quinta-feira, 2 de abril de 2009

Bolsas de NY sobem e Nasdaq acumula ganho no ano

por Agência ESTADO
02 de Abril de 2009 19:05

O mercado de ações norte-americano fechou em alta, impulsionado pelo anúncio de flexibilização da regra de marcação a mercado e otimismo desencadeado pelo resultado da reunião do G-20 em Londres. Os ganhos de hoje levaram o índice Nasdaq a voltar a ficar positivo no ano - com o aumento nas encomendas à indústria beneficiando papéis como as da Research in Motion, fabricante do BlackBerry, e a Caterpillar - e o Dow Jones segue firme no rumo para o melhor período de quatro semanas de alta desde 1933.
O índice Dow Jones subiu 216,48 pontos, ou 2,79%, e fechou em 7.978,08 pontos - seu melhor fechamento desde 9 de fevereiro. O S&P-500 avançou 23,30 pontos, ou 2,87%, e fechou em 834,38 pontos - melhor nível desde 12 de fevereiro. O Nasdaq subiu 51,03 pontos, ou 3,29%, e fechou em 1.602,63 pontos, passando a acumular um ganho de 1,62% no ano. O NYSE Composite subiu 181,34 pontos, ou 3,57%, e fechou em 5.267,10 pontos.
As bolsas dispararam, de Tóquio a São Paulo, com o aumento do apetite por risco dos investidores e com as mesas de operações recebendo ordens de compras mais uma vez. As ações que lideraram os ganhos, como as de pequena capitalização, de empresas de transporte, indústria e fabricantes de chips, são conhecidas por apresentarem vigor no final dos períodos de recessão e início de ciclos de recuperação econômica.
"O que temos visto ao longo das últimas três semanas é uma giro para o Nasdaq (...), mesmo para mercados emergentes - áreas que se beneficiam da inflação e do crescimento direto", disse Jeffrey Pavlik, gerente do fundo hedge Pavlik Capital Management. "Eu pessoalmente acho que é prematuro", disse, acrescentando que o relatório de emprego de março do Departamento do Trabalho dos EUA, que será divulgado amanhã, proporcionará um pouco mais de luz sobre o cenário econômico.
Entre os destaques individuais, as ações da Research in Motion (RIM) subiram 7,61%, antes de a companhia divulgar seu balanço trimestral após o fechamento do mercado - que trouxe números melhores que o esperado. As ações da Caterpillar avançaram 8,80%, uma vez que a fabricante de equipamentos pesados para construção deve se beneficiar dos gastos de estímulo anunciados pelos governos ao redor do mundo. As ações da Alcoa subiram 7,63%.
As ações da General Electric avançaram 5,60% e as da Intel fecharam em alta de 4,46%, impulsionadas pelo anúncio de que vão formar uma aliança para comercializar e desenvolver produtos de cuidados à saúde domésticos, como parte de uma investida para trazer maior uso da tecnologia para este setor. A Intel e a GE planejam investir US$ 250 milhões ao longo dos próximos cinco anos nesse segmento. As informações são da Dow Jones.

Bolsa avança 4,19% e fecha no maior nível em 6 meses

por Claudia Violante de Agência ESTADO
02 de Abril de 2009 17:38

São Paulo - O fundo do poço parece estar agora apenas no retrovisor. Pelo menos foi essa a justificativa para embalar o comportamento dos investidores nesta quinta-feira de euforia. O anúncio de que serão liberados US$ 1,1 trilhão para o Fundo Monetário Internacional (FMI) e outros órgãos multilaterais, os dados melhores do que os previstos divulgados ontem nos Estados Unidos e a aprovação de mudanças nas regras para marcação a mercado de ativos nos EUA resultaram numa forte procura por ações, o que gerou disparada nos índices acionários ao redor do globo.
Impulsionada por forte ingresso de recursos estrangeiros, a Bovespa avançou 4,19%, para 43.736,45 pontos, o maior patamar desde os 44.517,32 pontos de 3 de outubro de 2008 (há exatos seis meses). Na mínima do dia, tocou os 41.977 pontos (estabilidade) e, na máxima, os 44.286 (+5,50%). Com o desempenho de hoje, em apenas dois pregões de abril a Bolsa já subiu 6,87%.
A volta dos estrangeiros hoje ficou mais nítida no giro da Bolsa. O total negociado somou R$ 5,890 bilhões, bem acima da média de 2009, de R$ 3,915 bilhões, de acordo com o site da BM&FBovespa.
A quinta-feira já amanheceu com a notícia de que o Grupo dos 20 irrigaria a economia com mais US$ 1 trilhão, mas esse número cresceu e muito ao longo do dia. O FMI terá seus atuais recursos triplicados para US$ 750 bilhões. O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, informou que a cifra total da ajuda é de US$ 5 trilhões, até 2010. Do total, US$ 250 bilhões serão fundos para financiar o comércio nos próximos dois anos.
Somou-se a essas notícias a decisão do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês) de flexibilizar as regras de marcação a mercado de ativos nos EUA, o que permitirá que os grupos definam o valor justo de seus ativos. Nos EUA, as bolsas subiram mais de 2%. O índice Dow Jones avançou 2,79%, segundo dados preliminares.
A euforia global impulsionou também os preços das commodities (matérias-primas), que fecharam com altas consideráveis e também acabaram por reforçar os ganhos da Bovespa. Vale ON terminou a sessão de hoje com variação de 6,57% nas ações ON e 6,10% nas PNA. Petrobras ON subiu 4,92% e PN, 3,74%. Na Bolsa Mercantil de Nova York, o contrato do petróleo para maio avançou 8,78% e fechou cotado a US$ 52,64 o barril.
Segundo especialistas, apesar do clima melhor do mercado hoje, amanhã isso "já será passado" e tudo pode acontecer.