terça-feira, 1 de setembro de 2009

Bolsa de Nova York começa setembro em forte baixa

por Agência ESTADO
01 de Setembro de 2009 18:53

Os principais índices de ações do mercado de ações norte-americano fecharam em baixa acentuada no primeiro dia de setembro, considerado um mês difícil para as bolsas. As ações do setor financeiro lideraram as perdas, em meio à percepção de que o mercado subiu demais, rápido demais, sem qualquer suporte de fundamentos.

Depois de uma breve alta na sequência de um relatório do Instituto para Gestão de Oferta (ISM), que apontou uma melhora acima do esperado na atividade do setor industrial dos EUA em agosto, para 52,9 - melhor nível desde junho de 2007 -, as ações ficaram sob forte pressão de baixa durante o resto da sessão. Os bancos foram os que mais caíram, uma vez que lideraram os ganhos durante grande parte do mês de agosto, especialmente na semana passada.

As preocupações relacionadas ao calendário, considerando que setembro tem sido historicamente um dos meses mais fracos para o mercado de ações, assim como temores sobre quais os bancos que orientaram os recentes ganhos, alimentaram a liquidação. Notavelmente, algumas das instituições financeiras mais debilitadas haviam liderado os recentes ganhos, incluindo o Citigroup e o American International Group (AIG), o que levou alguns participantes a avaliar que o movimento de alta foi dominado por traders e, provavelmente, era insustentável.

"O movimento para alguns daqueles bancos foi um pouco ridículo e embaraçoso porque foi justamente pura especulação", disse Hank Smith, executivo-chefe da Haverford Investments. Ele disse que o declínio de hoje reforçou a visão de que o setor bancário permanece sendo um risco para o comprador. "Você ainda tem um setor que vai sofrer o impacto da desalavancagem", disse Smith.

Entre as componentes do índice Dow Jones, as ações do Bank of America caíram 6,42%, depois de acumularem um ganho de 56% de junho a agosto; as ações do American Express recuaram 5,44%, depois de acumularem uma alta de 36% ao longo dos últimos três meses; e as ações do JPMorgan fecharam em baixa 4,12%, depois de subirem 17% neste verão (no Hemisfério Norte).

As ações do Citigroup caíram 9,20%, depois de acumular um ganho de 34% no verão. As transações com ações do Citi representaram quase 20% do volume total negociado na New York Stock Exchange (Nyse). As ações do banco regional Fifth Third Bancorp recuaram 6,22%, depois de subirem 59% neste verão. As ações da AIG despencaram 20,58% depois de dobrarem de valor nas duas últimas semanas de agosto.

O índice Dow Jones caiu 185,68 pontos (-1,96%) e fechou com 9.310,60 pontos - marcando as maiores quedas em pontos e porcentual desde 17 de agosto. O S&P-500 caiu 22,58 pontos (-2,21%) e fechou com 998,04 pontos, abaixo do importante nível psicológico dos 1 mil pontos. O Nasdaq recuou 40,17 pontos (-2,00%) e fechou com 1.968,89 pontos, abaixo da marca dos 2 mil pontos. As informações são da Dow Jones.

Ibovespa segue exterior e cai 1,19%; Petrobras PN sobe

por Agência ESTADO
01 de Setembro de 2009 17:50

As dúvidas dos investidores acerca das regras da exploração de petróleo da camada pré-sal ainda não foram totalmente dissipadas, mas isso não impediu que eles voltassem às compras de papéis da Petrobras - optaram, no entanto, pelas ações preferenciais (sem direito a voto), as mais líquidas. Isso contribuiu para reduzir a queda do índice Bovespa (Ibovespa), que trabalhou hoje colado ao mercado externo. E o primeiro pregão de setembro foi marcado pela volatilidade nas bolsas, mas o sinal vermelho predominou, puxado pelas ações do setor financeiro.

O Ibovespa terminou a sessão em baixa de 1,19%, aos 55.814,96 pontos - menor nível desde 18 de agosto (55.750,97 pontos). No ano, acumula ganho de 48,64%. O giro financeiro totalizou R$ 5,352 bilhões. Os dados são preliminares.

Setembro não é um mês tradicionalmente bom para os mercados acionários norte-americanos. Foi neste mês que ocorreu o crash de 1929 e a correção de 2000, o ataque terrorista que destruiu o World Trade Center, em Nova York, além da quebra do banco Lehman Brothers, no ano passado, o que aprofundou a crise nos Estados Unidos. Ou seja, o mês já se apresenta com um cartão de visitas nada agradável. Apesar disso, os indicadores que inauguraram setembro vieram bons, mas foram ignorados na sessão de hoje, onde o sinal negativo predominou. O relatório do mercado de trabalho (payroll) nos EUA, na sexta-feira, é uma das justificativas para a cautela dos investidores, puxando uma realização dos lucros recentes.

As ordens de vendas aconteceram principalmente sobre as ações do setor financeiro. "Oficialmente, o que se ouviu para a realização foi que a projeção dos resultados à frente estava muito exagerada, mas, nos bastidores, o boato de que um grande banco europeu estaria em dificuldades reforçou a realização", comentou o gestor gerente da Infinity Asset, George Sanders.

O Dow Jones recuou 1,96%, aos 9.310,60 pontos, o S&P 500 terminou em baixa de 2,21%, aos 998,04 pontos, e o Nasdaq caiu 2%, aos 1.968,89 pontos. Ações do Bank Of America (BofA) caíram 6,42%, JPMorgan, 4,12%, e Amex, 5,44%.

Os indicadores positivos divulgados mais cedo nos EUA corroboram os anteriores, sinalizando melhora da atividade. Mas os especialistas acham que ainda é cedo para tanta euforia e é preciso sinais mais consistentes da retomada, que podem vir, por exemplo, do mercado de trabalho. Na sexta-feira, a expectativa para o payroll de agosto é de um corte de 233 mil vagas de trabalho.

Foram divulgados hoje os gastos com construção (queda de 0,2% em julho ante junho e previsão de +0,2%); o índice de atividade industrial norte-americana do Instituto para Gestão de Oferta (ISM) (subiu para 52,9 em agosto, o maior nível desde junho de 2007 e acima das expectativas, de 50,9); e o índice de vendas pendentes de imóveis residenciais da Associação Nacional dos Corretores de Imóveis dos EUA (+3,2% em julho ante junho, para 97,6, o maior nível desde junho de 2007; analistas esperavam +2,0%).

Pré-sal

No Brasil, as discussões em torno do marco regulatório do pré-sal adentraram a terça-feira, quando o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, deu entrevista para comentar o assunto. Segundo ele, possíveis estimativas sobre qual seria o patamar de preço do barril que será usado no cálculo do volume de capitalização da estatal, que englobará um total de cinco bilhões de barris, é "especulação infundada". Ele negou que o valor do barril já tenha sido definido em US$ 10, conforme noticiado em vários jornais e agências de notícia hoje.

As regras não agradaram os especialistas, sobretudo no que se refere à mudança no regime de concessão para o modelo de partilha de produção e no fato de a Petrobras. deter participação em todos os blocos não licitados, o que poderia reduzir a atratividade do setor para as petrolíferas privadas. Na avaliação de Sanders, da Infinity, as regras são ruins "porque levantam a lebre de que o Brasil é mais um país latino-americano intervencionista", avaliou.

Embora no curto prazo as indefinições concentrem as preocupações, no longo prazo os analistas consideram que as regras são positivas para a estatal. Petrobras ON caiu 0,53% hoje, mas a ação PN subiu 0,70%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para outubro perdeu 2,73%, para US$ 68,05 o barril.

Vale fechou em baixa, na esteira da queda dos metais. Hoje, o UBS elevou o preço-alvo das ações da Vale e a reafirmou como preferida no setor de metais na América Latina. Credit Suisse divulgou ainda relatório elevando a recomendação para os papéis de neutra para outperform. As ações ON perderam 0,33% e as PNA, 0,97%. Os bancos seguiram o sinal do setor no exterior e recuaram: Bradesco PN, 1,14%, Itaú Unibanco PN, 2,85%, e BB ON, 1,57%.

Bovespa recua para abaixo dos 56 mil pontos; dólar sobe e já vale mais de R$ 1,90

por IG Economia
01/09 - 17:19

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a ter mais um pregão de perdas nesta terça-feira (1º), contaminada pela tendência pessimista dos mercados no exterior. O índice Ibovespa - a principal referência da bolsa paulista – fechou o dia com queda de 1,19%, para 55.814 pontos.

A queda não foi mais acentuada porque o papel da Petrobras encerrou com alta de 0,70%, a R$ 31,60, recuperando parte da acentuada perda de ontem. Ainda entre os ativos de maior peso na carteira, Vale PNA caiu 0,97%, a R$ 32,58; Itaú Unibanco PN perdeu 2,84%, para R$ 31,05; BM & FBovespa ON recuou 3,18%, cotada a R$ 11,25; e Bradesco PN teve desvalorização de 1,13%, a R$ 30,40.

No início do dia, a Bovespa ensaiou uma recuperação na esteira das ações da Petrobras, que recuperavam valor após o banco Credit Suisse elevar a recomendação para compra das ações da estatal brasileira.

No entanto, a Bolsa nacional não resistiu ao sinal negativo vindo do mercado americano, onde proliferam as análises de que o preço dos ativos já subiu de demais e reaparecem preocupações com a saúde do setor financeiro. O Dow Jones caiu 1,96%, para 9.310 pontos. O S & P 500 recuou 2,21%, para 998 pontos, e o Nasdaq devolveu 2,0%, a 1.968 pontos.

Nem mesmo o noticiário positivo conseguiu mudar o humor dos investidores. Foi anunciado que a atividade no setor manufatureiro dos Estados Unidos cresceu em agosto pela primeira vez em mais de um ano e meio. Já os gastos com construção no país caíram 0,2% em julho na comparação com junho, para uma taxa anual sazonalmente ajustada de US$ 958,04 bilhões.

Outros fatores


Por aqui, também repercutiu no mercado a criação oficial da Fibria, empresa resultante da fusão entre Aracruz e Votorantim Celulose e Papel (VCP), criada com receita líquida estimada em R$ 6 bilhões por ano, com base nos dados dos 12 meses encerrados em junho.

A BM&F Bovespa informou ainda que o giro financeiro médio diário no segmento Bovespa cresceu 9,2% em agosto sobre julho, para R$ 5,339 bilhões. Na mesma base de comparação, o número de negócios médio diário cresceu 7,9%, para 344.449.

Tanto o giro financeiro quanto o número de negócios apresentaram avanço após dois meses consecutivos de retração.

Dólar avança

O dólar operou em queda durante a manhã desta terça-feira (1º), mas mudou de tendência ao longo do pregão e terminou a primeira sessão do mês acima da barreira de R$ 1,90 pela primeira vez desde julho. A moeda americana fechou o dia com elevação de 0,85% frente ao real, cotada a R$ 1,905. Foi a sétima alta seguida da divisa.

"Essa alta do dólar ocorreu por conta do cenário externo negativo. Não há um motivo concreto. É de fato realização de lucros e ninguém sabe ao certo se aquele momento otimista vai continuar", disse o operador de câmbio da B&T Corretora de Câmbio, Marcos Trabbold.

O Banco Central (BC) manteve as atuações diárias no câmbio e voltou a comprar moeda americana em leilão no mercado à vista. De acordo com comunicado do Departamento de Operações de Reservas Internacionais (Depin), a operação teve início às 15h38 e terminou às 15h48. A taxa aceita ficou em R$ 1,9075.