beck, gerente-chefe para investimentos do Capital Financial Group, os investidores dedicaram o dia a digerir o plano anunciado pelo Departamento do Tesouro. "O programa levará algum tempo para ser implementado e obviamente nesse mercado os investidores têm pavio curto; os preços têm subido e caído em porcentagens ridiculamente altas; outro resultado disso é o enorme volume de dólares sendo criados pelo nosso governo e por outros governos, e isso terá um efeito inflacionário".
Entre as ações do setor financeiro, os destaques positivos foram Citigroup (+18,22%), Bank of America (+16,41%), National City Corp. (+34,78%), Morgan Stanley (+21,22%), Wells Fargo (+10,26%) e Wachovia (+7,86%). As do JPMorgan Chase caíram 3,05%, devido ao nervosismo quanto a seu informe de resultados do terceiro trimestre, a ser divulgado amanhã. No setor de tecnologia, as ações da Microsoft caíram 5,49%, depois de analistas do Credit Suisse reduzirem sua expectativa de lucro. As da Intel, que divulgaria resultados do terceiro trimestre depois do fechamento, recuaram 6,24%. Outros destaques negativos do setor foram Dell (-7,43%) e Oracle (-6,20%). As da Apple, que lançou hoje novos modelos de notebooks, recuaram 5,60%.
Em reação a informes de resultados, as ações da Johnson & Johnson subiram 2,11% e as da PepsiCo caíram 11,93%; as ações da Coca-Cola, que divulga resultados amanhã, recuaram 7,47%.
O índice Dow Jones fechou em queda de 76,62 pontos, ou 0,82%, em 9.310,99 pontos. A mínima foi em 9.085,43 pontos e a máxima em 9.794,37 pontos. O Nasdaq fechou em queda de 65,24 pontos, ou 3,54%, em 1.779,01 pontos. Com mínima em 1.752,89 pontos e máxima em 1.896,95 pontos. O S&P-500 recuou 5,34 pontos, ou 0,53%, para fechar em 998,01 pontos. O NYSE Composite caiu 20,43 pontos, ou 0,32%, para 6.380,53 pontos. As informações são da Dow Jones.

Bovespa descola dos EUA e fecha em alta de 1,81%

por Agência Estado
14 de Outubro de 2008 17:51

A decisão do governo norte-americano de "pegar o touro pelos chifres", nas palavras de um analista de um banco estrangeiro, e injetar US$ 250 bilhões para capitalizar os bancos nos Estados Unidos não foi suficiente para garantir um segundo dia de ganhos nas Bolsas em Nova York, o que acabou contaminando momentaneamente o desempenho da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Diferente dos pregões em Wall Street, no entanto, a Bolsa brasileira conseguiu recuperar os ganhos no final da sessão e encerrar em alta, embora longe da máxima do dia.
O índice Bovespa fechou em alta de 1,81% a 41.569,03 pontos, após oscilar dos 43.753 pontos (+7,16%) aos 40.218 pontos (-1,50%). O volume de negócios somou R$ 6,21 bilhões e as ações mais negociadas foram Petrobras PN (R$ 1,29 bilhão) e Vale PNA (R$ 869 milhões).
Após vários governos europeus tomarem medidas para injetar capital nas instituições financeiras, por meio da compra de ações, hoje foi a vez de autoridades dos EUA anunciarem que vão utilizar até US$ 250 bilhões do pacote de US$ 700 bilhões aprovado recentemente pelo Congresso para adquirir participação em instituições financeiras, numa tentativa de dar novo fôlego ao setor bancário e combater a crise de restrição ao crédito. Os bancos têm até 14 de novembro para decidir se participarão do programa de compra do Tesouro americano.
Em Wall Street, apesar da recepção positiva às notícias, os índices oscilaram, encerrando no vermelho. O Dow Jones caiu 0,82%, o S&P-500 cedeu 0,53% e o Nasdaq Composite perdeu 3,54%. As preocupações sobre até que ponto as iniciativas dos governos nessa altura do campeonato serão eficazes para reverter as expectativas e fazer com que a economia escape da recessão serviram como argumento para a falta de uma tendência positiva em Nova York. Há também um componente de cautela dos investidores diante da safra de balanços financeiros.
A ampliação das perdas em Nova York no meio da tarde levou a Bovespa ao terreno negativo, passando a oscilar sem uma direção definida. "É natural alguma correção hoje no mercado brasileiro, tendo em vista a alta de ontem (14,66%)", disse um operador, avaliando que era tranqüilo o quadro nas operações domésticas. Sobre a piora em Wall Street, o profissional lembrou que, diante de qualquer movimento mais forte ou susto, os players não têm esperado para ver e vendem ações, o que explicaria a ampliação da queda.
No encerramento dos negócios em São Paulo, as altas no Ibovespa foram lideradas por Aracruz PNB (+15,34%), VCP PN (+13,99%) e Sadia PN (+13,62%). No outro extremo: BM&FBovespa ON caiu 5,20%, CSN ON perdeu 4,69% e Duratex PN caiu 3,79%.
No caso das blue chips, Petrobras PN subiu 1,49% e Petrobras ON teve valorização de 1,16%. Segundo informações da página da Agência Nacional de Petróleo (ANP) na internet, a companhia encontrou indícios de petróleo em três poços. As notificações fazem parte dos registros de praxe das empresas nesses casos e foram arquivadas no site da ANP com data de 13 de outubro. Nem a queda dos preços do petróleo impediu a continuidade da correção dos papéis da estatal. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato com vencimento em novembro da commodity caiu 3,15%, para US$ 78,63.
Vale PNA subiu 0,87%, mas Vale ON desvalorizou-se 1,59%.
O setor bancário manteve os ganhos fortes: Bradesco PN subiu 5,15%, Itaú PN aumentou 3,79%, Banco do Brasil ON avançou 6,45% e Unibanco units apreciou-se 1,82%.
As ações de empresas do setor elétrico também registraram ganhos expressivos: Eletrobras PNB ganhou 4,11%, Eletrobras ON aumentou 3,46%, Celesc PNB +4,11%, Cemig PN +4,61%, Light ON +7,18%, Eletropaulo PNB +6,69%e Cesp PNB +0,62%.

Projeções para o dollar americano nesta terceira semana de outubro


Análise: Após 6 semanas seguidas em queda, o Real reagiu fortemente no início da semana, valorizando-se perante o dólar americano e poderá variar na semana provavelmente entre o suporte nos U$ 0,422 e a resistência nos U$ 0,506, com resistência intermediária nos U$ 0,46. Ou seja, fazendo a conversão correspondente, 1 US dollar poderá variar de R$ 1,98 até R$ 2,37, apresentando resistência intermediária em R$ 2,17. Toda vez que o dollar americano tem se aproximado dos R$ 2,50, observa-se uma forte intervenção do BC no mercado à vista, despejando dólares para mantê-lo abaixo desse patamar. Por enquanto, tal política tem conseguido esse intento. Fechou nesta terça cotado em 0,48 ou seja 1 U$ = R$ 2,08.

Os principais indicadores do gráfico semanal, como o IFR, o estocástico e o oscilador de momentos estão sinalizando para a continuidade da alta do real.
Por enquanto, a maior probabilidade parece ser a do dólar se manter acima dos R$ 2,00 e abaixo dos R$ 2,50 (pelo menos, enquanto a crise no setor financeiro perdurar).