segunda-feira, 21 de julho de 2008

DJI...após 21/07...continua "sobrecomprado" em tendência de queda...


DJI abriu em 11.495, foi até a máxima em 11.559 pontos e a partir daí iniciou um processo de retorno, primeiramente até os 11.450 pontos, depois foi buscar suporte em 11.424, na mínima do dia. Finalizou em 11.467 pontos (-0,25%).

Análise: Após três pregões de forte alta, DJI iniciou um processo de realização (ainda não muito significativo), levando em consideração resultados corporativos trimestrais divulgados, alguns até melhores do que o esperado. Os principais indicadores do gráfico diário ainda estão bastante "sobrecomprados" e o "oscilador de momentos" está apresentando "divergência baixista", revelando a possibilidade da continuidade da queda. Os mercados futuros antes da abertura poderão confirmar (ou não) essa tendência.

Suportes em 11.370, 11.310 e 11.260 pontos.
Resistências em 11.480, 11.530 e 11.610 pontos.

DI quer aperto maior e pressiona Copom

por Luiz Sérgio Guimarães repórter de Valor Econômico
21/07/2008

Para o capital estrangeiro especializado em lucrar com a diferença entre os juros brasileiros e os praticados nos EUA, tanto faz se o Copom elevar a Selic nesta quarta-feira em 0,50 ponto (como defende a maior parte dos analistas) ou em 0,75 ponto (como torcem os tesoureiros de bancos), pois a magnitude do aperto monetário total não será muito diferente numa hipótese ou noutra. Os que propugnam pela aceleração da velocidade de alta para 0,75 ponto dizem que, com isso, o Banco Central conseguirá trazer mais rapidamente o IPCA para o centro da meta de 4,5%. Para os que, ao contrário, permanecem recomendando o ritmo original de 0,50 ponto, se a inflação persistir deslocada do centro por força do choque dos alimentos, não será possível acertar na mosca dos 4,5% antes de 2010. Será portanto um desgaste inútil o aumento da dose do remédio. Tanto a turma dos analistas quanto a dos tesoureiros prevêem uma Selic entre 14,25% e 15,25% ao final do ciclo de alta. O pessoal dos bancos "comprados" em taxa no mercado futuro de juros pressiona o Copom a adotar a via rápida: pelo caminho do 0,75 ponto se chegará mais depressa ao alvo.

Diferencial de juros amplia ganho externo

Para o investidor externo, desde que chegue, e desde que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa básica congelada em 2% o restante do ano, conforme parece, o momento parece propício ao carry-trade com reais. Mas agora não há mais como no período de 2003 a 2007 a onda da vigorosa apreciação do real para ajudar a melhorar os ganhos. A moeda brasileira já está muito cara e qualquer valorização adicional é muito custosa. Na sexta-feira, o dólar caiu 0,62%, cotado a R$ 1,5890. No acumulado de julho, a baixa é de apenas 0,50%. No ano, a desvalorização não é nada desprezível, de 10,58%. Essa variação supera a rentabilidade do CDI no período, de 6,02%. No total, o ganho alcança 17,24%. Para lucrar isso nos EUA seriam necessários 8,6 anos de overnight. Mas o real já está muito perto do seu limite de queda. Os corretores de câmbio acreditam que possa chegar a até R$ 1,55. O atrativo passa a ser mais o diferencial isolado entre os juros e menos a variação cambial.
Pelo segundo pregão em sequência, o DI futuro apresentou, na sexta-feira, comportamento assimétrico. Enquanto os mais curtos subiram, os longos declinaram. A taxa para a virada do mês subiu 0,04 ponto, para 12,46%. O CDI previsto para a virada do ano avançou de 13,43% para 13,46%. Já o contrato para janeiro de 2010 cedeu de 14,94% para 14,93%. E a taxa para janeiro de 2012 recuou de 14,76% para 14,63%. Ou seja, a curva tem inclinação positiva até janeiro de 2010, e inverte depois assumindo feição negativa. Na dessimetria, lesse a expectativa do pregão de que a ampliação do aperto monetário logo será bem-sucedida a ponto de exigir o recuo dos juros.
Os tesoureiros "comprados" em taxa têm tanta certeza de que o Copom irá aumentar a dosagem que os CDIs subiram apesar de ter sido divulgado mais um índice de inflação que comprova o arrefecimento das pressões. O IPC FIPE desacelerou de 0,77% na primeira prévia de julho para 0,59% na segunda, quando os analistas esperavam 0,66%. O IPCA-15 de julho, a ser divulgado um dia depois do Copom, deve cair de 0,90% para 0,65%. O economista Sergio Vale, da MB Associados, defende a manutenção da alta de 0,50 ponto, apesar de enxergar alguns riscos para o segundo semestre. Um deles é a gasolina. A defasagem já está de novo próxima de 30% e o governo será instado a elevar os combustíveis, sem poder lançar mão de uma proporcional redução da Cide. "Entre as eleições e o final do ano a Petrobras pode ter que elevar novamente a gasolina, lembrando que a aceleração da inflação em 2004 foi causada fortemente pelo aumento do combustível", diz Vale. As pressões de administrados deve empurrar o IPCA de 2008 para perto de 7%.
O caso brasileiro é complicado, segundo Vale, porque tem-se um choque de oferta concomitantemente a demanda ainda aquecida que sanciona aumentos. "E passar de um IPCA de 7% num ano para a meta de 4,5% no outro ano exigirá uma dose de sacrifício maior, ou seja, taxa de juros elevada por mais tempo", diz ele. Ao invés de acelerar agora, o BC deve optar pela política de alta gradual e sustentação de um patamar elevado pelo tempo necessário para estabilizar as expectativas. Se as commodities e a demanda ajudarem, o tempo de juros elevado será menor. Mas, por conta desse tempo maior de juros elevados, também será inevitável um crescimento proporcionalmente menor. "Estamos revisando a projeção de PIB. O número de 2009 passa agora para algo entre 3% e 3,5%", diz Vale.