quarta-feira, 27 de maio de 2009

Venda de títulos pesa e Bolsas de NY fecham em baixa

por Agência ESTADO
27 de Maio de 2009 19:14


A forte queda nos preços dos títulos do Tesouro dos EUA alimentou as preocupações em torno da economia do país e pressionou os índices de ações dos Estados Unidos, que devolveram quase todo o ganho de ontem. O índice Dow Jones fechou a 8.300,02 pontos, com queda de 173,47 pontos (-2,05%). O Nasdaq cedeu 19,35 pontos (-1,11%), para 1.731,08 pontos. O S&P 500 perdeu 17,27 pontos (-1,90%), para 893,06 pontos, rompendo o importante suporte psicológico de 900 pontos. O índice caiu em cinco das últimas seis sessões.
Papéis do setor industrial, como 3M (-3,23%) e DuPont (-2,65%) tiveram queda particularmente forte. No setor financeiro, as ações também cederam. JPMorgan recuou 5,15% e American Express cedeu 4,35%. As ações do Bank of America recuaram 0,64%. O banco já levantou mais de três quartos dos US$ 33,9 bilhões apontados como necessários no teste de estresse da instituição.
As vendas de Treasuries e ações se intensificaram depois de uma venda bem-sucedida de T-Note de cinco anos. "Há essa pilha enorme de dinheiro nos Treasuries por causa da fuga por segurança. Quando isso acabar, muito desse dinheiro irá para outros lugares", afirmou Thompson Phillips Jr., presidente da T.S. Phillips Investments. "Contanto que o dólar não entre em queda livre, as ações podem ficar bem."
Pelo menos nesta quarta-feira, o fluxo de investidores que saiu de Treasuries não voltou para as ações. O enfraquecimento do dólar na última semana e algum nervosismo antes dos dados que serão divulgados na quinta e sexta-feira foram responsabilizados por isso.
As ações da GM, que cederam 20,14%, também contribuíram para pressionar o mercado. A montadora informou que não conseguiu atrair os 90% de interessados desejados para prosseguir com uma proposta de troca de mais de US$ 27 bilhões em dívida por ações na empresa reestruturada, o que eleva as chances de pedir concordata.
No segmento tecnologia, SanDisk subiu 14% no Nasdaq. O produtor de cartões de memória conseguiu a extensão de seu acordo de patente com a Samsung. As informações são da Dow Jones.

Bolsa arrisca 53 mil pontos, mas NY pesa e cai 0,09%

por Agência ESTADO
27 de Maio de 2009 17:53

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) se comportou hoje como maratonista que perde o pódio a poucos metros da chegada: depois de operar em alta quase 90% do pregão, virou na hora final acompanhando a piora em Nova York e fechou com ligeira baixa. Com isso, foram frustradas as apostas de que finalmente hoje a barreira dos 52 mil pontos do índice Bovespa (Ibovespa) seria rompida no fechamento. Durante a sessão, o Ibovespa até foi além, ao superar os 53 mil pontos, empurrado pelos investidores estrangeiros. Mas não teve fôlego de um atleta fundista.
O Ibovespa terminou a sessão em baixa de 0,09%, aos 51.791,61 pontos. Na mínima do dia, registrou os 51.637 pontos (-0,39%) e, na máxima, os 53.092 pontos (+2,41%). No mês, o Ibovespa acumula ganho de 9,52% e, no ano, de 37,93%. O giro financeiro totalizou R$ 5,304 bilhões hoje (dado preliminar).
Apesar da inversão na hora final, especialistas continuam a apostar que a trajetória é de alta para a Bolsa, ainda mais depois que os indicadores dos EUA vieram melhores, ontem e hoje. "A Bovespa está com uma tendência bem clara de alta. Se fundamentada ou não, não importa, porque o fluxo é que tem conduzido os negócios", comentou o gerente de contas da Hera Investment, Fernando Campello. Segundo ele, a Bovespa tem se pautado pelo curto prazo, conquistando dia a dia um novo patamar, à medida que são divulgados índices que sinalizam uma melhora das condições econômicas.
O dado conhecido hoje nos EUA corroborou o sentimento do consumidor da véspera, de que o pior realmente parece já ter ficado para trás. Foi divulgado hoje o dado de vendas de imóveis residenciais usados, que mostrou avanço de 2,9% em abril ante março, para a média de 4,68 milhões de unidades, ligeiramente melhor que as 4,67 milhões de unidades estimadas pelos economistas.
Apesar do número melhor, o que pesou em Wall Street hoje foi o noticiário envolvendo a General Motors e também os temores com os potenciais efeitos do aumento da oferta de bônus da dívida norte-americana. O Dow Jones caiu 2,05%, para 8.300,02 pontos. O S&P 500 recuou 1,90%, para 893,06 pontos, e o Nasdaq perdeu 1,11%, para 1.731,08 pontos.
As ações da GM tiveram baixa de 20,14%, após a montadora anunciar que não seguirá adiante com a troca de dívida de US$ 27,2 bilhões porque o interesse dos detentores de bônus ficou bem abaixo dos 90% desejados pela montadora. O fracasso da proposta aumenta a chance de a empresa pedir concordata.
No Brasil, os destaques de elevação foram ações dos setores siderúrgico e de papel e celulose. E dentre as siderúrgicas, Gerdau foi a estrela, depois do relatório do banco JPMorgan que elevou de "neutro" para "acima da média" a recomendação para as ações da empresa e ampliou em 60% o preço-alvo para os papéis em dezembro, de R$ 15,00 para R$ 24,00. Gerdau PN avançou 3,64%, na maior alta do Ibovespa. Metalúrgica Gerdau PN teve ganho de 2,56%. CSN ON teve variação positiva de 0,60% e Usiminas PNA, de 0,20%.
Vale acabou fechando em queda, seguindo o preço dos metais básicos no exterior. Além disso, os analistas explicaram que o fluxo de estrangeiros na Bovespa acabou por escolher outros ativos mais defasados, como o segmento de papel e celulose, e muitos acabaram se desfazendo dos papéis da mineradora para promover uma alteração nas carteiras. Vale ON terminou em baixa de 2,65% e Vale PNA, de -2,24%.
Outra explicação para essa troca de papéis foi o rebaixamento, pelo Goldman Sachs, da recomendação para a mineradora para "neutro". A instituição ainda a retirou da lista "Latin America Focus Ideas", uma vez que o cenário positivo já está precificado nos papéis da companhia brasileira. Ontem, a Fitch havia elevado elevou os ratings de crédito da mineradora.
No setor de construção civil, Rossi Residencial ON fechou em alta de 1,75%, Cyrela, em 1,35%, mas Gafisa ON caiu 1,86%. Hoje, o Banco Central informou que as operações de crédito do segmento imobiliário apresentaram expansão de 2,6% em abril na comparação com março. Com o aumento, a carteira dessas operações atingiu R$ 65,804 bilhões. Em 12 meses, o volume de financiamentos para a compra de imóveis saltou 40,4%.
No setor de papel e celulose, a notícia divulgada ontem à noite de que os estoques mundiais de celulose caíram para 35 dias de abastecimento em abril, em comparação com 43 dias em março, também justificou as compras. Aracruz PNB, +0,30%, VCP PN, +1,71%, e Klabin PN - na segunda maior alta do Ibovespa - avançou 3,13%.
Petrobras conseguiu sustentar os ganhos na ação ON (+0,33%), mas fechou estável na preferencial (PN). No exterior, o barril para julho negociado na Bolsa Mercantil de Nova York terminou em US$ 63,45, alta de 1,60%. Puxou a elevação a declaração do ministro de Petróleo da Arábia Saudita, Ali Naimi, de que o país notou sinais de aumento na demanda pela commodity. Essa visão foi reforçada pelo secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Abdalla Salem El-Badri, que disse que a demanda por petróleo deve retomar o fôlego até o final deste ano e que os sinais de recuperação econômica são evidentes.

Petróleo sobe 1,6% e fecha a US$ 63,45 o barril em NY

por Agência ESTADO
27 de Maio de 2009 17:04

Nova York - Os preços dos contratos futuros de petróleo fecharam hoje no maior nível desde novembro de 2008 após comentários de membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre recuperação da demanda. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), o contrato com vencimento em julho fechou com alta de US$ 1,00 (1,60%), a US$ 63,45 por barril. No sistema eletrônico ICE, o contrato de julho subiu US$ 1,26 (2,10%), para fechar em US$ 62,50 por barril.
O mercado de petróleo teve um raro descolamento dos índices de ações nesta quarta-feira após o ministro de petróleo da Arábia Saudita, Ali Naimi, dizer que clientes estão encomendando volumes maiores da commodity e que vê uma "recuperação no horizonte". Enquanto isso, as ações foram pressionadas pela preocupação com os potenciais efeitos do aumento da oferta de bônus da dívida norte-americana e pelo anúncio da General Motors de que não seguirá adiante com a troca de dívida de US$ 27,2 bilhões porque o interesse dos detentores de bônus ficou bem abaixo da meta de 90%.
Outros membros da Opep foram mais cautelosos que a Arábia Saudita em suas declarações. O secretário-geral do cartel, general Abdalla Salem El-Badri, disse que a oferta ainda é robusta e a demanda, fraca. Apesar disso, ele previu que o barril pode chegar a U$ 70 até o final do ano com a esperada recuperação da economia.
A Opep tem reunião marcada para amanhã em Viena e não deve alterar suas cotas de produção após os cortes recentes que somaram 4,2 milhões de barris por dia. O comprometimento com essa redução chega a apenas 80%, mas a alta dos preços pode fazer com que os exportadores aumentem suas cotas de produção.
Nos Estados Unidos, os estoques de petróleo apenas começaram a cair, após atingirem os maiores níveis em 18 meses em abril. Os norte-americanos costumam consumir mais gasolina durante o verão, o que pode reduzir o volume armazenado mesmo que a Opep aumente a produção. Amanhã saem novos dados sobre os estoques dos EUA e analistas esperam queda de 500 mil barris de petróleo, 1,7 milhão de barris de gasolina e aumento de 1,1 milhão de barris de destilados, que incluem diesel e gás para calefação. As informações são da Dow Jones.