sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Bolsa de NY fecha em baixa com dado sobre consumidor

por Agência ESTADO
14 de Agosto de 2009 19:01

Os três principais índices de ações do mercado norte-americano fecharam em baixa, mas acima das mínimas registradas durante o pregão, com a inesperada deterioração do sentimento do consumidor nos EUA gerando preocupações sobre o vigor de qualquer recuperação econômica. Operadores observaram, no entanto, que o volume de negócios hoje foi fraco, como é típico para uma sexta-feira de agosto. Os volumes foram relativamente elevados nas últimas semanas em virtude da enxurrada de balanços corporativos, mas desaceleraram bastante nos últimos dois dias.

"É seguro dizer que depois do encontro do Federal Reserve (Fed, banco central americano), na quarta-feira, muitas pessoas tiraram o resto da semana de folga", disse Richard Gatto, corretor de ações e derivativos da Meridian Equity Partners. A maior parte das perdas hoje ocorreu após a divulgação do índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan no meio da manhã. O índice caiu para 63,2 em agosto, de 66,0 no final de julho e de uma expectativa dos analistas de melhora para 69.

O índice Dow Jones chegou a cair para 9.232,83 pontos na mínima do dia, porém na última hora de sessão reduziu as perdas para 76,79 pontos (-0,82%) e fechou com 9.321,40 pontos. Observadores disseram que os operadores continuam a ver quedas significativas como oportunidades para compra no final do dia. Na semana, o Dow Jones acumulou uma desvalorização de 0,52%.

Entre as componentes do Dow Jones destaque para a queda de 3,75% das ações da Boeing, que informou que encontrou novas falhas na produção de seu avião 787 Dreamliner e ordenou a suspensão dos trabalhos em uma unidade na Itália, que estava fazendo partes da fuselagem. Entre outras blue chips: IBM caiu 0,84%, Intel cedeu 1,47%, ExxonMobil caiu 0,79%, McDonald's recuou 0,91% e 3M, -1,76%.

O Nasdaq caiu 24,39 pontos (-1,21%) e fechou com 1.984,96 pontos, com um declínio de 0,74% na semana. O S&P-500 recuou 11,61 pontos (-1,15%) e fechou com 1.001,12 pontos, acumulando uma perda de 0,63% na semana. As informações são da Dow Jones.

Bovespa tem quinta semana seguida de ganhos

por Agência ESTADO
14 de Agosto de 2009 17:35

São Paulo - Os Estados Unidos novamente entregaram indicadores mais fracos dos que as previsões, e hoje eles encontraram terreno fértil para levar as bolsas a uma realização de lucros. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que acompanhou o recuo dos índices acionários norte-americanos, teve as vendas parcialmente neutralizadas pelo vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira, que hoje já mostrou disputa mais forte nas blue chips Vale e Petrobras.

O índice Bovespa (Ibovespa) recuou 0,72%, aos 56.638,00 pontos. Apesar da queda de hoje, acumulou ganho de 0,55% em cinco pregões, pela quinta semana consecutiva de alta. Neste período, subiu 15,07%. No mês, a alta atinge 3,42% e, no ano, de 50,83%. Na mínima do dia, registrou 55.979 pontos (-1,87%) e, na máxima, 57.190 pontos (+0,25%). O giro financeiro totalizou R$ 5,434 bilhões. Os dados são preliminares.

Os balanços divulgados entre ontem e hoje até deram sustentação ao bom humor, garantindo ainda um pouco de ganhos à Bovespa no início dos negócios. Mas o dado do sentimento do consumidor preliminar da Universidade de Michigan fez os ventos mudarem. O indicador piorou em agosto, ao registrar 63,2, ante 66 em julho, 70,8 em junho, e abaixo da previsão de 69.

A leitura deste dado junto com a inflação ao consumidor nos EUA mostrou que ainda é cedo para ter euforia com a recuperação econômica norte-americana. Os preços no varejo ficaram estáveis em junho no dado cheio e subiram 0,1% no núcleo, em linha, mas na comparação com julho de 2008, caíram 2,1% a maior queda em 12 meses já registrada desde janeiro de 1950. O núcleo do CPI subiu 1,5% em julho em comparação a julho do ano passado. Inflação sob controle é um dado bastante desejável, mas, em tempos de crise, é um indício de que a demanda está fraca e que vai demorar um pouco a recuperar-se.

Também saiu hoje a produção industrial norte-americana, que subiu 0,5% em julho ante junho. Embora seja a primeira alta desde outubro do ano passado, ela ficou abaixo das previsões, de crescimento de 0,6%. Em Wall Street, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou em baixa de 0,82%, aos 9.321,40 pontos, o S&P 500 recuou 0,85%, aos 1.004,09 pontos, e o Nasdaq terminou com queda de 1,19%, aos 1.985,52 pontos.

No Brasil, a movimentação em torno do vencimento de opções sobre ações na próxima segunda-feira acabou trazendo volatilidade às ações, já que os investidores anteciparam a briga, principalmente em torno das blue chips. "Petrobras caiu bem menos do que o petróleo por causa do vencimento, assim como Vale subiu pela mesma razão", comentou o sócio e diretor de operações da Hera Investments, Nicholas Barbarisi, ao lembrar que o balanço da estatal, que será divulgado ainda hoje, deve mostrar queda no lucro. A Agência Estado apurou com analistas que o lucro deve somar R$ 6,37 bilhões, 27% a menos do que no mesmo período do ano passado.

Petrobras ON caiu 0,51% hoje e Petrobras PN cedeu 0,43%. Na Nymex, o contrato do petróleo para setembro despencou 4,27%, para US$ 67,51 o barril. Vale ON subiu 0,81% e Vale PNA ganhou 0,90%. Os preços dos metais recuaram em Londres.

Bancos e siderúrgicas caíram: Bradesco PN, -0,73%, Itaú Unibanco PN, -1,53%, e BB ON, -0,48%, Metalúrgica Gerdau PN, -0,14%, Usiminas PNA, -2,97%, CSN ON, -1,93%. Exceção, Gerdau PN avançou 0,61%. O Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) informou que a produção de aço bruto ficou em 2,495 milhões de toneladas em julho, o que representou uma queda de 22,8% ante o mesmo mês do ano passado. No ano, a produção acumula retração de 36,9%, para 13,061 milhões de toneladas. Em relação a junho, a produção cresceu 28,5%.

TAM PN liderou as perdas do Ibovespa ao recuar 6,69%. A empresa anunciou lucro líquido de R$ 788,9 milhões no segundo trimestre de 2009, um aumento de 134,1% ante igual período de 2008. O Ebitda somou R$ 55,4 milhões, com queda de 74%, e a margem Ebitda passou de 8,6% para 2,4%.