sexta-feira, 7 de maio de 2010

Bolsa fecha em baixa de 0,86% e recua 6,9% na semana

Crise grega e um possível contágio nas demais economias preocupam investidores

por Claudia Violante de Agência ESTADO

07/05/2010 17:47

São Paulo - A Bolsa de Valores de São Paulo terminou hoje seu quarto pregão em baixa da semana, com breve intervalo apenas na última quarta-feira, quando teve leve alta de 0,07%. As contínuas preocupações com a situação fiscal na Europa ganhou hoje o adicional do resultado da eleição no Reino Unido, que não formou maioria pela primeira vez em mais de 30 anos. As perdas nas Bolsas norte-americanas e brasileira foram inferiores às registradas na Europa, que ontem havia fechado antes do tombo em Wall Street e hoje tiraram o atraso. O volume de negócios na Bovespa segue elevado, com os estrangeiros saindo de ativos mais arriscados.

O índice Bovespa fechou em baixa de 0,86%, aos 62.870,88 pontos, para o menor nível desde os 62.762,70 pontos de 5 de fevereiro passado. O pregão, no entanto, foi muito volátil e, inclusive, o Ibovespa chegou a subir, acompanhando a alta de Wall Street. Na mínima do dia, o índice recuou 2,76%, aos 61.663 pontos e, na máxima, avançou 0,84%, aos 63.945 pontos. O resultado do mês se confunde com o da semana e registra uma queda de 6,90%. No ano, a Bovespa recua 8,34%. O giro financeiro totalizou R$ 7,726 bilhões. Os dados são preliminares.

Além das incertezas sobre a situação grega e o temor de contágio nas demais economias da zona do euro, hoje os investidores tiveram que digerir o resultado das eleições do Reino Unido. Pela primeira vez desde 1974 o parlamento não tem maioria absoluta. O Partido Conservador conseguiu 306 assentos, o Partido Trabalhista, do primeiro-ministro Gordon Brown, ficou com 258 posições e o Partido Liberal Democrata, liderado por Nick Clegg, obteve 57 assentos. Agora, está aberta a porta para coalizões. Esta indefinição no Congresso fez a libra cair hoje e, no mercado, os investidores ainda estão preocupados com o elevado déficit fiscal do país, de 11,5% do PIB, que ameaça inclusive o rating AAA, como já alertaram as agências de rating.

As bolsas europeias, que ontem estavam fechadas quando houve o mergulho nos índices norte-americanos, hoje juntaram tudo e fecharam com perdas fortes, mesmo com os bons dados da produção industrial na Alemanha e do Produto Interno Bruto (PIB) da Espanha. Nos EUA, os números do relatório de nível de emprego superaram as previsões (criação de 290 mil vagas em abril, ante alta de 180 mil prevista pelos analistas).

O Dow Jones terminou o dia em baixa de 1,33%, aos 10.380,43 pontos. O S&P 500 perdeu 1,53%, aos 1.110,88 pontos, enquanto o Nasdaq recuou 2,33%, aos 2.265,64 pontos.

No Brasil, Vale segue como a mais negociada do pregão, hoje com giro individual de R$ 1,080 bilhão na ação PNA. O papel perdeu 0,05%, enquanto Vale ON recuou 0,34%. Os metais básicos caíram na sua maioria. Petrobras ON perdeu 1,03% e PN, 0,20%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato do petróleo com vencimento em junho terminou em baixa de 2,59%, a US$ 75,11 o barril.