quinta-feira, 18 de junho de 2009

Dow Jones fecha em alta com ajuda de ações de bancos

por Agência ESTADO
18 de Junho de 2009 19:24

O índice Dow Jones finalmente interrompeu uma série de três fechamentos negativos seguidos, com ajuda da alta das ações do Bank of America e do JPMorgan Chase, enquanto as vendas no setor de tecnologia impediram o Nasdaq de fechar em território positivo.

"Mais do que qualquer coisa, o impacto de um contínuo fluxo de indicadores econômicos melhores não deixará este mercado cair demais", disse James Paulsen, estrategista-chefe de investimento do Wells Capital Management. "Toda vez que os vendedores saem, somos atingidos por notícias melhores novamente. Eu penso que existe a chance de vermos mais melhoras porque parece que viramos a esquina e tem uma política de estímulo adicional à nossa frente".

Alguns participantes disseram que as transações também têm sido influenciadas pelo "quadruple witching", vencimento simultâneo dos futuros de índices de ações, opções de índices de ações, opções de ações e futuros de ações, amanhã.

As ações do Bank of America fecharam em alta de 4,88% e as do JPMorgan Chase avançaram 4,40% e lideraram os ganhos no índice Dow Jones. As ações dos bancos mostraram sinal de vida depois da recente pesada venda que culminou na quarta-feira com o rebaixamento dos ratings de 22 instituições americanas pela Standard & Poor's, que citou preocupações com relação a um enfraquecimento adicional do setor.

Na outra ponta, as ações da Caterpillar lideraram as perdas no Dow Jones, com uma queda de 2,07%. A fabricante de equipamentos pesados informou que as vendas no varejo de máquinas na América do Norte caíram 57% no trimestre encerrado em 31 de maio, em comparação com igual período de 2008.

O índice Dow Jones subiu 58,42 pontos (0,69%) e fechou com 8.555,60 pontos. O Nasdaq caiu 0,34 ponto (-0,02%) e fechou com 1.807,72 pontos. O S&P-500 subiu 7,66 pontos (0,84%) e fechou com 918,37 pontos. As informações são da Dow Jones.

Movimento técnico leva Ibovespa abaixo de 51 mil pontos

por Agência ESTADO
18 de Junho de 2009 17:55

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tinha todos os argumentos para se manter em alta durante toda a sessão de hoje: preços de matérias-primas (commodities) subiram, os indicadores nos EUA favoreciam, as Bolsas norte-americanas avançaram e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reforçou a análise de que haverá pelo menos mais um corte dos juros básicos - embora em menor intensidade do que o de um ponto decidido na reunião deste mês. Mas a despeito disso tudo, o principal índice à vista (Ibovespa) oscilou muito e o sinal negativo predominou, em razão de movimentos técnicos.

Assim, a sessão terminou com o Ibovespa em baixa de 0,28%, pela primeira vez abaixo de 51 mil pontos no mês, aos 50.903,02 pontos. Esta é a menor pontuação desde os 50.816,24 pontos de 25 de maio. Na mínima do dia, o Ibovespa recuou para os 50.510 pontos (-1,05%) e, na máxima, os 51.275 pontos (+0,45%). Com o desempenho desta quinta-feira, no mês a Bolsa tem perda acumulada de 4,31%. No ano, o ganho acumulado é de 35,56%. O giro financeiro no pregão regular totalizou R$ 3,448 bilhões. Os dados são preliminares.

O evento desta quinta-feira foi a divulgação da ata do Copom. O documento, que explicitou o que foi considerado pelos diretores do BC na reunião da semana passada (quando decidiram reduzir a taxa Selic para 9,25% ao ano), sinalizou que o processo de desaperto monetário não terminou no encontro deste mês. Na ocasião, o BC surpreendeu o mercado ao cortar mais do que o previsto (um ponto porcentual). E tudo indica que esta redução não foi a última. O problema é que os analistas ainda não obtiveram um consenso sobre o que virá pela frente: alguns falam em 0,25 ponto porcentual na reunião de julho, outros, em 0,50 ponto porcentual. Mas o que vai ser, só o tempo, ou melhor, o Copom, dirá. A próxima reunião do Copom será em 21 e 22 de julho.

Fato é que qualquer que seja o tamanho do corte dos juros, a Bovespa é beneficiada, já que a atratividade da renda fixa diminui com taxas de juros menores. Apesar disso, hoje um movimento técnico conduziu a Bovespa. Segundo Fausto Gouveia, da Legan Asset, hoje pode ter sido um dia de "ressaca" dos vencimentos. "Muitos investidores que não foram exercidos ficaram com o papel e, como avaliam que o momento não é ficar comprado, saem da posição à espera de algum indício sobre a trajetória". Esse movimento, segundo ele, pode ser verificado nas blue chips: Vale e Petrobras caíram, apesar de as commodities metálicas e o petróleo terem fechado em alta no exterior. Estes dois papéis, vale lembrar, são os principais dos vencimentos - e têm grande peso no Índice Bovespa.

O movimento técnico na Bovespa, no entanto, encontrou resistência nas Bolsas norte-americanas, que trabalharam majoritariamente em alta em reação aos bons indicadores conhecidos hoje. O Dow Jones terminou com elevação de 0,69%, aos 8.555,60 pontos, o S&P avançou 0,84%, aos 918,37 pontos, e o Nasdaq terminou com variação negativa de 0,02%, aos 1.807,72 pontos. O setor financeiro foi destaque de elevação, sobretudo depois das declarações do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, no Congresso dos EUA, onde falou sobre as propostas do governo para modernizar o sistema de regulamentação do setor financeiro. Segundo ele, embora o plano de reforma regulatória financeira do governo Obama não responda a todos os problemas, vai ajudar a evitar crises futuras ao tornar o sistema financeiro menos vulnerável.

Estas palavras adoçaram os investidores, que também já se regozijaram dos indicadores, sobretudo os pedidos de auxílio-desemprego. O número de trabalhadores norte-americanos que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego até veio acima das estimativas dos analistas - subiu 3 mil ante previsão de 2 mil na semana até 13 de junho. Mas, por outro lado, o número total de norte-americanos que recebiam auxílio-desemprego caiu na semana até 6 de junho - 148 mil, maior declínio desde 24 de novembro de 2001 -, após subir por 21 semanas consecutivas.

Os outros dados divulgados hoje foram o índice de atividade industrial regional do Federal Reserve da Filadélfia (subiu para -2,2 em junho, de -22,6 em maio, superando as expectativas de economistas de um dado de -18,0) e o índice de indicadores antecedentes do Conference Board (+1,2% em maio, superando as expectativas que previam um aumento de 1%. O dado de abril também foi revisado, para avanço de 1,1%, ante previsão original de alta de 1,0%).

Na Bovespa, Vale ON terminou em baixa de 0,60% e Vale PNA recuou 1%. Petrobras ON cedeu 0,81% e Petrobras PN caiu 0,90%. Hoje, a Moody's Investors Service rebaixou o rating global em moeda local da estatal de A2 para A3. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo para julho subiu 0,48%, para US$ 71,37 o barril.